De: SSRU - "Viver e estacionar no centro da cidade"

Submetido por taf em Terça, 2009-05-05 11:55

Gostaríamos de contribuir para a discussão em torno da utilização do automóvel e do estacionamento no centro da cidade em mais uma vertente que deveria ser discutida que é a questão do ruído, para além das restantes que temos vindo a expor em sítio próprio.

Para esse efeito juntamos um artigo da National Geographic de 1 de Março de 2009 que sintetiza e desmonta a ideia da ocupação de áreas privadas no interior de quarteirões como solução para o problema. Aliás, é fácil verificar (embora a qualidade das imagens não ajude) que, no período mais crítico, as poucas bolsas de protecção se encontram no interior dos quarteirões da Baixa e Centro Histórico, essas onde se tem sugerido (e conseguido) colocar parques de estacionamento, alguns enterrados, como é exemplo o da Viela do Anjo.

Olhando para trás – de facto não nos faltam exemplos com os quais nada aprendemos – vemos que as oportunidades para a resolução dos problemas se vão esgotam e que os modelos falhados são repetidos vezes sem conta, enquanto que outros se encontram desperdiçados, conforme referiu a Raquel Pinheiro. No exemplo referido aqui, do qual resultou a Praça do Duque da Ribeira, até o problema da droga ficou por resolver e passados apenas 8 anos a Viela do Anjo tornou-se num espaço vandalizado e sujo que sempre foi, apinhado de drogados e traficantes.

Quanto aos valores praticados pelos aparcamentos, poderemos começar por perguntar à CMP qual o contributo que ela tem dado nesse sentido, o de equilibrar o custo de uma diária ou uma mensalidade com a qualidade da oferta e as soluções de proximidade, interligação com restantes meios colectivos de transporte, etc.

Como TAF já referiu anteriormente, haverá quarteirões muito diferentes uns dos outros. Mas comecemos pelo das Cardosas, ou pelo de D. João I (o Alexandre Burmester poderá ajudar aqui), ou então pela Estação de S. Bento e já agora não esquecer a fantástica ideia de Rui Loza sobre uma cidade subterrânea...??? Já muito nos tem dado esta cidade que se tem adaptado e que se transforma muitas vezes ao sabor de erros urbanísticos irreparáveis, alguns dos quais muito recentes.

Qual a solução? Não sabemos, poderão existir várias para as diferentes zonas da cidade. Não se pode exigir que o Centro Histórico, por exemplo, seja destruído para que os seus habitantes possam ver o seu automóvel quando estão deitados na cama antes de adormecer, descansados! Há certamente prioridades mais elevadas do que essa!

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P.S. Cara Raquel Pinheiro, permita-nos um (carinhoso) comentário: não saberá talvez que à época do seu nascimento, na Rua de Santa Catarina, Rua de Sá da Bandeira, imagine na Rua de Passos Manuel (por exemplo, no edifício em frente ao Coliseu) moravam inúmeras famílias, algumas das mais tradicionais e não só, que à semelhança do que se passou com o CHP, abandonaram a Baixa e foram morar para as Antas, para Paranhos e para a Foz, etc.

Mapa do ruído