De: Luís Gomes - "Negócios do Parque da Cidade"

Submetido por taf em Sexta, 2009-01-02 02:37

Li, como leio sempre, com atenção as suas críticas à política do Presidente da CMP. Ninguém me agradece por vir aqui fazer o contraditório, e nem Rui Rio necessita disso. Ele está bem escudado pelos milhares de eleitores que votaram nele e que derrotaram as políticas de Fernando Gomes e de Nuno Cardoso. Vou apenas fazer curtos comentários, para não tornar isto uma novela mexicana:

  • - Tratamento especial ao Boavista? Só se for para rir. Clubes de futebol NÃO deviam ser chamados para discussão política. Rui Rio não abriu nenhuma guerra com o FCP, na Alameda das Antas vão nascer uma série de construções para além do centro comercial, para além dos novos prédios já habitados. Eu imagino, se não tivesse havido a renegociação do Plano Pormenor das Antas, como haveria de ser o suposto local. Eu acho sim é que ele desistiu cedo dessa contenda, porque criou-se ali mais um funil, com metro, centro comercial, rotundas anormais e túneis perigosos tudo em prol da corrida ao Euro 2004.
  • - Construção no Parque da Cidade? Mais uma vez estamos a resolver heranças deixadas há quase dez anos! Apelo a que se veja a infografia que está no site da CMP, e se repare nas áreas expropriadas 1 e 2. Como é que se queriam vender terrenos no coração do parque? Cada vez que ouço falar neste assunto, só me pergunto: o que ia na cabeça dos dois ex-presidentes? Que isto ia passar só porque o Porto era um feudo socialista?
  • - Este terreno que está destinado a construção é um mal menor, quando estão em causa 20, 30 ou 40 milhões de contos. Este acordo preocupa-me não por aquela parcela de terreno na Avenida Boavista, mas sim pelos terrenos doados noutras zonas da cidade. Tudo porque, mesmo vindo a público os metros quadrados doados, não teremos a noção daquilo que o erário público terá de entregar a privados. Mas disso ninguém fala.
  • - O senhor Rio Fernandes não é economista mas não precisa de o ser. O acordo prevê dar uma soma monetária mais terrenos, porque o que está em Tribunal é um privado a reclamar que pagou por um direito de construir no terreno adquirido. E garanto-lhe que não pagou pouco. A Câmara não emite licenças de construção, pois então terá de pagar para ter os direitos sobre os terrenos de volta. Quanto à pista de aviação que refere, ela nunca foi uma pista de aviação, chama-se Queimódromo, que afinal já lá está há muitos anos. O senhor quer comparar os courts de ténis, as piscinas de utilidade pública, com o alocar um terreno para construção privada? Não há qualquer termo de comparação.
  • - Parou as intervenções na Baixa após a Porto 2001? Claro, e ainda recentemente teve de tapar mais um "buraquinho" made by Porto 2001, estiveram a consertar o Jardim da Cordoaria que mais parecia um parque de estacionamento onde o deserto de relvado deixava a descoberto o facto do jardim ser um conjunto de placas falsas, e onde não se permite que o cidadão desfrute daquilo. Os comerciantes de Carlos Alberto não parecem muito insatisfeitos com a demora de Carlos Alberto, afinal com essa demora alterou-se o desenho da praça (by Porto 2001) e parece ser consensual que agradou aos comerciantes e moradores.

E que tal discutir o futuro? Faltam 9 meses para as eleições. Está na hora..