De: Pedro Aroso - "Basta seguir o exemplo que vem de cima"
É do domínio público que o maior inimigo dos arquitetos que exercem a sua profissão em regime de profissão liberal são os próprios arquitetos que trabalham nas Câmaras Municipais. A explicação é simples: os munícipes e as construtoras sabem que a única forma de verem os seus projetos rapidamente aprovados é entregá-los a funcionários camarários.
Seguindo o raciocínio do Manuel Correia Fernandes, e ao que parece o da própria Ordem dos Arquitetos, que pelos vistos alterou os estatutos com o único objetivo de afastar um arquiteto que nos anos 90 ocupava o lugar de vereador do Urbanismo na Câmara Municipal do Porto, não vejo razão nenhuma para impedir que os arquitetos camarários façam projetos para o concelho da autarquia onde trabalham. Ainda segundo o TAF, o que é preciso é que exista uma transparência total. No caso do Porto, bastará seguir o exemplo que vem de cima.
Estou a viver no Brasil há dois anos e, ao ler as notícias que me vão chegando, cada vez sinto menos vontade de regressar ao meu país...