De: Rui Valente - "As «barbaridades» de Pedro Aroso"

Submetido por taf em Quinta, 2006-04-13 15:28

No post scriptum do meu último apontamento, tive o bom senso de prometer abster-me de voltar a comentar Rui Rio, à condição de outros bloguistas seguirem o meu exemplo, para o melhor e para o pior. Como já esperava, não fui bem sucedido nesse intento, porque sei da simpatia de que o autarca goza por entre alguns do que aqui opinam, embora de forma não declaradamente assumida. Já começo a conhecê-los, mas não será isso que me irá inibir de dizer o que dele penso, "nem que o céu me caia em cima da cabeça", como diria Asterix! Portanto, não me responsabilizem por continuar a dar corda ao assunto Rui Rio só porque não penso o que outros gostariam que eu pensasse acerca dessa pessoa.

Agora, quero agradecer os parabéns que me foram endereçados de forma clara por Pedro Aroso e retribuir-lhe o piropo dizendo-lhe o que penso sobre barbaridades.

Barbaridade nº.1, é:
a convicção de que se pode ser sério ao domingo e deixar de o ser à segunda-feira! A seriedade é a única coisa que, para ser genuína tem de ser absoluta, senão, não é seriedade, mas uma imitação foleira. Ou se é sério, ou não se é, ponto.

Barbaridade nº.2, é:
procurar confundir responsabilidades no que à autoria do processo movido à Câmara do Porto respeita que, como todos sabem é de Pulido Valente (seu colega de profissão) e não minha, que apesar de me chamar também Valente, nada tenho a ver com o mesmo. Por isso, para ser mais preciso no "alvo" sobre aquilo que imagina ser uma barbaridade, sugiro que lhe dirija a simpatia a ele e não a mim.

Barbaridade nº.3, é:
ter de lembrar que o meu comentário não traduziu a minha opinião sobre a razoabilidade da iniciativa do processo, mas apenas a constatação de factos explícitos e implícitos no mesmo, segundo os quais se confirma a ilegalidade da obra!

Entre os 24 pontos constantes da exposição da sociedade de advogados MSP defensora da causa que Pulido Valente aqui notificou, apenas vou destacar a última, a nº.24, precisamente, que é bastante elucidativa e reza assim:

"Se o Shopping Bom Sucesso ficar de pé, se a lei não se cumprir, se os autores das ilegalidades cometidas forem dispensados das suas responsabilidades pela comiseração do Município do Porto, qualquer cidadão se sentirá autorizado e incentivado a fazer o mesmo, desde que seja suficientemente grande para tornar dispendiosa a sua demolição, qualquer edifício pode ser levantado sem receio da execução da sentença que, porventura, venha declarar nula a respectiva licença."

Poderia estar aqui a exemplificar um sem número de "barbaridades", mas fico-me por aqui. Apenas direi aos acólitos de Rui Rio que o maior problema com que vão ter de lidar nos próximos tempos é confrontar a seriedade de Rui Rio com a da justiça e a do próprio Pulido Valente, para já não falar dos sinais de retrocesso do autarca, no que à regionalização se refere. Foi contra, mas já começa a esboçar um "NIM", daqui a tempos, talvez o ouçamos a dizer SIM, ao bom estilo de quem tem firmes convicções!

Rui Valente