De: Carlos Manta Oliveira - "Resposta a Vitor Silva - Rentabilidade da Habitação"
São interessantes os argumentos invocados, mas não deixam de ser possíveis de aplicar a outros "investimentos", como um automóvel, ou às diversas peças de vestuário. O que eu quero dizer é que nem todos os objectos têm indexados um retorno, mas isso não os torna não rentáveis ou menos importantes. Tome-se uma gravata por exemplo. Pode ser considerada um luxo, sem retorno, um gasto frívolo, mas em certas profissões, como na banca, faz parte do "uniforme". Como calcular o retorno? O da primeira é imediato, e o da segunda?
Voltando à habitação, há vários retornos possíveis. Desde logo a geração de energia que está agora em fase embrionária, por exemplo vendendo microgeração eólica à EDP, mas isso não é possível em apartamentos (apenas enquanto condomínio). Mas há uma série de profissões que são exercidas na habitação, certas profissões liberais, como fotógrafos, ilustradores (free-lancers), escritores, mas mesmo médicos ou advogados podem ter os seus consultórios na sua habitação.
E há ainda um retorno para casos como o meu, para quem procura ir da periferia para o centro da cidade, que é o benefício da localização. Tendo a habitação mais perto de lugares convenientes, como o trabalho, as escolas, mas também de lugares como ruas comerciais ou de lazer, ganha-se em tempo, e no aumento da oferta. É claro que é difícil de calcular o retorno do investimento, e de dizer em quanto tempo se amortiza investimentos, especialmente dada a magnitude dos mesmos.
Quanto aos investidores imobiliários, podem ter um retorno mais imediato se optarem por investir e vender, ou podem ter um retorno mais dilatado se optarem por arrendar, seja habitação ou lojas nos imóveis que recuperem. Mas deixo a esses se o entenderem que expliquem das suas preferências.
Cumprimentos,
Carlos Oliveira