De: José Silva - "Nação a Norte ameaça Estado de Lisboa. Desmintam se quiserem."
Não sendo militante ou simpatizante partidário, confesso que estou surpreendido com a reacção que a vitória do frágil Menezes está a provocar. Leva-me a concluir que estamos perante um Estado de Lisboa em pânico com a incremento de poder da Nação, sobretudo, a Norte. Só assim se compreende a reacção de todos os representantes do Estado de Lisboa, cavaquistas, JPP, o centralista disfarçado de adepto do FCP, o centralista MRS disfarçado de adepto do Braga, os centralistas de esquerda, Mário Soares e bloggers lisboetas (Gorjão, JCD, etc): estão com profundo medo. São os mesmos e com igual dramatização usada na Regionalização de 1998.
Explicando e metaforizando: imaginem os revoltosos junto da corte francesa em 1789 a pedir pão. No cenário do PSD actual, são os deserdados do «status quo» lisboeta que querem subir na vida via administração do Estado central e local. As Marias Antonietas dizem para comerem bolos. Traduzindo para linguagem centralista-pachequiana, "resignem-se à «fome», o PSD não pode reclamar por tachos". É assim que nascem as revoluções: os distraídos detentores do «status quo», auto-confiantes com a capacidade de manipular o sistema, não vislumbram as alterações profundas na sociedade e são surpreendidos pela base embrutecida que procura resolver apenas o básico, o pão para a boca.
A alienação que foi votado o Norte e os seus 4 milhões de habitantes durante as últimas décadas, permanentemente manipulado e provocado pelo «sucesso» lisboeta, leva ao acumular de tensões que fazem reduzir o nível de autocontrolo ou de disciplina, atingindo um ponto de ruptura. Menezes ganhou sobretudo no Porto, Braga e Vila Real. Todos os ignorantes da história de Portugal ficaram surpreendidos. As teses a Norte acabam por vingar, quer em 1385, lutas liberais, República ou boicote à sovietização há 30 anos. O Norte, da esquerda à direita, está com Menezes. Desmintam se quiserem.
PS: TAF entra no PSD por mão profundamente errada.
José Silva - Norteamos