De: JA Rio Fernandes - "(Ainda) os negócios do Parque"
Areia para os olhos. Como infelizmente tem acontecido várias vezes…
A propósito da oferta de 44 milhões de euros de dinheiros municipais a empresas privadas, o Presidente da CM Porto procura centrar a discussão em saber-se se as construções que (ao contrário do que ele dizia) vão ser autorizadas na Avenida da Boavista, ficam dentro ou fora do parque. Discussão estranha esta afinal, porque não é fácil saber o que é um parque nem de qual se fala: já no início do século XX foi desenhado no local um parque por Ezequiel de Campos e, afinal, se as construções na Circunvalação que Fernando Gomes tinha viabilizado se fizessem, também por certo que ficariam fora do parque! Estranho também a pouca preocupação pela impermeabilização do solo pelo aeródromo e pela piscina do Sport Club, a que se somará, ao que dizem, um “aquamarine”.
O importante é verificar que a CM de Rui Rio desistiu de pensar que o tribunal podia não a obrigar a pagar por todos os terrenos ocupados pelo parque, assim como aceitar a construção junto à Av. da Boavista (ou indemnizar o proprietário). Derrotadas estas ideias, chega-se à pergunta de partida que Rui Rio não quis ver: saber se uma indemnização necessariamente choruda (estabelecida agora em 44 milhões) não seria melhor ser evitada e antes permitir-se uns prédios na Circunvalação. Sobretudo depois de se ver o que Matosinhos fez na frente norte do parque, será que esses 44 milhões não seriam melhor gastos doutras formas? Para mim seguramente que sim, desde logo num parque a leste prometido desde 1962 e cada vez mais inviável por nós de auto-estrada e via rápida. Mas, coitado do Parque Oriental, fica a nascente, a leste do desenvolvimento!