De: TAF - "Brevíssimas notas sobre o Bolhão"

Submetido por taf em Sábado, 2008-02-16 00:23

Zona do Bolhão vista de satélite

Há demasiado ruído no ar. Telegraficamente:

1) Como está, tal e qual, o Bolhão não é viável.

2) Não está provado (longe disso) que sejam indispensáveis grandes obras de requalificação para tornar o Mercado viável.

3) Quer o projecto de Massena quer o da TCN implicam transformações significativas nos espaços e nas funções. É o velho hábito de atirar com dinheiro para cima das dificuldades.

4) Não vejo razões significativas para protestar contra a TCN: tanto quanto saiba, a empresa limitou-se a participar num concurso público (e vencer). Se esse concurso não devia ter existido (pelo menos naqueles moldes), é outra questão que não é imputável à empresa.

5) Tal como já vem sendo um hábito, a Câmara não soube colaborar com a sociedade civil, e especialmente com os directamente envolvidos, para tentar resolver o problema de outro modo. (Repare-se que escrevi "não soube", e não "não quis".)

6) É desaconselhável misturar propaganda política (mesmo que apartidária) com a tentativa de encontrar uma solução para o Mercado. Há efectivamente conclusões políticas a retirar, mas deixemos os cidadãos fazerem essa análise; não precisamos de os tratar como se fossem ingénuos a quem é preciso explicar tudo, tudo.

7) O IGESPAR vai, na prática, inviabilizar o projecto actual para o Bolhão. Desconfio que também inviabilizaria o de Joaquim Massena que, se bem percebi (perdoem-me se erro), nunca terá tido uma avaliação formal sob este ponto de vista.

8) O problema do Bolhão não se resolve com construção civil nem com projectos muito ambiciosos apresentados por especialistas em powerpoint. Resolve-se com humildade e persistência: manutenção adequada das instalações, divulgação decente, preenchimento dos espaços livres com negócios complementares e geradores de movimento, reabilitação das redondezas.

9) O Mercado do Bolhão seria um excelente ponto de comercialização de produtos de agricultura urbana.

10) O que é feito dos anunciados "gestores do centro urbano", que foi para situações destas que se inventaram?