De: Cristina Santos - "Conferência AICCOPN: Luís Ramos, Teresa Novais e Álvaro Costa"

Submetido por taf em Quarta, 2008-01-30 22:00

Após Germano Martins, o jornalista Carlos Magno passou a palavra a Luís Ramos da Ordem dos Engenheiros. Este orador cativou a audiência, além de romper com aquela projecção de voz à José Sócrates, que se vinha a ouvir desde a intervenção do Secretário de Estado Rui Baleiras e que se estava a tornar insuportável, recorreu a ironia para o início da sua intervenção.

Começou por dizer que concordava que este país tivesse que ter uma cabeça, e o resto dos órgãos activos fossem submissos, sendo Lisboa a cabeça, ao Norte só restava cumprir. Disse que em sua opinião não se podia chamar a este QREN um quadro de apoio ao Norte, que aliás, havia quem lhe chamasse POVT – Programa Operacional do Vale do Tejo, já que só a Granja tem mais apoio previsto que todo o Norte. Finda a crítica, alertou a plateia para o facto de atrás do QREN e do TGV virem uma série de empresas Europeias com experiência e capacidade financeira, para poderem concorrer e ganhar às empresas nacionais. Que os tempos que se avizinham podem ser mais de subempreitadas para empresas Europeias do que projectos nacionais. É por isso urgente que se invista em formação, em qualidade e em competitividade, e em possíveis parcerias com essas empresas.

Teresa Novais, da Ordem dos Arquitectos, seguiu o discurso de Luís Ramos, anuindo a necessidade de nos tornarmos competitivos ao ponto de poder beneficiar alguma coisa com o QREN. Alertou para a concorrência que aí vem, principalmente do país vizinho, com basta experiência na área da Alta Velocidade.

O professor Álvaro Costa da FEUP, como não podia deixar de ser, rompeu com tudo isto e levantou questões muito pertinentes, o QREN não se destina à Construção Civil destina-se ao país:
Excesso de Infra-estruturas – Excesso de Encargos, é isto que queremos?
Decidir infra-estruturas – Decidir economia, é isso que estamos a fazer?
Não estamos a tentar gastar atabalhoadamente os financiamentos que estão disponíveis?

Em Espanha investiu-se primeiro em empresas relacionadas com a ferrovia, hoje constroem e geram dividendos nacionais, será que no uso dos quadros comunitários anteriores não deveríamos ter feito o mesmo e será que não nos preparamos para repetir o erro?

Seguiram-se Júlio Pereira (CCDR Norte), João Vasco Ribeiro (PO Centro) e Luís Braga da Cruz, falaram sobre a importância da formação, sem competência não há desenvolvimento nem aproveitamento de recursos, dai o POPH.

Finalizou Ponce Leão (InCI) que está farto do choradinho do Porto, para as empresas não deve interessar a região onde é feito o investimento, devemos estar preparados para trabalhar em qualquer lugar do país ou da Europa. Esqueceu Ponce Leão que se os investimentos não forem feitos na nossa região, também não temos mão de obra ou condições para poder competir noutras zonas.

Uma conferência excelente e bem participada, parabéns à AICCOPN e a todos os oradores, nota negativa para a qualidade do ar nos auditórios, saí de lá com os olhos já a chorar e aquele ar condicionado activa a minha tosse de fumador, horrível. O QREN vamos ver como a nossa Autarquia o utiliza.

Amanhã SIM-Porto.
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CPAS