2012-07-15

Caros

Ontem, de madrugada, a Polícia fez mais uma operação-stop em diversas saídas do “Botellón” da Baixa do Porto. Sem problema algum a não ser potenciar uma eventual tragédia um dia destes. Eu explico: mandando parar todos sem exceção e a não restringir a averiguação apenas à questão do álcool, o tempo de demora da operação por veículo é longo. Na Praça da República (ver foto da secção da operação) tinham 5 vias para desdobrar as filas de espera da Mártires da Liberdade (1), da Álvares Cabral (2) e da Rua da Lapa (2). Na verdade formaram-se filas de espera sobre as quais não tenho ideia da verdadeira extensão, mas é bem possível que toda a zona da “margem direita da Av. Aliados” tenha estado engarrafada. Tenho testemunhos da demora de mais de hora e meia para passar o Rodrigues de Freitas e chegar à Praça…

Praça da República

Tinha piada, sem piada nenhuma, que um dia destes houvesse uma tragédia nessa zona e que por causa de uma operação deste tipo a proteção civil não conseguisse chegar a tempo de minorar o impacte dessa tragédia… Se o objetivo é “prevenir o álcool” (e não que a operação se pague a si mesma), é simples: dois agentes por via com uma máquina de sopro: soprando e dando <0,5 g/l – obrigado, boa noite e vá à sua vida (o mais rapidamente possível para libertar fila de espera…); soprando e dando >0,5 g/l, o segundo agente conduz o veículo a posição mais desviada do eixo da via libertando-a e tratando do que houver a tratar. Depois não digam que ninguém avisou…

De: Pedro Figueiredo - "Super Bock Carmo, bem fresquinha"

Submetido por taf em Sábado, 2012-07-21 23:57

Super Bock Carmo  Na Estação de São Bento


Estão aí – e até bem à vista de todos – novas formas (e, para mal dos nossos pecados, ainda mais e mais criativas formas) de privatização da cidade e dos espaços que deviam ser de utilização pública. Recentemente, o geógrafo Rio Fernandes apontou neste texto do Porto24 algumas destas formas. Eu aponto agora mais duas formas de “Coisas” (não tenho nome para designar isto).

1 – “Coisas” inacreditáveis como por exemplo: em todas as designações das paragens de autocarro que passam pelo Carmo, a “Rua do Carmo” (?) aparecer agora com a novíssima designação “Super Bock Carmo”… O que é isto? Isto é oficial? É legítimo? Quem mandou? Alguém me perguntou se podiam? Foi a Troika? (e para quem goste mais de Sagres, como é?) E em que mais sítios, folhetos e prospectos da cidade do Porto, a designação “normal” de praças e ruas desta cidade foi assim privatizada, concessionada, vendida… enfim, o que quiserem?

2 – No mesmo dia, na Estação de S. Bento, para além da estupidez do costume que é ter de se pagar 50 cêntimos para usar a instalação sanitária pública , o seu acesso aparece agora – num minúsculo espaço – ridiculamente “controlado” por uma cancela tipo “portagem”… a atravancar ainda mais o espaço… Mas será que esta gente – REFER presumo – perdeu todo o “senso comum”? E o ridículo das coisas. (Protestar é preciso.) É isto a privatização-couraçada de um minúsculo espaço público? Existe mais algum sitio em Portugal onde tenham feito semelhante barbaridade a um minúsculo WC-sem-culpa-formal? Como é na Estação da Régua, por exemplo? Ou na estação de Aveiro? E se funciona, porquê fazer coisas complicadas e ridículas? Mas porque é que no Porto há assim mentes brilhantes que se julgam rainhas da originalidade? E porque é que têm esse “poder”? (Mas essas tais mentes terão mesmo esse poder? Ou nós é que somos um bocado burros?)

Sinceramente eu não sei qual o adjectivo para esta notícia no site da Câmara do Porto. Será ridículo... falta de bom senso... não sei qual escolher. Vejam esta frase, em que se diz que encheu, de forma apoteótica... e depois vejam as fotos.

«Dando início à segunda edição de "Fado no Museu", ciclo criado pelo Pelouro do Conhecimento e Coesão Social em 2011, dois dias depois de esgotar o Centro Cultural de Belém para estrear "Fados de Amor", Rodrigo Costa Félix encheu, de forma apoteótica, o Museu do Vinho do Porto

A noticia também tem outro momento delirante: «No final do concerto realizou-se uma degustação de Porto, que juntou em convívio os músicos com os espetadores, como sempre vindos dos mais diversos cantos do mundo Fantástico, estiveram algumas dezenas de pessoas, mas vieram como sempre dos diversos cantos do mundo... Já vale tudo...

De: Augusto Küttner de Magalhães - "Serralves - Conferências Rio+20"

Submetido por taf em Sábado, 2012-07-21 23:50

Entre 10 de Maio e 19 de julho de 2012 foi possível assistirmos a mais um excelente Ciclo de Conferências, sete (7) às 5ªs feiras à noite, em Serralves. O tema foi terem passado passado 20 anos sobre a Conferência das Nações Unidas no que concerne o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio – 92), e em Junho de 2012 se ter realizado novamente no Rio de Janeiro a Conferência Rio +20 que tinha como entendimento debruçar-se sobre: economia verde no contexto de desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável.

De: TAF - "Não sei explicar isto muito bem..."

Submetido por taf em Quarta, 2012-07-18 19:06

De: José Sousa - "A negociata do Aleixo"

Submetido por taf em Quarta, 2012-07-18 18:40

Venho trazer a este fórum a notícia publicada no passado dia 14 de Julho, no Jornal de Notícias, em formato pdf (um e dois), já que o link oferecido pelo TAF conduz-nos à notícia em e-paper. Julgo que nos cumpre, num exercício pleno de cidadania, a leitura atenta desta notícia, que não foi desmentida (o site da CMP não fez nenhuma daquelas publicações a que já nos habitou sempre que considera ofensiva uma qualquer notícia contra o senhor Presidente), e análise critica da mesma. Eu chego, em resumo, às seguintes conclusões:

  • 1) Vitor Raposo vende os 23% que detém - recebe cerca de 2,6 milhões de euros;
  • 2) A CMP aumenta o seu investimento incial juntando um terreno na FOZ - Rua Diogo Botelho;
  • 3) Entram no Fundo outros dois investidores - PROIM e CIMENTA - que possuem terrenos na FOZ (Rua Diogo Botelho) junto ao Terreno que a CMP entrega ao FUNDO criando um só terreno com capacidade construtiva nas margens de Diogo Botelho;
  • 4) António Oliveira (chegando envolto num profundo nevoeiro, tal qual D. Sebastião, salvador do FUNDO) entra inicialmente com 1,6 milhões de euros.

... e deixo algumas perguntas para discussão:

  • 1º Vão as entidades judiciais deste país investigar a origem do dinheiro investido por Vitor Raposo (que agora vai recuperar)?
  • 2º Por que motivo são estes os investidores escolhidos e não outros?
  • 3º Como se chegou a António Oliveira?
  • 4º Não é este um Fundo de Investimento Fechado, que resultou de um concurso público? Estas manobras são legais?
  • 5º É legal a integração neste Fundo, constituído ao abrigo de legislação especial para a reabilitação urbana, de terrenos que não foram classificados pelo IRHU? Lembrem-se que os terrenos do Aleixo serão, na interpretação do IRHU, reabilitados!

Existem, provavelmente, outras dúvidas por esclarecer. A mim parece-me, mais uma vez, que tudo se passa de forma muito duvidosa, sem escrutínio... O que vos parece?

De: Pedro Figueiredo - "Picote - a barragem"

Submetido por taf em Quarta, 2012-07-18 18:25

Barragem do Picote


O Arquitecto João Archer (1928), que em 1953 entra como Primeiro Arquitecto na Hidro-Eléctrica do Douro, é o autor dos projectos dos edifícios de comando e centrais do Picote, Miranda e Bemposta. O edifício de comando da Barragem do Picote é projecto e obra de 1954-1958. Obra magistral (é absolutamente imprescindível verem o interior, na Internet ao menos…).

A paisagem é o que é. Nem precisava de qualquer título de Património. A gente já sabe que o Douro é a paisagem mais bonita de Portugal. Nestas escarpas, a barragem do Picote situa-se num estreito muito estreito, passando quase despercebida. O seu tempo, anos 50, era o tempo em que barragem era desenvolvimento e para o Douro só se ía de comboio se se fosse gente e só se vinha de barco se se fosse “Pipas de Vinho”…

Por cima da escondida arquitectura modernista contrastante com a escarpa que a abraça e nos acolhe (calor tórrido concentrado) voam aves de rapina típicas do Parque Natural do Douro Internacional: o milhafre (Milhafre - Mexia), o abutre (Abutre-de-negócios - PCChinês) em busca das suas presas. Alimentam-se do dinheiro que pagamos pela energia eléctrica. “- Ah, e se o edifício da barragem do Tua for de boa arquitectura também, quem sabe desenhado por um arquitecto de renome internacional?” …Mas a sua (pretensa) beleza não nos iria devolver a magnificência da Linha do Tua e toda a paisagem que de lá se via durante a viagem, pois não? ...E experimentem depois ir de Mirandela a Foz Tua e regressar no meio de transporte “barragem”… (e “terão uma surpresa”).

... Ver mais imagens em PDF.