De: Rui Valente - "Ventos do Sul?"
Não sei de onde é a Arqa. Paula Morais, mas se for de Lisboa, de Freixo de Espada à Cinta ou da Lourinhã, para mim será sempre bem vinda. Embora não esteja muito por dentro dos assuntos que costuma abordar, o seu contributo é sempre extremamente útil, pragmático e positivo. Para mim, já é uma amiga do Porto, quase uma portuense.
Falei neste caso de propósito, para destacar um exemplo que outros deviam seguir mas não têm categoria para tanto. Falei neste caso, para que se possa ver bem a diferença entre aqueles que, não sendo do Porto, gostam de facto da cidade e aqueles outros, muito "castiços", que quando falam do Porto começam sempre por fazer grandes e apressados elogios, para logo a seguir desferirem todo o tipo de ataques à cidade e aos cidadãos do Porto. Mas antes, ao estilo de quem limpa a consciência ou de quem quer transmitir uma imagem de bondade e tolerância, fazem sempre um prévio encómio. Casualmente, muito casualmente, este tipo de pessoas dizem-se (ou são, de facto), lisboetas. Parece-me estar neste grupo Miguel Oliveira. Reparem como se dirigiu ao Tiago:
- 1º) O elogio - "Caro TAF deixe-me primeiro felicitá-lo por este espaço privilegiado de discussão sobre a cidade do Porto", etc., etc., "se calhar também só possível numa cidade "coesa" e mais pequena que Lisboa. Um exemplo a seguir na discussão da cidade, os meus sinceros parabéns!"
- 2º) O pretexto - "Deixo-vos aqui um link com fotos da nova ponte pedonal", etc., etc.
- 3º) A opinião - "TAF, por muito que tente justificar não percebo a sua posição contra o Metro da Boavista...etc., etc"., e depois: "que mentalidade tão pequena, etc., etc."
- 4º) A facada - "divirto-me muito com a opinião de alguns participantes e o seu complexo de inferioridade com Lisboa, obrigado por alimentarem o meu ego de alfacinha orgulhoso!"
Digam-me? Esta conversa não vos cheira a bafio? Será porventura original? As nossas democráticas televisões ainda não esgotaram os stocks destes fenómenos intelectuais?
Caros conterrâneos, aprendam. Ponham os olhos neste exemplo de civismo e cosmopolitismo. De facto, somos mesmo provincianos. O que vale é que ainda vamos tendo um Fernando Rocha para ensinar os alfacinhas a contar umas anedotas à moda do Puooorto! Ah, e não temos o glorioso! Mas que inveja! Hoje já não vou conseguir dormir. Que chatice. Mas que haveremos nós de fazer para sermos lisboetas sem dar nas vistas? Que inveja insuportável! Como é que eles descobriram estes nossos complexos? São mesmo sagazes os alfacinhas. Que inveja.
Viva o Infante D. Henrique! Viva Port(ucale)!
Bom São João!
Rui Valente