De: TAF - "O «bando de malfeitores»"
A Política, para funcionar bem, tem que proporcionar representação adequada às várias correntes existentes na sociedade. Não há problema nenhum na simples existência de interesses divergentes ou mesmo conflituantes, se funcionarem bem os mecanismos que promovam um equilíbrio justo.
O que acontece a respeito do "Norte vs Centralismo" (desde há já muitos anos) é que Lisboa não encontra interlocutores à altura no Norte (e no Porto em particular). Sendo assim, o "sistema" fica desregulado, e quem se tem "lixado" somos nós aqui no Norte. Ao contrário do José Silva, eu não vejo a situação como "Nós vs um bando de malfeitores" (deixem-me caricaturar um pouco :-) ). Não encontro na generalidade dos "centralistas" esse espírito ardiloso e ganancioso que supostamente apontaria armas contra o Norte. Detecto apenas (embora haja algumas excepções) uma manifestação dessa falta de interlocutores, vejo vitórias por falta de comparência do adversário. Leia-se, já agora, isto.
Menezes (que vai para já permanecer em Gaia) é o tal "interlocutor à altura"? Ele representa os valores, os projectos e os métodos de actuação que eu defendo? Não e não! A vitória dele tem contudo vantagens importantes para o Norte, pela revolução que vai provocar no interior do PSD. O estado de choque em que ficaram muitos militantes/simpatizantes, até agora adormecidos e desleixados, é um início de reacção positiva. Por isso, tal como tenho tantas vezes afirmado, eu prefiro não desperdiçar forças a lutar contra tudo e contra todos mas, ao contrário, vou tentar aproveitar essas energias renascidas (no Norte, no Centro ou no Sul) para as orientar num sentido compatível com os meus próprios interesses de cidadão do Porto. Daí que não existam "mãos erradas" para entrar no PSD, a menos que fosse algum desses parasitas do aparelho, o que obviamente não é o caso.