De: José Lopes - "Eleitoralismo"

Submetido por taf em Quinta, 2009-06-18 22:35

Boa noite a todos,

Este é a primeira vez que participo neste admirável blog, apesar de há muito tempo ter o hábito diário de acompanhá-lo. O motivo desta minha participação tem a ver a com a referência do Deputado Municipal Senhor José Castro ao intensivo alcatroamento de várias ruas do Porto. Vivo na Rua Nossa Senhora de Fátima, a qual foi recentemente repavimentada. No caso de uma gestão camarária que tanto apregoa ser rigorosa e não despesista do "dinheiro dos contribuintes", não deixou de espantar-me que tenha-se optado por alcatroar uma rua que não apresentava sinais evidentes de degradação do pavimento, excepto nos lugares de estacionamento. O mais espantoso desta demonstração de voluntarismo exibicionista é que a referida repavimentação apenas abrangeu a parte de estacionamento mais próxima da Rotunda da Boavista, ou seja, grande parte do estacionamento ficou tal como estava. Como é evidente, as faixas de rodagem estão agora reluzentes e bem pintadas, dando a ideia a todas as pessoas que por aqui circulam e não estacionam que houve obra...

É evidente que a Avenida da Boavista está uma total vergonha e que as obras agora iniciadas pecam por tardias. No entanto, não entendo o argumento de não ser prudente avançar com uma requalificação profunda e (também) urbanística devido à eterna questão da Linha Ocidental do Metro do Porto. Se, como tudo parece indicar, a Linha do Campo Alegre for a opção escolhida, todo este condicionamento da requalificação da única real avenida do Porto será incompreensível, já que das duas uma, ou não haverá Metro, ou então só existirá depois de 2020, isto na estimativa actual...

Tenho visto obras em várias ruas da cidade, algumas estavam em real mau estado, outras não. O que não consigo entender é a razão de toda a zona do Carvalhido não ter sido prioritária, principalmente a Rua do Carvalhido, bem como algumas ruas da Baixa, como a parte cimeira da Rua do Almada, a Rua do Alferes Malheiro, etc. Acho sempre bem que se renove o que está degradado, mas um repentino voluntarismo a tão poucos meses das eleições não me parece muito bonito, até porque a inacção do executivo camarário em relação às ruas da cidade é que tem sido a sua marca dominante... Mudar para melhor, sim, mas mudar a fachada em ruas não degradadas apenas para mostrar trabalho é gozar com a cara dos portuenses.

Atentamente,
José Lopes