De: Rui Valente - "A angústia do Arq.º Pedro Lessa"
Como noutras ocasiões referi, não sou entendido em matéria de arquitectura mas é uma área de actividade que aprecio e pela qual me interesso tanto quanto se pode interessar um leigo com algum sentido estético (sei que a estética é relativa no conceito de alguns arquitectos, mas ajuda um pouco a olhar para as coisas com algum sentido crítico). A propósito, ainda hoje estou por perceber porque é que no plano de arquitectura (se é que ele existiu) das novas avenidas marginais de Leça e Matosinhos não foi contemplado o plantio de árvores e, se foi, qual a razão técnica ou outra qualquer para não o terem efectuado. É que basta-nos só imaginar, para termos a certeza que aqueles passeios, agora tão amplos, se estivessem arborizados só podiam valorizar o projecto. Mas, como disse, é apenas uma opinião pessoal.
Mas o que me leva a "intrometer-me" nesta área é mais o post angustiado do Arq.º Pedro Lessa, quando pergunta (e bem) onde param os contestários da actual Presidente da Associação de Comerciantes do Porto! Como eu o compreendo. Eu poder-lhe-ia responder sem grande risco de me enganar que o "conflito" deve ter sido ultrapassado - descontadas as devidas proporções - com uma "estratégia" semelhante à que foi aplicada recentemente no BCP entre Jardim Gonçalves e Paulo Teixeira Pinto e que levou este último a baixar a "crista" e a zarpar mudo e quedo, mas com a conta bancária bem mais recheada... Só pode. As "forças vivas" da cidade que o meu amigo reclama, não estão mortas, estão a dormir, mas também só acordam com um único modelo de despertador, chama-se: money! De preferência, muito Money!
É esta a bandeira ideológica das elites (cada vez me repugna mais o termo) contemporâneas. Ao que parece, outros há que começam a querer imitar-lhes a têmpera, mas por métodos menos cínicos e bem mais radicais: assaltam bancos!
Rui Valente