De: Teófilo M. - "Estação de S. Bento - Alterações"
Caro António Alves
A função de uma estação de caminhos de ferro é servir de apoio aos utentes dos ditos, e disponibilizar serviços que permitam aos seus utilizadores a fruição de comodidades associadas. Ora, na generalidade, as comodidades primárias fixar-se-ão na higiene, apoio sanitário, alimentação, informações, turismo, atendimento de reclamações, zonas de espera e apoio audio-visual e ligações a outros tipos de transporte. Se quisermos ser mais exigentes, e se o fluxo e quantidade de passageiros o requerer, uma farmácia, restauração, área lúdica para crianças com vigilância, e outra para jovens e adultos. Poderemos ainda melhorar se incluirmos um núcleo museológico.
Ora nada do que atrás foi dito, em termos de conforto e qualidade, existe na estação de S. Bento pelo que, na falta destes, tentar enfiar-lhe dentro um 'shopping' - e nós que até temos bastante experiência deste género de (in)utilidades, basta lembrarmos o defunto da estação do Rossio, em Lisboa - não me parece, no mínimo, digno de ser encarado como opção.
Quanto aos armazéns envolventes, já lhes dei destino, como deve ter reparado, se a CP enveredar pela qualidade e não pelo mau gosto.
Quanto à estação em si, temo que, com a abertura da linha do Metro para a Trofa, a quantidade de passageiros decrescerá, e não vendo no horizonte próximo qualquer alteração que me faça acreditar no incremento do transporte ferroviário na zona Norte como, por exemplo, a reactivação das ligações a Trás-os-Montes e Alto Douro, ou ligações entre Valença e Melgaço, ou Porto a Viseu, a Arcos-de-Valdevez, incremento da velocidade nas ligações a Valença/Tuy, creio que a morte de S. Bento estará anunciada a prazo, desconhecendo eu se esse prazo será curto ou médio, e não vejo a cidade importar-se muito.
Cumprimentos
Teófilo M.