2013-01-20

De: Alexandre Burmester - "Propostas para a cidade do Porto"

Submetido por taf em Sexta, 2013-01-25 19:14

De uma maneira geral, as cidades portuguesas que foram objecto de desenvolvimento e crescimento nos últimos 20 anos, cresceram demasiado mal e sem recurso a um planeamento capaz de dar resposta cabal às suas necessidades.

Os Planos Directores Municipais se por um lado não deixam de significar uma forma de planeamento, são essencialmente instrumentos legislativos que servem basicamente para limitar perímetros urbanos, determinar usos e quantificar capacidades de construção sustentados em conceitos na sua maioria errados, onde se privilegiam os traçados viários e os zonamentos de mono-usos. A sua mais-valia serviu essencialmente por transportarem consigo uma discussão de cidade e proporcionar uma leitura dos espaços públicos que habitamos.

Os P.D.M.s, de uma forma geral, não foram nem têm sido os instrumentos capazes de resolver e adequar o desenvolvimento das cidades. São cada vez menos os instrumentos mais adequados para responder ao Planeamento urbano e cada vez menos a sua base de gestão. O resultado prático encontra-se patente e é repetido na maioria das cidades portuguesas, no que resta dos seus núcleos históricos, nas suas periferias, e ainda nos seus espaços rurais: na qualidade das Comunicações / Infra-estruturas / Equipamentos / Espaço público / Arquitectura de edifícios / Património e, no geral, no que representa a sua qualidade de Vida.

Muitos exemplos poderiam ser aqui explanados, que não interessa agora particularizar, porque é sobre o Porto cidade que versa este texto e o seu estado como cidade responde por si como um bom exemplo do que foi anteriormente dito. Porque é tempo de repensar e de reinventar, nesta fase muito própria da crise em que vivemos, onde as palavras de ordem são a austeridade e a sustentabilidade e porque, mais do que isso, é necessário repensar a cidade, que definha a olhos vistos, fruto de maus instrumentos de gestão e de má ou pouca estratégia, proponho aqui vir dar algum contributo não apenas na forma de interpretar o espaço em que vivemos, mas mais do que isso propor soluções e formas de intervir.

De: Pedro Figueiredo - "Maus Hábitos"

Submetido por taf em Sexta, 2013-01-25 18:51

Em Passos Manuel  Em Passos Manuel

Construído em 1938 e projectado pelo Arq.º Mário Abreu, o edifício da Rua de Passos Manuel alberga uma garagem e os espaços ligados ao espaço “Maus Hábitos” (bar, salas de exposição e de trabalho, salas para debates, reunião e encontros, habitação no último piso, etc). É portanto, um edifício com múltiplos programas: serviços/cultura, habitação e garagens. Foi assim o modernismo. Época em que cinemas e garagens eram “novos” programas. Época em que se misturavam programas de forma inteligente. Época em que havia cidade e cafés, sem subúrbios nem shoppings. Vivia-se e trabalhava-se na cidade, com todas as consequências práticas que daqui advinham.

A qualidade desta arquitectura é, por seu lado, de fazer chorar qualquer arquitecto star-system de hoje... Por um lado, faz ter uma nostalgia de um passado (ou futuro) em que havia (haverá) uma Arquitectura-corrente / com qualidade como “regra”. Em 1938, o salazarismo ainda não tinha descoberto, felizmente, que não era bem isto o que queria, mas antes um “estilo (pseudo)nacional de casa tipo - portuguesinha e bem caladinha”. Que só veio depois, infelizmente.

... Ver resto do texto e imagens em PDF.

Esta focagem em pessoas não deveria ser a necessidade suprema que faz tantos correr, aqui no caso para a Câmara do Porto. Mas se uns se perpetuam na vida “dita política” e tudo fica a rodar sempre em seu torno, e os resultados não são espantosos, há que encontrar soluções alternativas. E dentro dos Partidos já deu para entender que “uns” se apresentam, se impõem, têm a aprovação do chefe do momento e lá vão sorrindo e rindo e continuando até à eternidade, eterna!

Claro que os Políticos não nascem de geração espontânea, mas precisamos de certeza de melhor, melhor, melhor. Renovar sem ligações ao passado! Renovar mas sem deitar fora para aconselhamento os “Velhos” - que têm vida, não só na Política! - Que para muitos são um estorvo! Muitos querem fazer desaparecer os velhos, como facilmente se entende!

A bem de uma cidade que se quer o nosso espaço e tempo de vida, mas que seja:
- Sustentável. Sustentável.
- Sem se fazer o que não pode ser feito mas não deixando de fazer o que deve ser feito!

Sem Salvadores e sem sempre eternamente presentes! Faça-se pela Cidade e pelas pessoas desta cidade sem ligar à pessoa que o “tem/quer/acha ter de o fazer”!

De: Judite Maia Moura - "Escarpa do Rio Douro III"

Submetido por taf em Sexta, 2013-01-25 18:21

O sonho de vir a ter um percurso de sonho

Continuando o nosso percurso, estamos agora na zona das Pontes São João e D. Maria, que entram na Escarpa a uma distância muito pequena uma da outra. Praticamente por baixo da Ponte São João, na Marginal, portanto no nosso lado esquerdo, podemos ver a chaminé e dois gigantescos fornos da antiga Fábrica de Louça de Massarelos, tudo o que resta desta fábrica que produzia azulejos e louças sanitárias, e que foi demolida aquando da construção da Ponte São João. Em contrapartida, no lado direito existem alguns patamares, na sua maior parte com vegetação invasora, que poderiam, no mínimo, ser cultivados.

Mais um pouco de caminhada, com uma pequena parte por dentro de um túnel, e, logo à saída deste, estamos a passar por baixo da Ponte D. Maria, com toda a beleza do seu trabalhado. Lamentavelmente, ao longo da linha férrea existem fossas, sem tampa, algumas delas completamente desprotegidas, ora visíveis, quando a vegetação está seca, ora completamente escondidas quando a vegetação cresce, tornando-se ainda mais perigosas. Não conseguimos saber para o que são essas fossas. Numa das nossas caminhadas encontrámo-las tapadas com protectores de obras e, na única que estava destapada, pusemos-lhe em cima uma carcaça de televisão que encontrámos um pouco mais adiante; seis meses mais tarde, quando lá voltámos, a carcaça ainda estava no mesmo lugar…

Do nosso lado esquerdo podemos ver, em baixo, entre a linha férrea e a Marginal, uma casa em muito mau estado, mas habitada, ladeada por alguns terrenos abandonados, mas que poderiam também, certamente, ser transformados em desejáveis e apetecíveis hortas urbanas, de fácil acesso. No nosso lado direito apenas se vê uma grande altura de muros e vegetação, mas sabe-se que, lá no cimo, está o bonito edifício do Colégio dos Órfãos do Porto, fundado em 1651 pelo Padre Baltasar Guedes, que ainda hoje dá o nome ao largo onde o colégio se situa.

Continuando pela linha férrea, vamos encontrar uma pouco mais à frente, novamente do lado esquerdo, na encosta, outra casa habitada e razoavelmente conservada, também ela seguida de verdadeiros campos agrícolas não cultivados. E, mais à frente ainda, na própria linha férrea, um correr de mais três casas, o chamado Bairro da Aguada. Mas, para sabermos o que são aqueles muros e ruínas que se vislumbram da linha férrea, perto da Ponte D. Maria, temos, de facto, de ir mesmo pelo Largo do Padre Baltasar Guedes, e aí começa já a degradação da Escarpa: armazéns e terrenos abandonados, uns certamente privados e outros, pelo que nos foi dito, são mesmo pertença da Câmara Municipal do Porto.

Daqui, deste largo, onde encontramos também a entrada principal do Cemitério do Prado do Repouso, descemos então a Rua Gomes Freire, também ela paralela ao rio. Logo ali, do lado direito, um muro alto, com um grande terreno por detrás, terreno este que pode ver-se bem do ângulo desta rua com a Rua de São Vítor, ‘possuidor’ em 2010, de uma grande lixeira. Do lado esquerdo existem ainda os lavadouros públicos, aparentemente pouco ou nada utilizados nos nossos dias, mas com uma vista soberba para o rio.

Continuando a descer, e logo ao desfazer da curva, encontramos duas ilhas, do lado esquerdo, que são do mesmo proprietário do terreno grande em frente aos lavadouros. Têm entradas separadas, e poder-se-ia chamar-lhes, também a elas, a irmã pobre e a irmã rica – a primeira entrada tem, de facto, um aspecto degradado, enquanto as casas da segunda entrada estão bastante bem conservadas. Por esta segunda entrada, temos igualmente acesso a uma meia dúzia de casas, umas em melhor estado do que outras, todas elas igualmente habitadas, que existem do outro lado da linha férrea. Desconhecemos se também estas casas são propriedade do mesmo senhorio das ilhas. O acesso a estas casas é feito por uma passadeira em madeira, bem à moda antiga, que atravessa a linha férrea actual.

Saindo novamente das ilhas, e continuando um pouco mais para diante, mais uns metros à frente, aparece-nos a entrada para as escadas da Aguada, com 155 degraus contados por nós, onde uma nova fase, muito pior do que até aqui, vai começar.

... Publicado também no site da AMO Portugal. Ver álbum de fotografias aqui.

De: TAF - "FM: 1997-2013"

Submetido por taf em Quinta, 2013-01-24 18:05

A FM na nossa janela

Hoje, o último dia da nossa gata.


A FM hoje, pelas 5 da tarde, juntou-se à irmã gémea X. As alegrias e tristezas têm-nos acontecido a mim e à Ana de tal modo no tempo certo, que ficamos na dúvida se Deus não será mais intervencionista do que nós imaginamos.


De: TAF - "Os candidatos ao Porto"

Submetido por taf em Segunda, 2013-01-21 01:34

Registo prévio de interesses: sou simpatizante do PSD desde sempre e militante desde 2008, o que nunca me impediu de pensar pela minha cabeça nem de analisar a situação com distanciamento. Isso explica o meu voto em 2005 e o meu voto em 2009, aqui registados por escrito, tudo às claras. Acho aliás que escolhas partidárias locais são quase completamente independentes de escolhas partidárias nacionais, mas essa é questão para outra altura.

Dos 3 candidatos (ou similares), Pizarro, Menezes e Moreira, parece-me claro que Menezes tem as maiores probabilidades de ganhar. Independentemente da análise de mérito, independentemente até dos programas que apresentarem. É assim a vida. Acho também que cada um deve votar no candidato que prefere, sem olhar a probabilidades. Por mim, que sempre defendi ser má política lutar contra ventos e marés, e que devemos aprender a trabalhar com o país real em vez de esperar por óptimos inexistentes, prefiro insistir em que se construam programas detalhados de candidatura que sejam sensatos e vinculem os candidatos. É nesse sentido que tenho dado a minha contribuição no âmbito da concelhia do Porto do PSD, já a pensar no pós-fusão de freguesias.

PS: Eu recomendo que se esclareça de vez a questão da limitação de mandatos, por via legislativa, com antecedência... E já vai tarde.

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Alguns apontadores:
- Rui Moreira deverá apresentar candidatura à Câmara do Porto em Fevereiro
- Menezes anuncia que vai propor um referendo para fundir Porto e Gaia
- O site oficial de Manuel Pizarro
- Menezes no Facebook
- Referendo para fazer a maior cidade do país
- Marcelo avisa que o PSD pode perder a Câmara do Porto
- Pizarro crítica falta de sensibilidade de Rui Rio para Cultura

De: Pedro Figueiredo - "Centro de Recursos Sociais"

Submetido por taf em Segunda, 2013-01-21 00:21

Na Fontinha


- Já viste o que fizeram na Escola? Fizeram um C.R.S.
- Um quê?… O que é um C.R.S.?
- Quer dizer «Compagnies Républicaines de Sécurité», Cê Érre Ésse… Faz sentido, era o corpo militarizado da polícia de choque que dava porrada nos estudantes, no Maio de 68, exactamente a mesma lógica autoritária que o levou a dar porrada nos jovens do Es.Col.A. da Fontinha
- Ãh? Tás a brincar… Diz lá o que é, sem endrominanços.
- Não. É que é mesmo. Não tem lógica nenhuma ser - como dizem – um «Centro de Recursos Sociais»… Primeiro porque tão sempre a repetir - até à náusea – que não, que «não há recursos», e segundo, porque nem «sociais», nem recursos coisa nenhuma…
- Péra lá. Péra lá… «Não há recursos»? Há, ou houve, 200 mil euros que a CMP gastou na reabilitação da escola da Fontinha. Não há é para reabilitar o Bolhão. Aí sim, «não há recursos»…
- Pá, não podes comparar. Não tem nada a ver, 200 mil para a Fontinha, e 20 milhões para o Bolhão. São 100 vezes mais…
- Certo, mas não te esqueças que ainda há aí uns 700 mil euros, «3,5 Fontinhas», que a CMP propõe para «aguentar» com obra mínima e umas limpezas e tal, o Bolhão… Não: «minto», 1,1 mil milhões de euros.
- O quê? O que é que tem a ver? Confundes tudo outra vez, meu. Mil milhões de euros o quê?
- É o que o Estado vai entregar ao BANIF: 55 Bolhões ou 5500 Fontinhas. «Há recursos». Como disse Einstein, «Tudo é relativo». «Há recursos ou não há recursos», conforme relativamente.
- Pá. Sou mau a fazer contas. Só me estou a rir é dos rídiculos desse «C.R.S.»: antes de mais, aquilo vai ser uma espécie de «Fortaleza», um castelo com grades, entra e sai de carro, fechado ao bairro, um edifício com gabinetes de associações que já tinham e têm as suas sedes… Tipo, tás a ver, «compradas por um prato de lentilhas» fazendo o frete à Câmara.
- Tás a ser injusto. Esta sempre foi a ideia da Câmara. Ele disse-o várias vezes.
- A primeira ideía da Câmara – sei eu e sabes tu – era deixar aquilo ao abandono. Como o «edifício devoluto modelo» para a cidade! (risos). Haja mais okupações. Esta gente só recupera se for pressionada. Vês como depois desta polémica toda eles até recuperaram a escola… bem ou mal. Aliás, a mal…? A propósito. Sabes de quem é a frase «quando ouço falar em cultura saco logo da pistola» ? Não é dele. Vi na net… Ele diz «saco da máquina de calcular». O original «saco da pistola» é - imagina tu – nem mais nem menos de Goebbels…
- Pois! Daí a «escola alemã». Aliás, «Colégio» (risos)… Ou como dizia o outro: «CRS»?
- «CRS – SS». Choca aí!
- Vale, man!

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Nota de TAF: no site da CMP - Rui Rio visitou o novo Centro de Recursos Sociais instalado na Fontinha

O que se está a tentar fazer intuir é que o ainda presidente de Gaia já é o futuro presidente da Câmara do Porto. E sem dúvida que tem, a assim continuar, todas as hipóteses de o ser!

Sê-lo-á sem qualquer dificuldade se todos os que acham que o não deveria ser não conseguirem verdadeiras e concretizáveis alternativas. Sê-lo-á sem qualquer dificuldade se os que "ainda" algum / suficiente / bastante / muito relevo têm no Porto, no Norte e no País não apresentarem credíveis alternativas e as defenderem com argumentos válidos. Sê-lo-á sem qualquer dificuldade se se achar que já é!

Não parece que todo o Porto, nem com Gaia à mistura, esteja com verdadeira vontade de ter o ainda presidente de Gaia à frente dos possíveis desígnios do Porto nos próximos anos, mas a assim continuar tê-lo-emos, com certeza! E, e,... talvez não "houvesse necessidade"!

De: Manuel Leitão - "Rui Moreira, um «candidato» à deriva"

Submetido por taf em Domingo, 2013-01-20 23:44

Leio hoje no Público que Rui Moreira deu ontem uma entrevista ao Correio da Manhã (porquê a um jornal de Lisboa se até tem coluna reservada no JN?), onde entre outras “nem sim nem não, antes pelo contrário”, admite que possa, talvez, candidatar-se à CMP em Fevereiro. Talvez. Talvez sim, talvez não, subentende-se. Pessoalmente é-me indiferente qual deles escolha – as minhas contas com o personagem são de outro rosário, o do DIAP. E compreendo a sua desorientação perante o vendaval político que o rodeia – nunca teve a compreensão da coisa política: ele é mesmo é dos negócios e com sucesso, ao que consta. No entanto, fiquei espantado, quando abri ontem a minha caixa do correio e lá estava o anedótico “Porto Sempre”, em que, após as 26 primeiras páginas dedicados a si próprio pelo seu director, Rui Rio – incluindo a da atribuição do prémio (Tony?) “Carreira 2012” pela FEP… - logo a seguir, na vigésima sétima, que tem o privilégio de lhe ser dedicada, anuncia que “a política não foi suspensa”. Obrigado, Rui Moreira, por tão profundo pensamento! Eu e os outros 9 milhões e tal de portugueses que para aqui andamos, ficamos muito mais descansados. Talvez…