De: Cristina Santos - "Porto Feliz"
Caro Hélder
Agradeço sempre as suas opiniões e é um prazer voltar a falar consigo, já não trocávamos ideias há uns tempos. Vejo que faz parte do grupo de organizadores da comemoração do 11º ano do nosso Centro Histórico, quero felicitá-lo por isso, a si e a todos os cidadãos que participam. Em relação ao seu post, o amigo rasgou o meu optimismo aos bocadinhos e não cuidou de justificar as razões pelas quais considera que os factos que apontei prejudicam a cidade ou a região.
Imagino o que diriam os pessimistas desta cidade se em vez de estarmos a pedir um apoio para um programa que propõe apoio social a toxicodependentes, a alcoólicos, sem-abrigo ou imigrantes, estivéssemos a pedir apoio para o pagamento de uma dívida 500 milhões de euros. Lisboa não parou de investir, a crédito. O Porto parou depois de 2001, graças a isso está financeiramente equilibrado, capaz de levar para frente grandes projectos nacionais. O Governo teima em não reconhecer e não premiar o esforço de equilíbrio financeiro feito pelo município, enquanto 2ª cidade do país, não é justo, o apoio que se pede para o programa Porto Feliz é mínimo. O Governo tem responsabilidades enormes para com o Património da Humanidade, como é que isso se revela em relação ao nosso Centro Histórico?
E agora o Hélder vem-me dizer que intervenções como a de Marco António não fazem falta, que Rui Rio não deve pedir apoio para arrumadores, que Menezes ter ganho a Marques Mendes não significa um acréscimo de poder e equilíbrio na região? Cá entre nós, suspeito que em Lisboa chegaram ao ponto de não ter dinheiro para iluminar a árvore de Natal do Millennium, foi por isso que veio para cá. Estamos capazes de levar a cena grandes eventos, amigo Hélder, nós pagamos, Lisboa não.
Um abraço, lá nos encontramos no dia 4.
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Cristina Santos