De: António Alves - "Fins e Princípios"
Cara Cristina Santos
A regionalização é uma tarefa exigente e exige consenso? Concordo. A união é necessária? Concordo. Mas os fins não justificam todos os meios. Há princípios que são inultrapassáveis. Erguer o populismo reaccionário de Rui Rio como bandeira da regionalização não é, de modo nenhum, uma mais valia. Eu não estarei nessa barricada.
As minhas propostas sobre a regionalização poderá lê-las aqui, ao longo dos numerosos posts que já neste blogue publiquei, e também aqui (post: REGIÃO NORTE - Porto, Braga ,Trás-os-Montes ...), uma espécie de resumo geral das minhas ideias.
Por norma nunca me refiro a ninguém em concreto. Prefiro falar em abstracto e deixar a discussão no campo das ideias. Excepto quando comento ou me dirijo a um qualquer protagonista político eleito. Isto porque tenho esse direito e ele a isso tem que estar sujeito. Foram eleitos também por mim e são pagos também por mim e assumiram essa condição de livre vontade. De certo modo são meus funcionários e têm a obrigação de me prestar contas e sujeitar-se ao meu escrutínio crítico. É certo que muitos deles (a maioria) julga-se, erradamente, acima destas condicionantes. Mas é assim que eu entendo a democracia.
Em nenhum parágrafo do meu post disse que os que ficaram no Porto eram menos inteligentes. São conclusões suas e por elas responderá. O que eu sei, e isso é um dado objectivo, é que o concelho (repare: não escrevi cidade) do Porto perde cerca de 12 habitantes por dia. Habitantes que são dos mais jovens, mais instruídos e qualificados. Esta sangria acentuou-se nos tempos de Rui Rio. Talvez porque não vislumbrem, e isto é pura especulação da minha parte, qualquer inversão no percurso descendente do Porto concelho.
Não alcanço o que o Metro tem a ver com cosmopolitismo. Principalmente na cidade pioneira do transporte urbano sobre carris em toda a Ibéria. Ainda os outros andavam a penates e por cá já andavam de americano.
Já que me questiona directamente, há uma outra coisa sobre a qual também nunca estaremos de acordo: a mim jamais me verá a congratular-me com acções desumanas (podia usar outro género de adjectivos), executadas por alguém escudado no aparelho repressor do estado, contra grupos de seres humanos fragilizados. A minha misantropia não chega a tanto. De todos os "ismos" deste mundo eu só me identifico totalmente com um: o humanismo cristão. Princípios.
Eu nasci no Porto e por cá também vivo. Vivo também noutros sítios. Com o prazer possível. :-)
Cumprimentos tripeiros,
António Alves