De: Pedro Aroso - "Think together"
O António Alves apresenta argumentos pertinentes e bem fundamentados, mas insuficientes para me convencerem de forma inequívoca. Vamos por partes:
"Porto, Gaia, Valadares, Francelos, Miramar, Aguda, Granja e Espinho estão ligadas pelos excelentes (dizem que são os melhores da Europa) comboios suburbanos da CP Porto".
Se eu vivesse num dos concelhos envolventes do Porto, detestava que me chamassem "suburbano"… Este é um conceito elitista, que também existia em Lisboa, mas que o Metropolitano, à medida que se vai expandindo, se tem encarregado de apagar essa conotação. A tendência de crescimento é para um tecido urbano contínuo, como já se verifica na relação do Porto com Matosinhos.
"São cerca de 40 comboios em cada sentido das 05:45 às 00:30. Seria absurdo duplicar infra-estruturas acrescentando-lhe uma linha de metro".
Eu não falei em duplicar infra-estruturas, mas sim na sua reconversão, por isso citei os exemplos das linhas da Póvoa e da Trofa. Por aquilo que li, não é essa a ideia da Junta Metropolitana do Porto, que pretende levar a linha do Metro a passar pelos Carvalhos.
"É possível chegar à Vila da Feira de comboio a partir de Espinho utilizando a Linha do Vouga".
Acredito que sim, mas uma "ligação" desse tipo representa o corte umbilical com a cidade do Porto e todas as suas infra-estruturas hoteleiras. Não estou a ver os estrangeiros, ou mesmo os portugueses, hospedarem-se no Porto e depois, para chegarem ao Europarque, terem que ir de autocarro ou táxi até à estação de S. Bento, para apanhar o comboio até Espinho, onde terão que fazer o transbordo para a linha do Vouga…
"Do Porto à Póvoa chegava-se mais confortável e rapidamente de comboio do que hoje se chega de metro".
Mais confortável? Duvido. Mais rápido? É possível, mas também não nos podemos esquecer de uma coisa: quem perdia o comboio, ficava uma hora à espera do próximo; hoje, só tem que aguardar uns minutos. Por outro lado, o número de utilizadores aumentou exponencialmente, superando as projecções mais optimistas.
É provável que a Junta Metropolitana do Porto não tenha planos para envolver a sociedade civil neste debate, mas era bom que o fizesse. Daí o meu apelo: "Think together", ou seja, pensem em conjunto.
Nesta fase, acho salutar debater o problema até à exaustão, começando mesmo por provocar um brainstorming, fazendo tábua rasa de todas as ideias pré-estabelecidas, mas tendo sempre em mente que o planeamento não pode ser pensado com base na realidade actual.