De: Cristina Santos - "Espero que tenha razão"

Submetido por taf em Segunda, 2007-08-06 22:47

Espero em 2009 estar aqui a cumprimentar o Rio Fernandes e admitir que fiz um juízo precipitado do plano do Governo. Espero que o País avance e admito que para isso devia confiar mais na maioria e colaborar, como bem diz o Tiago, com o que a maioria decidiu.

Resta-me justificar porque tenho esta opinião, não a tenho por birra, parto do pressuposto que os objectivos do país são: reduzir o peso dos impostos no bolso dos cidadãos, e maior eficiência na transformação dos impostos em funcionalismo. Coloco reticências ao plano de Sócrates, porque me parece que avança mais depressa no abate do que na plantação, acho que inevitavelmente vai haver época de «fome», são várias medidas radicais tomadas ao mesmo tempo e sem criar as devidas alternativas.

Para o momento, garantir que pagamos menos não passa só por todos pagarem impostos, passa também por colocar no desemprego fracção significativa da sociedade média, que é constituída em boa parte por funcionários públicos; fiscalizar e elevar as regras às médias empresas, que até aqui se toleravam, alegando-se que se não podem pagar ao Estado também não têm condições de existir. E só nestas duas situações vai metade da sociedade média. A que resta não investe, guarda os recursos por não saber quando acaba a crise.

Para pagarmos menos vamos ter de forma generalizada de suportar portagens nas SCUT, fiscalização apertada na regulação do trânsito, mudança no código da estrada, aumento de valor de coimas, novos impostos. Acabar com a Urgência numa Vila que serve pessoas que só para chegar à estrada nacional circulam 20 quilómetros em estrada municipal de montanha, e encher os Hospitais que já agora rebentam pelas costuras.

Parece-me, assim, que os apoiantes do Governo se reduzem a duas fracções e isso a ser correcto é preocupante, apoiam o Governo os ricos e os pobres. Cumulativamente são estes que pagam menos impostos, uns porque estão em minoria e outros porque não podem. Por último, há várias camadas da população que apoiam de forma desviante as iniciativas devido à imagem que é dada, moradores de bairros sociais, beneficiários do rendimento mínimo, comerciantes fraudulentos cuja clientela aumentou, concluem dos procedimentos que os professores ganham demais, que não merecem respeito, que as médias empresas não pagam imposto, que quem tem carro deve pagar a SCUT, gera-se um clima social adverso, uma espécie de justiça social que vai minar parte do desenvolvimento que supostamente se visa atingir. Veja-se localmente: quando eles próprios são obrigados a pagar mais, ou a usufruir de menos, opõem-se.

É por estas razões que acho que a Oposição deve acordar, deve fiscalizar se esta sobrecarga da sociedade média, está a ser bem medida e não terá consequências fatais para o País. O que preocupa agora é a Oposição dar em conjunto com o Governo uma resposta séria ao País, há um desfazamento total, assim não há democracia e cometem-se excessos.

Quanto ao apoio ao Dr. Menezes, o que se perde entre Marques Mendes ou Menezes? Não vejo diferenças que não sejam Capital e Regiões, a história é sempre a mesma. Tem tantas hipoteses Marques Mendes de chegar a primeiro, como tem Menezes, um por excesso, outro por falta.
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Cristina Santos