De: Tiago Cortez - "Um País são muitas cidades, uma cidade são muitos quarteirões, e um quarteirão são pessoas..."
Caro Alexandre Burmester
Não faça minhas palavras que não são minhas. Eu não falei em rasgar avenidas largas no centro histórico, esse é histórico, é património da humanidade, é zona mais que consolidada, e o seu destino é a recuperação e reabilitação. Mas o Porto não é só a Baixa. A verdade é que fora do anel da VCI, o Porto é uma manta de retalhos. Falo em avenidas para consolidar a malha à volta da Baixa, mal consolidada, e para consolidar a cidade como tal, fora da Circunvalação, pois, tal como o TAF, defendo uma cidade alargada e com espaço para crescer. Eu gostaria de ver avenidas largas intermunicipais, que estruturem a cidade numa area bem mais ampla, para que a nossa cidade tenha estruturas para crescer por muitos e longos anos. Zonas pensadas de raiz, já com saneamento, electricidade, metro, ciclovias, zonas peatonais, amplos espaços verdes, etc etc...
Quanto a Nova Iorque, quem nos dera ter o metro deles. A batalha contra o automóvel não é ganha cortando-lhe espaço, mas melhorando a oferta de alternativas... e uma avenida larga será sempre uma avenida larga, mesmo que um dia seja completamente peatonal. Já uma avenida estreita, é para sempre estreita, e se engarrafar, já não se pode alargar. Acha bem que vivam 6.000 pessoas em Nevolgilde, a dois passos da Boavista e da Baixa, e depois tenhamos Vilas d´Este cheias de gente porque o Porto "não tem espaço", que precisam de se enfiar em filas de trânsito infinitas para ir trabalhar... mais valia construir uma moradia com piscina e jardim na Avenida dos Aliados....
Gostava de terminar com um pergunta: Caro Alexandre Burmester, qual o contexto e o papel da nova avenida, da forma como a pretende, no desenvolvimento unitário do Grande Porto?