De: Cristina Santos - "A paróquia é que faz o santo"

Submetido por taf em Quarta, 2007-03-14 12:26

Caro Rui Valente

É normal que as grandes empresas procurem estar próximas dos centros de decisão, até as pequenas empresas são diariamente aliciadas para procurar trabalho em Lisboa, ganha-se mais e o mercado é maior. Há potencialidades internas que não dependem de Lisboa, nem de nenhuma política, dependem de nós, da nossa iniciativa. Se o Porto não gerar os seus próprios capitais não terá poder nenhum, que poder tem quem é pobre, vamos reclamar caridade?

Não vale aspirar a que o Governo leia blogs, nem acho que devamos ficar a espera de um político de costas largas, vamos trocar impressões com quem lê, vamos dirigir-nos ao mercado que temos, não àquele que visamos ter. Não há empresa grande que se sustente onde não existe habitação, movimento, comércio de proximidade, os pequenos juntos são tão importantes como os grandes. Há muito capital disperso, as infra-estruturas do Porto estão terminadas, há investimentos significativos em curso, há a machadada que o Sócrates deu ao Norte, há toda uma série de circunstâncias que fazem a oportunidade.

Nas grandes empresas e parcerias, de certeza já se fala neste assunto, não podem é vir falar a público, nos quadrantes políticos em todo o lado se fala e se percebe, mas o povo tem que estar lá, tem que estar pronto para votar Sim à regionalização. O Sócrates está muito bem por agora, nós apoiamos as suas iniciativas em nome do equilíbrio, mas se o Porto vencer 2008, diminuir desemprego, consolidar parcerias e atacar em 2009 com todo o Norte unido, não há Sócrates que não caia, não há candidato que não nos prometa referendar a regionalização.

Gostava de ver os pequenos/grandes empresários a patrocinar a política, mas pela região, não por prédios ou construções no parque da Cidade. Não se vai à luta sem armas, a política só se segura nos braços do povo, se o povo baixar os braços... Acho que já ninguém se lembra, eu própria me lembro mal, de o Porto ter uns milhões largos a render e de se decidir na altura que o dinheiro das câmaras devia estar todo investido, perdi o rasto desses milhões e não foi Lisboa que os levou. Da minha parte acredito bem mais nas lojas do meu quarteirão do que nos políticos, se elas se mantiverem abertas com bons funcionários, garantem capital, os políticos só entram quando há capital e aí há muito por onde escolher, quando não há crise o povo escolhe muito bem.

Ps. Recuem por favor a 2001.
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Cristina Santos