De: Correia de Araújo - "Devagar... devagarinho!"
1. Começo pela questão da "Filipa de Vilhena" e da minha concordância, ainda que mitigada, em relação a alguns aspectos apresentados pelo TAF. A solução do terreno da Câmara, mesmo ao lado, parece-me porém pouco viável: há uma rua de permeio e a ligação perde-se necessariamente. Podia-se sempre prever a criação de uma passagem desnivelada (aérea?... subterrânea?) mas, ainda assim, algo muito discutível.
A toda esta temática, é bom não esquecer, acresce a facilidade desta obra, entendendo-se por facilidade a dispensa da intervenção (leia-se, licenciamento) da autarquia. Isto explica por que razão o edifício da Segurança Social do Porto, na Rua António Patrício, aparece com toda aquela cércea e volumetria, numa zona de vivendas e construções de baixa altura. O mesmo se passa, por exemplo, com o Casino de Espinho... e ainda me recordo quando certo dia um munícipe me dizia que as obras de remodelação que estavam a ser levadas a cabo davam-lhe agora o aspecto de um "hospital", retirando-lhe porém a imagem de uma "cadeia" que tinha até então. Só pude abanar a cabeça e conformar-me com a justeza da observação, porque nós, autarquia, nada podíamos fazer. Mais e mais exemplos se poderiam dar!
2. Ando perplexo e atónito com a forma como alguma discussão, aqui produzida, vai evoluindo. Deitar abaixo o Pavilhão Rosa Mota? Perdão?! É que este Pavilhão, agora denominado Rosa Mota, é que é verdadeiramente património para mim e para as gerações actuais. O outro (Palácio de Cristal) lamento(!) mas nunca o conheci!... Já foi!
Devagar, devagarinho, lá se vão conseguindo os intentos de alguns: Remodelação do Rosa Mota, NÃO! Requalificação do Bolhão, NÃO! Abertura da Avenida Nun´Álvares, NÃO!... NÃO!... NÃO!... NÃO! Parem a cidade, por favor! Talvez uma moratória, não sei! No meio de tudo isto lá escapou um Oceanário (pronto, já está!... este ninguém nos tira)... e fez-se há uns anos uma Biblioteca, por sinal na área dos chamados jardins do Palácio de Cristal (o tal que já não existe). Com tudo isto, a Casa da Música pode vir a ter proposta para demolição, voltando a dar lugar ao património lá existente, na circunstância a velhinha "remise" (recolha dos eléctricos)... e eu estou esperançado numa outra proposta para demolição da cidade e reconstrução de casinhas (patrimoniais) do séc. XV ou XVI ou, quiçá, XVII (essa será outra longa discussão, tipo Avenida Nun´Álvares)... e eu não deveria estar a escrever no computador mas sim com uma pena (em nome do património). Que pena!
Correia de Araújo