De: TAF - "Uma geração balofa e parda"
O que é que aconteceu à nossa ambição de portuenses e, principalmente, à capacidade de trabalhar para a concretizar? Talvez isso explique o pouquíssimo destaque que se deu à morte de Paulo Vallada, seja nos órgãos de comunicação social, seja no funeral que passou quase despercebido, seja no atraso sintomático com que a CMP se dignou noticiar o facto no seu site, seja até na blogosfera.
Um exemplo: a fusão Porto-Gaia, que vinha sendo falada há bastante tempo. Teve um pico de mediatização com uma intervenção de Paulo Rangel, quando se ofereceu para integrar um movimento nesse sentido mas, tanto quanto se saiba, a "vaga de fundo" de que estaria à espera nunca apareceu. E porquê? Por excesso de voluntarismo. Não havia um lobby a sério, profissionalizado e devidamente financiado. E, sem isso, nada feito.
Eu não me canso de dar sugestões, mas os resultados desse esforço não levam a mais do que isto... A situação do Norte faz-me lembrar o problema que existia há tempos nas Finanças: não se conseguiam cobrar mais impostos porque não havia dinheiro para contratar mais inspectores...
A solução, como também já tenho escrito, passará provavelmente por procurar emprego ou negócio no estrangeiro, gerando riqueza que seja mais tarde aplicada cá. É o que eu estou agora a tentar fazer, já que não encontro alternativas locais. O futuro está "deslocalizado", mas existe.
Contudo, não deixo de ficar desiludido com a geração que me antecedeu: pode ser muito boa gente mas, se calhar por causa deste tipo de apoios, falhou redondamente na manutenção de um Porto à altura da sua tradição.