2014-02-16
Gostava de ver repotas as sinaléticas "Porto, Património da Humanidade" no nosso centro histórico. Na ponte D. Luís, como já esteve. Penso que muitos dos que nos visitam nem o saberão. Traz consciência de valor à sua presença na nossa cidade. E, a nós, mais alegria e orgulho, bem como a responsabilidade de preservar e melhorar a nossa cidade.
Existe, finalmente, uma primeira posição pública do executivo autárquico, através do vereador da Habitação, a respeito da demolição do Aleixo. Em anexo segue um excerto da entrevista de Manuel Pizarro, vereador da Habitação, ao JN, e aproveito para salientar aquilo que sempre me pareceu óbvio, mas que infelizmente não suscitou a preocupação dos portuenses minimamente interessados com os assuntos da governação da cidade - o fundo imobiliário para o Aleixo está em incumprimento há muito e muito tempo!
A certa altura é o próprio vereador, Manuel Pizarro, que o afirma dizendo: "estamos a travar uma negociação muito dura com o fundo imobiliário do Aleixo em torno do cumprimento das suas obrigações." Acho extraordinário que existam negociações em torno de acordos celebrados com o município, aprovados nos seus órgãos e devidamente ratificados pela CMVM e Tribunal de Contas. Os contornos do acordo são muito claros! Ou se cumprem e a demolição avança, ou não cumprem e a CMP tem a coragem de os romper! Espero, contudo, muito sinceramente, que esteja enganada quanto à tentativa desesperada para salvar o fundo, evidenciada na afirmação: "Esta é uma fase em que temos de avaliar de que forma é que o fundo cumpre ou não."
Ficou bem claro para todos que no anterior mandato o Aleixo era uma questão de honra do anterior presidente, assumindo por isso a demolição da 5ª e 4ª torre, com toda a pompa e circunstância, independentemente dos incumprimentos do Fundo, apesar das 150 famílias do Aleixo terem sido realojadas apenas em casas da autarquia, em claro prejuízo para todos os demais habitantes desta cidade, com problemas de habitação e que ficaram privadas de aceder a esse bem (uma habitação municipal).
Falta saber se o atual Executivo vai manter a mesma linha de ação - e pode fazê-lo porque casas da câmara continuam a existir em numero suficiente para os moradores do Aleixo - ou se pelo contrário vai defender os interesses da cidade exigindo ao BES que cumpra o compromisso que assumiu ou, não o cumprindo, que ressarça o Porto pelos prejuízos causados até ao momento.
Por último, caso a posição deste executivo e do socialista Pizarro for a mesma do social-democrata Rui Rio, é caso para perguntar que contrapartidas foram dadas à CMP e todos temos o direito de saber o desfecho das ditas negociações.
O papel e o peso do Norte no novo QREN, tema desta 1ª Conferência da Católica Porto, na 1ª Conferência do Ciclo Olhares Cruzados sobre Portugal, a 29.01.2014 pelas 21h30, com Luís Mira Amaral e Emídio Gomes, moderador José Mendes. Organizado pela Católica do Porto e pelo Público.
Alberto Castro – fez uma rápida e concisa introdução a este 9 º ciclo de Conferências, com 4 sessões, iniciado aqui no Porto, depois com duas sessões em Lisboa – quase uma internacionalização! – e a última novamente cá no Porto. O moderador José Mendes referiu que a temática é muito oportuna para a ocasião que estamos a viver, até pelo apoio comunitário quer iremos brevemente receber, esperando tratar-se de um investimento que harmonize o desenvolvimento do País.
Emídio Gomes disse que a Região Norte tem uma problemática de divergência a nível de desenvolvimento com o resto do País e evidentemente com a U.E., a Região Norte teve um investimento inferior per capita ao longo dos quadros comunitários relativamente às outras Regiões do País. Sendo que a Região Norte a partir de 2008 – início da Crise – gera maior excedente comercial, ou seja, o modelo dos anteriores quadros comunitários não resultou. O enriquecimento de algumas regiões fez-se à custa do endividamento externo e tal não foi o caso da Região Norte.
Luís Mira Amaral referiu que o PIB per capita não pode ser comparável entre o Alentejo e a Região Norte, uma vez que nesta há uma maior população que naquela. O nosso País estava muito dependente de empresas que não aguentariam a globalização. E o Norte ainda mais exposto, com empresas que não tinham evoluído e estavam mal preparadas. Hoje, têxteis e vestuários finalmente se estão a diferenciar, mesmo a Norte, pela qualidade, como já vem há algum tempo a acontecer como calçado. O Norte está a recuperar enquanto a Madeira no turismo e construção civil não vai a lado nenhum. Se a Alemanha abrir muito a importação, não nos irá beneficiar face à grande concorrência que temos de vários lados, nomeadamente de países asiáticos, mas não só. A Alemanha deveria ajudar a desvalorizar o Euro, o que permitiria exportarmos mais para fora do mercado europeu e assim a Região Norte ficaria a beneficiar e o Norte é mais que o Grande Porto, se bem que este precise de um grande apoio do Quadro Comunitário.
Perguntas e Respostas, Emídio Gomes, os onze objectivos temáticos no próximo quadro comunitário não são negociados por Regiões mas pelos 28 Países. Mas na preparação deste trabalho nunca tanta gente de todo o lado foi chamada a pronunciar-se, pela primeira vez vamos ter um apoio adaptado à região, até no desenvolvimento, para investimento e a criação de emprego. Andámos a gastar dinheiro em Obra e não nas Empresas e nos Recursos Humanos, e agora irá mudar.
Luís Mira Amaral falando em energia, disse que a utilização do carvão e gás natural pode não ter causas quanto ao CO2 e ao aquecimento global. Nós emitimos menos de 1% do CO2 da Europa e o nosso ministro do Ambiente não entende isto. Sendo que nos transportes tem de reduzir o consumo do petróleo, que já não utilizamos na produção de energia eléctrica. Temos de mudar de transportes nomeadamente no Norte, passando do rodoviário para o ferroviário e marítimo. Na escala urbana não vai haver automóveis eléctricos dado que estão dependentes de baterias de iões que não resultam e têm ainda muito que evoluir. Haverá que passar a transportes públicos eléctricos de qualidade e a bicicletas e motorizadas.
É de felicitar Alberto Castro pela Católica e Manuel Carvalho pelo Público e respectivas equipas por mais este bem começado Olhares Cruzados, com sala bem acolhida e temas muito interessantes referidos.
Apenas constatando... Ou talvez um pouco mais... Que a 9ª sessão dos "Olhares Cruzados sobre o Porto" da Universidade Católica do Porto virou "Olhares Cruzados sobre Portugal" e passou a ter metade das sessões na Fundação Calouste Gulbenkian. Deve ser entendido como uma evolução...
E, claro, a sessão que reúne os dois Presidentes de Câmara, Porto e Lisboa, ocorreu nesta segunda cidade. Isto é um processo de crescimento do evento, ou posso ser exagerado, e entender como centralismo e por mais encantamentos pela beleza da nossa capital? Uma política municipal de descentralização para a capital?
Caro Pulido Valente, como bem refere depois de procura em dicionário pela definição da palavra “encontrada”, concluiu e bem: "Deixa-se cair no conto-do-vigário e elege-os. Viva a nossa democracia." Se bem que nem todos o elegemos! E se pelo andar da carruagem já se não percebia a “não independência”, era por ter filtros à frente da visão… que se iria votar num “verdadeiro independente”… A vereação “transportou-se de um – anterior – para outro – actual. A tal continuidade de Salazar para Marcelo Caetano. Isto iria lá com verdadeiros novos Partidos totalmente novos, sem nenhum do “antes”, ou com os actuais sem ninguém, ninguém, dos que por lá andam desde há 40 anos. Tudo o resto é iludirem-se iludindo-nos. E mantendo tudo na mesma… que é como estamos: mais do mesmo, na mesma!
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Se quiserem reparar na oportuna fotografia que aqui o José Ferraz Alves nos traz, é “curioso” ver na faixa descendente da Avenida da Boavista, e que começa em frente à Casa da Música onde a faixa supostamente para bicicleta virou estacionamento, o que é normalíssimo. Ou seja, gastou-se muito do nosso dinheiro a pintar “aquilo” de vermelho – para bicicletas, e para quê? - e serve de estacionamento. O que é normal nesta cidade estacionar-se onde não se deve! Mas não era necessário para isso fazer isto. E por certo a obras aqui efectuadas em nada melhoraram a circulação local. E os proveitos das entradas/saídas para o parque de estacionamento da Casa da Música devem ser tão poucos que não havia necessidade de isto fazer. Sendo que continuamos a ver “crescer” buracos por todas as nossas ruas, tampas de saneamento a baixar, etc., etc… e “utiliza-se” o nosso pouco dinheiro nestas obras de fachada. Será que não aprendemos com erros praticados por todos no País nestas últimas décadas? Depois a tombo é sempre da culpa de outros? Se nos "despejarem" no País muito dinheiro, em quê, e onde, o iremos queimar?