De: F. Rocha Antunes - "Importa-se de concretizar melhor?"

Submetido por taf em Quinta, 2007-07-05 00:40

Caro Ricardo Coelho

Como se calhar já reparou eu sou promotor imobiliário. E não entendi bem o que afinal quis dizer com o seu post. Como não o conheço, não vou ironizar com o seu texto, senão diria que tenho a parte litoral da AMP a meu soldo, porque a escolher escolhia a parte com frente de mar, onde as casas, por maldade dos promotores imobiliários, custam mais que nas zonas interiores. Mas é melhor não brincar com estes assuntos que nem toda a gente tem o mesmo sentido de humor.

Esclareça-me então: temos construção a mais no Porto, nos anos de Rui Rio como presidente? Se não for pedir muito, onde foi buscar essa informação? E comparando com o quê, já agora.

As autarquias estão sob o domínio dos promotores imobiliários, disse. No caso do Porto, importa-se de dizer quem são esses promotores? Gostava de saber se estou incluído e, se não estou, quem está.

Também gostava que me explicasse como se ganha dinheiro fazendo prédios e vendendo apenas uma pequena parte, porque até agora eu ando enganado e faço um esforço sempre muito grande para os vender todos. Devo estar a passar ao lado de algum grande negócio e gostava de aprender consigo. Sou assinante do Economist e pelo que li a bolha imobiliária é de facto muito grande mas não estava escrito em lado nenhum que era em Portugal. Deve ser do facto elementar do mercado imobiliário português estar em quebra no numero de casas construídas desde 2002, segundo o INE. Há 5 anos, portanto. Qual é a parte que o Ricardo acha que é bolha?

Eu, além de escrever neste blogue, trabalho há muitos anos, antes mesmo de Rui Rio sonhar ser presidente da Câmara do Porto, para que a Baixa do Porto volte a ser um lugar com mais gente. Claro que faço isso por egoísmo, porque não gosto de morar cá sozinho. Mas aposto consigo que o desfecho não vai ser o que vaticina. Convido-o para beber um copo daqui a 5 anos no Guarany para ver quem tinha razão. E não leve a mal o tratamento com alguma familiaridade, é apenas para tornar mais leve a reacção ao monte de acusações que fez.

Francisco Rocha Antunes