De: Luís de Sousa - "O dinheiro não compra a felicidade"
No seguimento deste lobby sugerido pelo Tiago, através daquele seu texto de inegável qualidade crítica que levanta algumas interrogações pertinentes em relação ao modelo a adoptar para um desenvolvimento sustentável da região, e entretanto comentado pelo José Silva e pelo Rui Valente que apontou o dinheiro como a palavra chave que abre o criptex que encerra o desenvolvimento da nossa região, tomei a liberdade de dar um terceiro diagnóstico a situação do paciente onde todos vivemos que é a Área Metropolitana do Porto.
Concordo que só através do suporte financeiro oferecido pelos investidores é que os empreendedores conseguem levar avante os seus projectos, pois já no renascimento era assim, onde os artistas apenas podiam concretizar a sua arte angariando apoios de mecenas abastados que alimentavam a sua arte com vista a mais tarde colherem os dividendos desse mesmo investimento. Porém nesse tempo as coisas eram vistas a longo prazo pois a humanidade ainda não tinha constituído este mundo virtual de informação instantânea em que hoje vivemos e onde os dividendos devem surgir rapidamente após o investimento, pois só assim é que este se torna apetecível aos olhos (e bolsos) do investidor que anseia por ver o seu dinheiro multiplicado, como Jesus Cristo fez com os pães (já que ontem vivemos um feriado em sua honra). Esta celeridade de processo nem sempre é assim tão boa para o desenvolvimento de uma região pois curiosamente a maioria dos pequenos e médios investidores opta não por negócios que possam criar riqueza, mas sim por negócios que envolvam troca de capitais, visto estes últimos terem o tal efeito Polaroid que os investidores tanto anseiam. No meios de tudo isto sobram apenas os grandes investidores para apoiarem o verdadeiro empreendedorismo que visa criar riqueza, exportar produtos, atrair investimento estrangeiro, e desenvolver de uma forma consolidada a região onde o capital é investido.
Contudo acho que esta situação podia mudar se fossem desbloqueadas certas situações burocráticas que dificultam estes negócios mais a sério, como há tempos ouvi o Eng. Belmiro de Azevedo defender e bem no canal público de televisão. Para além de tudo penso que o que realmente falta é coragem política para uma verdadeira afirmação da região, pois é urgente acabar com os excedentes autárquicos, pois é, os políticos são demais e ainda por cima não são (+) mas sim (-) pois dão preferência ao investimento do PATOBRAVISMO REGIONAL (não é necessário dar exemplos) sendo ainda pouco sedutores para com os investidores realmente interessantes (veja-se que as maiores empresas têm as suas sedes numa zona industrial totalmente desqualificada em vez de um centro empresarial atractivo e urbano situado na tal zona que se quer viva) como se exige a uma cidade que tem pretensões a permanecer como cidade e não como museu arruinado e desertificado onde os edifícios caem todos os dias e em que a maior parte das pessoas se encontra de passagem rumo à periferia cada vez mais povoada. Como se ainda não bastasse, praticam ainda uma política assente no NIM em que nem mandam eles, não assumindo um papel de gestores do património e dos serviços públicos da região, nem nos deixam mandar a nós cidadãos atentos e empreendedores, tentando abafar a nossa opinião com rótulos de críticos do costume (ainda bem para eles que são sempre os do costume porque mau era se começassem outros a estar atentos e a criticar a sua gestão danosa).
Portanto "o dinheiro não compra a felicidade" social e económica de uma região, essa só surge com políticas "empreendedoras" e com investidores abastados de "massa cinzenta", não só da outra.
Cumprimentos
Luís de Sousa