De: Alexandre Burmester - "Um País são muitas cidades, uma cidade são muitas aldeias, e uma aldeia....são pessoas"
Caro Tiago Cortez
Tenho hesitado em responder-lhe, porque os seus comentários aos rasgos urbanísticos patentes pelo Planeamento Urbano do projecto da Nun'Álvares respondem por si. Mas já que tanto insiste…
Quero-lhe dizer que não tenho nada contra avenidas largas, prédios altos, ou grandes rasgos de visão e de actos urbanísticos. Naturalmente poderíamos defender uma espécie de Renovação Urbana para o Porto à forma de Hausemman, e à semelhança do que chegou a prever-se no Plano Auzelle, rasgar a Zona Histórica de Avenidas, como o que se fez com a Avenida da Ponte no bairro da Sé, ou então noutros erros urbanísticos implantar viadutos como o da Duque de Loulé. Como vê nem uma nem a outra duraram um século, e tivessem durado apenas 5 minutos e estaria bem melhor a cidade.
Confesso não perceber que raciocínio tão corajoso e inovador defende, querendo comparar as características urbanísticas de Valência, com as do Porto. Porque não com Nova Iorque?
Por acaso sabe a largura da 5ª Avenida – 30 metros, da Broadway – 30 m, Madison Avenue – 26 m, e a maior de todas, a Park Avenue com 14 Kms de comprimento, tem 39 metros de largura. Como pode ver, com as devidas proporções, a Via Nun'Álvares, grande via estruturante, que liga a Praça do Império à Boavista numa extensão de 1.400 m, é uma operação urbanística de um rasgo e visão para o futuro, que devia a todos deixar orgulhosos.
Mas o seu grau de conhecimento sobre a matéria está bem patente na sua frase em que diz que a população de Nevogilde (Arrabalde - que não considera zona habitacional) facilmente habitaria toda em dois ou três prédios. Pois tem toda a razão, os 6.000 habitantes caberiam nos 3 prédios feitos à escala da nova Avenida.
Alexandre Burmester