2012-12-02
Perto de 200 anos nos separam da última reforma territorial, bem sei que os tempos são outros, de maior exigência, mas não concordo com este modelo de agregação de freguesias, nomeadamente no Centro Histórico do Porto. O processo está virado do avesso, devia-se começar pela regionalização do território, mas em vez disso fazem mapas nos gabinetes, que em nada servem as populações locais. Nas últimas eleições para as autárquias nenhum presidente de junta recolheu mandato popular para agregar freguesias, mas sim para servir a população do Centro Histórico, como foi o caso da nossa freguesia de São Nicolau. Fazer uma reforma que retira a identidade ao povo, o sentimento de pertença, a história e a cultura, é apunhalar a população. Reduzir freguesias do burgo portuense com base na poupança de dinheiro é falso, porque só sai dos cofres do minicipio 4% do orçamento para as 15 juntas da cidade.
A proposta que conheço para o Centro Histórico é de agregar a nossa freguesia com Sé, Vitória, Miragaia, Santo Ildefonso e Cedofeita. Ora meus amigos onde estão os critérios de agregação, a freguesia de Cedofeita tem cerca de 20 mil habitantes, ora no caso deste mapa ser aprovado ficamos com uma mega-freguesia que virá a ter cerca de 40 mil habitantes, maior do que alguns concelhos de Portugal. Na assembleia de freguesia de São Nicolau defendemos por maioria ser contra qualquer tipo de fusão e dissemos que São Nicolau precisa é de mais transferências de poderes e de verbas por parte da edilidade portuense. Com a minha humilde opinião, acho que o governo da nação não deveria fazer esta agregação de freguesias sem ver, ouvir, sentir o que o povo quer para si, pois faltando pouco tempo para as eleições autárquicas fica uma organização territorial feita à pressa (mal feita), que depois outro governo terá de corrigir. Penso que deviam ser feitas eleições nos mesmos moldes das anteriores e então depois, com estudos aprofundados e feitos junto das populações, fazer a regionalização e a respectiva agregação de freguesias.
Sr. Augusto Küttner, José Ferraz Alves, Pulido Valente e Alexandre Burmester
Não há banco (social) ou banco (de fomento) ou banco (alimentar) que, por decreto, acabem com a pobreza (ou seja, com a riqueza). A sociedade fabrica pobreza e riqueza em simultâneo e a partir uma da outra, embora isso só se perceba à segunda vista. A minha primeira "consciência de classe" (classe dos outros): 6 anos de idade, fui entregar com a minha mãe roupas a casa de uma senhora que fazia as limpezas em casa dos meus pais. Era um sítio estranho, sombrio, estreitíssimo (- "Isto é uma rua?") e pelos vistos (?) "ali" mora gente (- "Onde?" Não vejo casas, mãe?)... Era uma ilha. portanto. Foi uma experiência chocante para mim, enquanto pessoa que tinha televisão em casa, comia três vezes por dia, vivia numa casa com janelas e tudo, saber que "ali", escondidas do mundo viviam uma série de famílias. Escondidas. Chocante!
Expropriar propriedades, lançar as empresas em modelos de autogestão, colocar Comissões de Trabalhadores à frente de fábricas e escritórios, nacionalizar os principais sectores produtivos, acabar com a banca privada claro, fomentar o cooperativismo, etc, etc... Ou seja, não precisarmos de nenhum "ministério da pobreza", mas termos uma sociedade que, como regra comum, tenha mecanismos normais de repartir O BOLO todos os dias e a todas as hora. Vai-se produzindo e vai-se repartindo em simultâneo.
Caro Alexandre Burmester,
Acerca do seu post sobre a CP, embora esteja carregado de razão em muitas coisas, falta à verdade em algumas.
Primeira: "Só os maquinistas da CP ao fazerem greve não perdem o salário, porque o Sindicato reembolsa-os". Esta afirmação é incorrecta. Os maquinistas, além do seu normal desconto mensal de 1% de quotização sindical, descontam mais 1% suplementar para alimentar um fundo de greve que depois os reembolsa quando fazem greves e perdem por essa via salário. Isto é, os maquinistas pagam-se a eles mesmos. São organizados, precavidos e inteligentes. Qualidades que infelizmente rareiam em Portugal a todos os níveis e sectores.
Segunda: a CP tem actualmente resultados operacionais equilibrados. E não é de agora, é uma tendência que tem vindo a sustentar-se nos últimos anos. A dívida acumulada deve-se sobretudo a investimentos feitos em infraestruturas e material circulante que cabia ao Estado e este nunca assumiu, atirando desse modo a empresa para o endividamento. Tal como as estradas, as vias férreas também têm de ser pagas. Só que neste último caso apenas as citadas empresas têm arcado com os seus custos.
Quanto ao resto, embora tivesse algo a dizer, já não tenho sequer paciência para andar a repetir a mesma coisa anos a fio.
Cumprimentos,
António Alves
Isto chegou a um ponto tal, que as rendas de apartamentos (não moradias, não andares!), mesmo não elevadas, até pelo contrário, e não falando de rendas de há 20, 30, 40 anos, mas de 2, 3, 4 anos, baixam para o ano, caso inverso os inquilinos não têm como pagar! Estamos todos a ser tão, tão espremidos, que mal temos dinheiro para sobreviver! E se até aqui víamos o Porto com prédios e prédios "livres" para venda, hoje começamos a ver o Porto com andares e andares, vagos, para arrendar... Estamos a cultivar um deserto de betão, que já não só no Porto, mas em todo o Grande Porto, em todo o País... A juntar a isto a emigração num País todo desarrumado... aonde vamos terminar?
1 - Existe uma lei apropriadamente chamada de limitaçäo de mandatos.
2 - Cujo objectivo é, pasme-se,limitar mesmo mandatos! (Mas é mesmo?)
3 - No entanto, "parece que um parecer" da CNE e uma vontade imensa do PPD/PSD em candidatar M. a esta câmara do Porto fazem milagres. (Existem milagres?)
4 - Custe o que custar, em lado algum da tal lei se fala em limitação de mandatos para esta, essa ou aquela autarquia. Fala-se em "limitação de mandatos": qualquer tolo percebe, de tão simples.
5 - Por uma vez que a lei - rara vez - seja simples e clara, tinham que vir complicar (olhós-espertos), "interpretando-a" (texto poético que precisa de interpretação?) Refazer as leis à medida do seu interesse não só não é bonito como é feio também...
6 - Nestas autárquicas então, qualquer dinossauro autarca se pode re-re-recandidatar ao respectivo município adjacente a poente, nascente ou nor-nordeste do seu actual município.
7 - Alguém levará o caso da re-re-recandidatura de M. ao "Constitucional"? A CNE já era, depois desta.
8 - Coisas estranhas acontecem, sobretudo nestes dias em que pessoas Marxistas como eu (...pelo ramo "Socialista-Revolucionário") têm de vir ensinar as leis e a Constituição às gentes dos arcos da governação, guardiães do seu sistema (deles), em vez de nos focarmos em programas perigosos e "radicais", em que é suposto estarmos focados :-)
Só uma empresa é que consegue a proeza de gastar um dinheirão a modernizar uma linha e conseguir ficar pior, mas sem nunca ninguém ser responsabilizado.
Só uma empresa é que tem Alfas Pendulares que não podem cruzar em curva a alta velocidade, porque se enganaram nos cálculos.
Só uma empresa que gere e faz o transporte ferroviário não consegue apresentar preço e serviço para o transporte de mercadorias.
Só quem tem de trabalhar e depende da CP é que não percebe a utilidade de uma companhia que pára e faz greve por mimos sindicais irrealistas, que vão infernizando a vida das pessoas.
Só os maquinistas da CP ao fazerem greve não perdem o salário, porque o Sindicato reembolsa-os.
Só uma empresa que desde há 100 anos vem diminuindo de qualidade e de importância consegue ir sobrevivendo até aos dias de hoje.
Só uma empresa que perde por dia mais de 1 milhão de euros consegue ainda ter o desplante de parar e não deixar trabalhar quem lhe paga as contas.
Só quem mal conhece a CP e a sua prima REFER é que poderia ficar espantado com a sua atitude perante a linha do Douro.
Só nós, os Portugueses, para assistirmos todos os dias a este desrespeito e não fazermos nada.
Por mim, estou em greve.
Enquanto a CP tiver privilégios que eu que os pago não tenho, não ando de comboio.
Caro Pulido.
Não tenho qualquer pretensão de saber mais do que tu ou mesmo de quem quer que seja. Contudo não partilho dessa forma de ver o mundo, como se houvesse uma conspiração de uns tantos, por sinal os “ricos” do “capital”, que andam a manipular meio mundo para que todos, os “pobres”, ou “desgraçados” no final vivam escravos desta sociedade.
Não partilho desse formato tão de esquerda. Concordo que a sociedade de consumo em que vivemos escraviza-nos nas necessidades e anseios, sem que na maioria das vezes não se questione o porquê, mas se todos somos escravos, também todos somos manipuladores e por vezes “donos do dinheiro”. Não vejo é como simplificar tanto a vida que nos envolve, nem vejo necessidade de fazer caça às “bruxas”.
Se há maneira de responder à pergunta que fazes, fica aqui a sugestão de quem acha que não há um problema, mas sim tantos quantas as pessoas que existem e por isso não há uma solução, mas tantas como as anteriores. Mantém os princípios e os valores, sejam eles quais forem e resolve, os teus e a cada um, um problema de cada vez.
Abraço
Alexandre Burmester
- Grupo Pestana investe 6 milhões na ampliação do hotel do Porto - Mas então a hasta pública de 3 dos prédios é só no próximo dia 7, e o negócio já é dado como concluído?
- Mais um episódio da Videoteca Bodyspace com o Porto ao fundo, sugestão de André Gomes
- Arrendamento habitacional de imóveis municipais - Hastas Públicas - Na Foz/Nevogilde! (Não é habitação social.)
Quatro sugestões de Tiago Barbosa Ribeiro:
- Pizarro sugere aumento de eficácia energética nos transportes
- Manuel Pizarro defende suspensão da privatização da ANA
- PS lembra ao Governo urgência na transferência de 21 M€ para Centro Materno-Infantil do Norte
- Autárquicas 2013: Manuel Pizarro: O Porto está "apático"
- Rui Moreira defende que "o futuro do Porto passa pela reabilitação" - A SRU devia ser extinta e as competências passarem para a nova freguesia central do Porto (Baixa + Centro Histórico)
No exercício da cidadania a que somos obrigados, a grande dificuldade na comunicação é saber onde estão aqueles com quem ainda se deve estar em contacto e, com eles, tentar fazer alguma coisa de útil para os milhões de desgraçados que precisam de ajuda. Há muito tempo que penso que os donos do dinheiro têm absoluto controle sobre a generalidade das pessoas pois pagam-lhes para que elas comprem o que eles põem à venda e, se sobra algum, recebem nos bancos o dinheiro que é deles e só foi emprestado para que as gentes produzam e façam filhos que as substituem. Assim mantêm os escravos que para eles trabalham com a certeza de que a mão de obra não vai faltar. As pessoas julgam que vivem e fazem as escolhas que querem para governar as suas vidas.
Por esta razão nunca me juntei a nenhum grupo organizado que pretenda fingir que pode tomar o poder ou de alguma maneira condicioná-lo. No entanto tenho tido sempre vontade de lutar contra esta situação de escravatura generalizada tentando contribuir para que outrem abra os olhos para a situação de dependência e falta de liberdade que está instalada. Só que os nossos donos tiveram tempo para nos arregimentar sob diversas formas de domínio quer nos empregos quer na cultura quer no desporto quer nas nossas horas livres. Estamos escravizados como as bandas desenhadas de há cinquenta anos previam, só que não foi necessário sermos invadidos pelos extra-terrestres que era como eram desenhados os nossos escravizadores.
Nesta altura não há emprego em que a inveja e a traição, juntamente com a competitividade mais grosseira e de baixa qualidade moral, não esteja instalada. As chefias, que são melhor remuneradas para se responsabilizarem pela boa qualidade do serviço ou do trabalho, não passam de capatazes incompetentes e sem responsabilidade ética e profissional que se limitam a dominar e controlar o rebanho dos subalternos para que estes vão mantendo o serviço ou trabalho no mínimo do aceitável. Ninguém ao nível das chefias se importa em formar, ajudar ou promover os colaboradores e cada uma delas está mais interessada em se safar em relação àqueles que lhe estão acima (há chefias e direcções; vereadores e presidentes; partidos, máfias, opus e pedreiros) de modo a manter o lugar para conservar os privilégios alcançados sabe-se lá como. Há tantas maneiras de lá chegar...
Assim sendo grande parte das pessoas deste mundo está completamente alienada e desmotivada para tudo o que não seja sobreviver com a vidinha que tem e, como os nossos donos não têm nenhum interesse em que sejamos cultos e saibamos pensar pelas nossas cabeças, vamos sendo submergidos pelas coisas rascas e ignóbeis que eles nos deixam/fazem consumir. É pois óbvio que a cultura do país está dominada de maneira a impedir que as pessoas pensem por si e tenham condições e conhecimentos que lhes permitam ter opinião própria e capacidade (e até possibilidade) de organização e contestação. As coisas estão tão bem feitas que as leis já não servem senão para que a situação esteja controlada pois desapareceu a clareza e simplicidade que permitiria um fácil e justo julgamento. As regras da "cultura" imanente são impostas pela uniformização e pela supressão das manifestações que poderiam abrir perspectivas para novas vias, modelos ou alternativas.
Consciente e voluntariamente criaram-se escolas que são negócios onde os professores são os capatazes que têm como função fazer com que o sistema funcione como previsto sem que se preocupem com a condição dos que estão a trabalhar sob as "suas ordens" e sem terem vontade de ajudar o aluno como deve ser a sua prioridade; juízes que são funcionários e, portanto, não são independentes embora quanto mais alto estejam na hierarquia/carreira mais autocráticos se tornem - de resto até na magistratura se encontram os esquemas criados para que o resultado do trabalho não seja o que devia ser; médicos, advogados, arquitectos, etc. que não estão na profissão para outra coisa que não seja gerir os seus negócios com a criação de "firmas" que podem agir no mercado como as regras deontológicas, se respeitadas, não lhes permitiriam.
Peço pois que, quem souber mais do que eu, me diga como hei-de fazer para ser útil aos que estão pior.
JPV
Por tanto repetido, qualquer dia convencem-nos mesmo que vivíamos de forma inconsciente e acima das nossas possibilidades. E esquecemo-nos dos milhões no BPN, que ainda vive sobre garantia de todos nós. Das obras públicas, dos activos privatizados para monopólios privados. Das consultorias e assessorias dos amigos advogados, engenheiros, economistas e arquitectos. Atiram para a nossa culpa a resolução destes problemas: "… há pessoal mais novo, que adquiriu casa e carro com um certo rendimento, que acabou por perder nos últimos anos" - Associação Sindical dos Funcionários da Investigação Criminal.
Para quando a capitalização das pessoas? Depois de tanta reestruturação de Estado, da Banca, finalmente pensa-se nas empresas. Mas ainda não se pensou nas pessoas. Pelo contrário, atacam-se. Mas são as pessoas o patamar decisivo, que alimenta os outros, como clientes das empresas e pagadores dos impostos do Estado. Como o fazer?
Um caminho é o recurso aos 7,5 mil milhões da ajuda à Banca, que não foi usado por esta. Não para o Banco de Fomento, mas para o Banco Social, reduzindo estas prestações mensais e aumentando a possibilidade de cumprimento. Repito, "um pessoa com rendimento mensal líquido de 900 euros e dívida acumulada de 9 mil euros pagava 450 euros por mês. Ficava com 550 euros. Todos os meses aumenta o endividamento na medida do que pagava. Há anos. Foi substituída por uma operação Euribor mais 10% (nenhum favor), ficando a pagar 140 euros por mês". O credor recebeu o seu dinheiro, o novo Banco está a ganhar 10%, a pessoa aumentou o seu rendimento líquido em mais de 300 euros. Consome, contribui para que haja emprego. Todos ganharam. O IVA associado são 300 x 23% x 12 meses = 828 euros para o Estado. Já pensaram que 7,5 mil milhões de euros abrangeriam 800 mil famílias, quase 3 mil milhões de euros de rendimento líquido acrescido por ano, 700 milhões de euros de IVA para o Estado?
E o dinheiro está parado. Isto é desesperante. Quando não é possível aumentar salários, a tal perda de competitividade (muito discutível), reduzam-se as despesas dos monopólios e interesses instalados, a bem de todos, até destes. Que sociedade cega.
Muito grave isto que o José Ferraz Alves aqui nos conta. De facto se - sejam quais forem as razões - a Douro Azul deixar de fazer os percursos pelo Douro do Porto/Gaia até Régua/Pinhão, e o regresso usualmente feito pela Linha do Douro deixar implicitamente de ser feito, lá vai mais um pretexto para os Senhores da Corte da Lisboa deixarem - ou darem a dica - e os Senhores da Troika composta pela Desunião Europeia e FMI (este centrado nos EUA) - e esquecendo-se da Europa, é melhor a China! -, fecharão a Linha do Douro. Como tanto para uns, como para outros, é-lhes indiferente o Douro, o Vinho do Porto e todos os que aqui vivemos, vai "naturalmente" acontecer o que há bastante tempo temia: o fecho da Linha do Douro.
Sempre achei que a Linha do Tua não seria necessária - não haveria dinheiro e o movimento era muito reduzido no Verão (a não ser turistas em Agosto e nulo durante o ano), mas acabar-se como por certo na Corte querem com a Linha do Douro é trágico e dramático... mas cá, nestes tempos, tudo é possível. Se lhes der jeito deixar-nos morrer à fome... deixam... e matar velhos... porque não... e tudo empobrecer até pior ficar que há 40 anos... porque não... E têm-se feito ao longo das décadas muitos disparates, mas tantos e tão juntos, só neste último ano e meio ano... assim não poisaremos em 2014... ficaremos por 2013... Muito triste....