De: Pedro Lessa - "Os outros problemas do comércio tradicional"
Esta questão dos horários oferece pouco de novo à discussão do funcionamento do comércio tradicional na Baixa. Contudo, nunca é demais discutir e fomentar este factor como impulsionador dos outros bem mais importantes. O exemplo do portal sugerido por Paula Morais seria bastante interessante e útil. Já aqui afirmei várias vezes que uma das possiveis metodologias a usar nesta discussão seria a de quantificar as condições que uma grande superfície oferece aos seus utentes e aplicá-las na Baixa. A questão dos horários, a meu ver, torna-se relativamente secundária, porque mesmo que fossem mais alargados, as pessoas não viriam na mesma.
Falando no meu caso concreto por exemplo, tenho porta aberta em pleno Centro Histórico e não seria por estar aberto até às 22 ou 23 h que os meus clientes teriam mais facilidades de cá vir relativamente, por exemplo, a estacionamento. Não existe, seja dia ou seja noite.
Quando converso com clientes regulares, e muitas vezes já está a ser via telefone porque desistem de cá vir, os argumentos são sempre os mesmos: falta de estacionamento, parques caríssimos, espaço público sujo e deteriorado, sensação de insegurança enorme.
Fazendo o paralelo com os shoppings, temos estacionamento de graça, corredores a serem limpos constantemente e segurança visível a todo o momento.
Enquanto a admnistração local se demitir das suas obrigações relativamente a questões como referi anteriormente, nunca a Baixa irá evoluir. E mesmo que sejam os próprios comerciantes a unirem-se para tomarem medidas que não lhes compete mas que quem de direito não toma, surgem entraves de toda a espécie para a sua concretização. Já existem exemplos no passado, desde a cobertura de ruas, contratação de segurança privada etc etc. que morrem à nascença. A título de exemplo, vamos ver o que dá a iniciativa da Associação de bares da Ribeira relativamente à instalação de um sistema de câmaras de segurança.
Cumprimentos,
Pedro Lessa.
pedrolessa@a2mais.com