De: JA Rio Fernandes - "(In)dependente"
Pensava dever ficar um pouco de descanso, depois de muitas intervenções a contra-corrente, a propósito da nova polémica sobre o metro. Mas o novo repto, agora vindo de José Silva, leva-me a voltar ao tema.
De facto, penso que estamos os dois (e muitos mais), de acordo que:
- - a lista de disparates do metro/da Metro do Porto é demasiado longa e com matéria demasiado importante para quem quer que seja considerar que está tudo muito bem deixando tudo tal qual como está;
- - a presença de presidentes de câmara (e um ex.presidente de câmara) em maioria na gestão desta empresa é uma aberração, até porque as câmaras não têm capital significativo na empresa.
Mas claro que:
- - o facto da gestão ficar centralizada, isso não é garantia que tudo vá correr na perfeição – outros riscos virão e o importante é ter dirigentes capazes e os meios para fazer bem o que é preciso fazer;
- - tem havido muito mais disparate pelo país fora e as mudanças não podem ficar apenas pela Metro do Porto – há mais do que razões para acreditar que assim é.
Relativamente aos aspectos mais pessoais, tive já ocasião de referir noutra ocasião como e porquê resolvi entrar num partido, como senti sempre total liberdade para emitir a minha opinião e porque entendo que era importante para mais pessoas disponíveis para trabalhar pelo colectivo envolverem-se na política activa por esta forma, clássica, chata, onde se despende muita energia nem sempre com a compreensão dos outros.
Sobre ambições e possibilidades, aprendi também a nunca dizer nunca em relação ao que possa ocorrer no futuro e já fui candidato a muita coisa (Presidente de Junta de Gondomar-S.Cosme, nº 2 da Câmara de Gondomar, Presidente da Assembleia Municipal de Gondomar, líder da bancada parlamentar socialista na Assembleia Metropolitana do Porto), mas talvez lhe dê uma indicação em relação ao repto que lança:
- - saber que fui convidado por duas vezes para nº 2 nas listas do PS à Câmara do Porto (e numa das vezes isso significa ter chegado a Presidente);
- - verificar que um qualquer candidato independente só extraordinariamente conseguirá mais do que 5% dos votos (as excepções de Oeiras, Gondomar e Felgueiras são isso mesmo, excepções, de resto muito compreensíveis);
- - verificar o espírito de abertura do PS a não militantes (ver lista à Câmara do Porto, ou mesmo a composição do Governo ou da bancada na Assembleia da República);
- - entender que a compreensão e amizade que tenho sentido por parte de muitas pessoas que fazem o PS (e incompreensão e oposição de outras, é certo), leva-me a acreditar que nunca integrarei listas concorrentes das daquele que escolhi como o meu partido e com o qual me sinto totalmente identificado.
Quanto à Metro e à sua administração, mesmo sem conhecer o modelo de gestão que a Senhora Secretária de Estado irá anunciar, como é da sua competência e me parece absolutamente necessário, além de tudo o que disse antes, direi ainda que conheço 2 ou 3 pessoas que fariam um excelente lugar, com isenção e sentido de responsabilidade, as quais são do Norte e estou certo que não suportariam uma relação de submissão. Mas permita também que diga que não permitirei que, entre os que me conhecem um pouco, alguém possa pensar que as opiniões que emito sobre o Metro possam estar condicionadas por qualquer ambição pessoal (o que não é o seu caso, porque creio que não nos conhecemos, ou então desculpe-me que não consigo ligar a cara ao nome).