De: Nuno Quental - "Pistas..."

Submetido por taf em Terça, 2009-06-09 12:11

Também eu, como a Cristina Santos, sinto uma certa alegria quando vou votar e vejo pessoas tão diferentes umas das outras. Umas com os filhos, outras com os avós (ou netos), uns com o vestido de Domingo, outros descontraídos... É de facto o único dia em que somos todos iguais. O voto é das poucas regras verdadeiramente democrática. Tudo o resto fica a alguma distância, e muitas vezes o afastamento dos princípios democráticos é mesmo muito grande.

Creio que a correcção dos problemas do nosso sistema - que há problemas penso que é consensual - passa pelo aprofundamento da democracia, sobretudo por métodos tipo referendo. Por que não, por exemplo, referendar a construção do TGV? São obras enormes que nos deixarão endividados por muito tempo! Enquanto continuarmos a achar que o "povo" não sabe escolher - como se fez com o referendo sobre o pseudo-tratado de Lisboa - não se vai a lado nenhum.

Passa ainda por um parlamento com deputados em exclusividade de funções; por tectos salariais globais, aplicáveis a todos; por uma economia inclusiva e que premeie o trabalho e o esforço, e evitando ao máximo as dependências criadas pela atribuição indiscriminada de subsídios (de que a esquerda tanto gosta).

Alguns problemas, como os da educação, só poderão ser resolvidos quando os próprios profissionais da classe decidirem o que deve ser feito. Não me refiro aos sindicatos, que actualmente e com honrosas excepções só servem para convocar greves e acabam por ter um papel muito pouco construtivo, mas sim a esquemas de organização e participação muito mais elaborados que procurem ouvir e pôr a debater, de forma sistemática, os profissionais desse ramo.

As freguesias, como disse o Arq.º Pulido Valente, poderão ter um papel muito mais importante, mas apenas para as questões de índole local.

Enfim, aqui ficaram algumas pistas. Perdoem a desarrumação, mas foi o possível :-)

Abraços
Nuno