De: TAF - "As alternativas"

Submetido por taf em Sexta, 2008-03-07 00:31

Cara Luísa, está a ver Rui Moreira a ser apoiado pelo PS? Eu não. Está a ver Rui Moreira a ser apoiado pelo PSD (e não digo em simultâneo)? Eu não. Está a ver uma candidatura independente, seja ela qual for, a vencer sem ter o apoio nem do PSD nem do PS? Eu não.

O que eu procuro é um candidato bom e ganhador neste contexto actual. Rui Rio pelo PSD não é bom, mas pode eventualmente ganhar a um candidato do PS. Elisa Ferreira pelo PS é melhor que Rui Rio (pelo menos este Rui Rio que agora temos), e também pode eventualmente ganhar. Mas Artur Santos Silva:

  • - pelo PSD ganharia a qualquer candidato PS;
  • - pelo PS ganharia a qualquer candidato PSD;
  • - independente, apoiado por ambos, nem precisava de fazer campanha para ser eleito e, eliminando a "guerrilha", trazia algum ar fresco à política local.

Relativamente a vários dos pontos que refere eu conheço a opinião de Artur Santos Silva, e todos vamos ter a possibilidade de a conhecer melhor no próximo Domingo, quando sair uma entrevista de fundo com ele n'O Tripeiro (pode ser adquirido com o Público). Mas, tal como escrevi antes, não é o Presidente da Câmara o nosso "salvador"... O importante é que seja alguém que permita duas coisas:

  • - obter um consenso suficientemente alargado nas grandes opções para a actuação da autarquia, constituindo um programa de acção ambicioso, coerente e viável;
  • - incentivar e alavancar a acção da sociedade civil.

O programa de uma candidatura não é necessariamente a transcrição exacta do pensamento do candidato, mas sim o resultado do encontro de interesses que a sustenta. No triste estado em que o Porto actualmente está, não é difícil alcançar a formulação de objectivos comuns a quase todas as forças políticas!

A acção que eu defendo para a Câmara não é a "liderança da cidade" pois isso, a meu ver, cabe à sociedade civil. Eu tenho uma visão mais minimalista do papel da Administração Pública. As pessoas que elegemos são nossas representantes, o seu papel é executar a política que propuseram na candidatura. É altamente recomendável que exista um programa claro, com pactos ou sem pactos, antes do dia da votação, para podermos escolher na posse de informação suficiente. Não gosto de cheques em branco.