De: TAF - "Dia de Reflexão"
Nota prévia: este texto não é uma brincadeira de 1º de Abril. :-)
(Actualizado às 19:50)
Na próxima segunda-feira vou promover um dia de reflexão no blog... :-) Ou seja, não vou publicar nenhum post. Tento com esta iniciativa chamar mais uma vez a atenção para a inércia que se verifica no Porto no que respeita a iniciativas concretas da sociedade civil para ajudar a melhorar a situação da região.
É certo que há quem esteja a fazer aquilo que está ao seu alcance. É certo que nem tudo é mau. Mas também é certo que podia ser incomparavelmente melhor!
Continua a haver um enorme défice de colaboração entre pessoas com características complementares. Seja porque elas não se conhecem umas às outras, seja porque têm tido outras prioridades, seja por desânimo, a verdade é que não se vê desenvolvimento minimamente proporcional ao potencial da região nem o “efeito de rede” a funcionar. E então tudo o que implique arriscar dinheiro, por pouco que seja, parece afugentar mesmo o português financeiramente mais confortável, com honrosas e notáveis excepções...
Conheço inúmeros projectos que estão parados por falta de capacidade de investimento dos promotores, pois não conseguem angariar capital em montantes que são quase ridículos para qualquer investidor médio (particular, empresa, instituição financeira, fundação, …). Em alguns desses projectos eu próprio estou aliás envolvido, como já aqui referi. Apesar dos inúmeros programas de apoio estatais, de linhas de crédito ou micro-crédito bancário, de incubadoras e empresas de capital de risco, de parques tecnológicos, os factos não dão margem para dúvidas: há muita coisa a funcionar mal na nossa economia – o que se fez até agora não basta.
Será incapacidade dos empreendedores? É possível que seja parte da explicação, mas altamente improvável que seja a única. Por isso mais uma vez me disponibilizo como “catalisador”: procuro entre os visitantes d’A Baixa do Porto ou na sua rede de conhecimentos quem tenha disponibilidade para conversar comigo sobre este assunto e tentar, em conjunto, alcançar resultados palpáveis. Isto de ambos os lados: procura e oferta de capital.
Apesar de me querer limitar a projectos auto-sustentáveis, não me refiro exclusivamente a iniciativas empresariais. Já antes fiz aqui referência, por exemplo, ao “empreendedorismo social”, tão bem ilustrado numa edição recente do Economist. Também me parece recomendável adoptar sempre que possível uma perspectiva internacional para qualquer iniciativa destas – ficarmos fechados no nosso pequeno mundo é o pior que nos podia acontecer.
Um exemplo, entre muitos possíveis: não teremos no Norte competência para participar em iniciativas economicamente viáveis como as que o Acumen Fund ou a TechnoServe promovem? Não conseguiremos ser úteis a terceiros sequer em terras que conhecemos bem, como os PALOPs? As nossas criatividade e capacidade de gestão não conseguirão juntar o útil ao agradável, aliando solidariedade social, desenvolvimento sustentável e negócio?
Os meus contactos são estes:
Tiago Azevedo Fernandes – taf@etc.pt – 91-663.03.96.
(Já agora, para quem quiser saber melhor quem sou, o que penso e o que tenho feito, o meu curriculum vitae está aqui e o meu blog pessoal é este.)
Referências:
- Sugestões para o Porto
- O “empreendedorismo social”