De: João Medina - "Eléctricos gratuitos na Baixa"
Realmente "o povo português adora tudo o que é brinde". É pena não adorar tanto como o povo inglês, americano, ou australiano, que até já conseguiram ter um transporte semelhante gratuito, conforme apresentado aqui. E este povo adora o gratuito de tal forma, que prefere ir a um centro comercial onde não paga estacionamento, onde tudo está limpo, e onde para subir e descer andares tem escadas e tapetes rolantes. É incrível este povinho português.
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Mas já agora deixem-me anotar outro vício de pensamento. Os argumentos apresentados centram-se no eléctrico para o turista e não para o habitante (esse tal ingrato povo português). O turista é um mero visitante esporádico da cidade, para quem realmente o preço é praticamente indiferente, dentro dos limites do razoável. Outra coisa é pensá-lo também para o habitante, que vai trabalhar, estudar, fazer as suas compras à Baixa, tomar o seu café, ver o seu espectáculo. Estes serão os principais animadores da Baixa, que poderão vir a ser os principais utilizadores do eléctrico, e que poderão vir mais ou menos vezes consoante isso lhes pese na carteira.
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Uma última nota para o argumento dos custos: altos ou baixos, os custos seriam exactamente os mesmos caso o eléctrico fosse gratuito ou fosse pago. O que mudaria seria a receita. Mas a receita será sempre irrelevante, e sobre isso já foram aqui apresentadas formas de encontrar alternativas.