De: Carla Leitão - "Cidadania e legitimidade, transparência e confiança…"
...podem ser chavões, lugares comuns.
Para quem de facto se interessa pela coisa pública e percebe a importância de estar atento aos decision makers que determinam o presente e o futuro do espaço e do ambiente colectivo, não deixam de ser objectivos para os quais se ambicionam respostas, respostas legais, claras e dentro de um espírito de urbanismo participativo, em reuniões municipais, em debates, em sites, em blogs, pessoa-a-pessoa, nos locais, nos lugares…
Eu começo a achar que o problema não está em aqui ou ali não haver vontade, ou motivação, para mudar as atitudes, ou os termos, em que políticos, técnicos e nós todos nos relacionamos. O problema está na incapacidade, por incompetência e falta de cultura urbanística, de haver tomada de decisões limitada à substância jurídica e administrativa por parte de políticos e técnicos municipais. Sobretudo estes, que, não sabem fazer a assessoria necessária a quem tem poder de forma conveniente; a maior parte deles nem perplexos e atentos sabem estar; o medo que emana da ignorância tolda-lhes a mente e, para mal de quem deles precisa, aplicam a fórmula do “não pode ser, não me parece bem” porque é mais autoritário, educativo e inspirador de respeito.
Ou, sabe-se lá, nem uma coisa nem outra, …
Pode ser mesmo uma questão de gosto pessoal… como se aludiu na cavaqueira do jantar desta quarta. Como ainda existem burros a alimentar a ideia de que “gostos não se discutem (!)”, a cruzada torna-se mais difícil.
Neste país a saque, por inerência, nesta cidade cada vez mais pardacenta (nem sei porque escrevo isto?) o problema está na base, porque, os que a formam ao nível dos pareceres, na base do parecer, do vínculo (ao nível de alguém que tem IMPRESSÕES do que é emanado do trabalho suado, por quem legitimamente sabe e conhece melhor, porque exerce, faz, concebe, transforma, opera e dá nome) têm uma propriedade que é pH 10.
Nem bom senso se pode esperar da maior parte deles porque não têm knowledge and skills suficientes para a prática da urbanística, da arquitectura e da engenharia; que, por sinal, foi essa mesma suposta capacidade de domínio profissional que aparentemente os colocou no lugar de ajuizar actos dos colegas profissionais.
Querem aferir junto da maior parte deles o é que os motivou a concorrer à CM e com que média de curso? Eu não perdia tempo com isso, porque as surpresas pela positiva seriam demasiado surpreendentes, logo, insignificantes para a estatística.
E agora, quem é que de facto deve ter insónias mais que os comuns mortais, é o político que por mais que nos queira surpreender, é o “testa de ferro” duma coisa gorda, lata, inerte que ainda por cima não é mandatada com termo definido, nem é “avaliada publicamente”, pelo todo e pelo individual. É permanente, é estável, é tão somente um funcionário público e do quadro. O meu bem haja pelos que fogem da regra, a estes beijos, para os outros urgem bengaladas à dezanove.
Deixo à disposição dos meus caros blogers a inventiva do correctivo a aplicar.