De: Cristina Santos - "Um flagrante é a polícia assistir ao assassinato?"

Submetido por taf em Sábado, 2007-12-15 17:38

Relativamente ao comentário que o António Alves nos traz, e que serve muitas vezes de desculpa às autoridades para a inoperância, só tenho a lamentar que a sociedade civil e as empresas não se possam furtar de igual modo às obrigações, quando as leis se demonstram injustas e não coincidentes com os esforços exigidos.

Se todos nos socorrêssemos dos argumentos que a Polícia utiliza, era o caos, era o Trolha que não usava a massa adequada porque achava que não valia a pena, era a Secretária que não mandava o ofício porque achava que ninguém ia responder, era o Condutor de autocarros que não parava na paragem porque não concordava com a localização. Eram os contribuintes que não pagavam impostos porque consideravam que o seu dinheiro não era bem utilizado.

Vamos deixar-nos de desculpas, vamos exigir um país eficiente, a Polícia não se pode furtar à sua obrigação, e muito menos pode dar esse tipo de exemplo ao cidadão. Não apanha em flagrante, é sinal que é pouco eficiente. E afinal o que é um flagrante neste caso, é deixar abater o indivíduo e prender rapidamente o assassino antes que este atire a arma para o quintal? Será que a sociedade civil não é mais inteligente do que isso, o flagrante serve para desculpa de roubos a carros, a casas, então se apanharmos um indivíduo dentro do nosso carro, precisamos da Polícia, o ladrão não foge ou nos dá um tiro.

E mais meus amigos, segundo o Correiro da Manhã, tudo isto começou com o assassinato à facada de um jovem no STOP, lembram-se há uns tempos quando o pobre do meu vizinho foi lá roubado, e ainda tratado por inculto pelas autoridades, foi um flagrante, a Polícia não agiu porque a vitima não sabia quem o roubou, só quem o agrediu, e de nada adiantou, o agressor esfregou o BI nas autoridades e acabou por ali. O centro continua aberto ao público, e até lhe foi possível pintar a fachada às cores.

Flagrante é este Governo, que em vez de 500 mil postos de trabalho, arrasou com a função pública, aumentou os impostos, acelerou a pobreza por todo o país. Isto sim é um flagrante e como vemos não nos serve de nada. Só o cidadão comum não tem desculpas, ou a sua única desculpa é ser tapadinho, completamente tapadinho.
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Cristina Santos