De: F. Rocha Antunes - "O tamanho importa!"

Submetido por taf em Terça, 2007-04-17 14:05

Meus caros

Num artigo que aparece hoje no Público, refere-se que um investigador português, Luis Bettencourt, liderou uma equipa que estudou o comportamento e as dinâmicas das cidades. E esse grupo tirou conclusões importantes que deveriam ter consequências na discussão que tem havido por aqui nos últimos tempos.

Ficou demonstrado que quanto maior é a cidade maior é o crescimento económico e a velocidade com que tudo se faz. E maior é a poupança e eficiência na utilização de recursos.

Como cidade da Ciência e do Conhecimento, o Porto devia preparar-se para alterar o modelo de urbanização e favorecer fortemente a concentração e densidade, variáveis essenciais à dimensão de qualquer aglomerado urbano. Só assim poderá recuperar os níveis de prosperidade e eficiência que permitem inverter o ciclo de decadência económica em que a região mergulhou por esgotamento do modelo industrial de mão-de-obra barata. E não se pense que o centralismo do Porto é mau para as restantes cidades, porque o centro ou tem dimensão e cria massa crítica ou não, e não são as cidades dos arredores que o fazem em vez dele. A ideia de ter uma Agência de Investimento para Gaia que vai apresentar o concelho aos investidores estrangeiros, por exemplo, é a demonstração do que é gastar recursos numa lógica paroquial. O que faria sentido era ter já sido criada uma agência de investimento para toda a Área Metropolitana do Noroeste, tal como é definida pelo PNPOT. E para isso não é preciso alterar lei nenhuma, basta a vontade.

Se os autarcas da região quiserem realmente servir as populações, quando acabarem as discussões á volta do Metro devem iniciar as conversas de aumento e intensificação da cooperação entre municípios a todos os níveis. Se souberem sentir o caminho, podem recuperar o seu papel na História. Se continuarem neste campeonato de gansos, a ver quem tem o pescoço mais comprido, são responsáveis pelo atraso de todos.

O mapa que António Alves nos trouxe é elucidativo daquilo que muitos, como eu, sempre aqui defendemos: o Arco Metropolitano do Noroeste tem dimensão para ser o dínamo de uma região próspera e dinâmica. E isso, meus caros, por muito que nos custe, só depende mesmo de nós, não dos galegos nem dos lisboetas. Apenas de nós. Saibamos ser empreendedores, rigorosos, criativos e trabalhadores e os resultados aparecem. O resto é conversa de café.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário