2011-06-19

De: TAF - "Há pouco, da janela de minha casa :-) "

Submetido por taf em Sexta, 2011-06-24 19:04

Corrida de barcos rabelos

Corrida de barcos rabelos

Corrida de barcos rabelos

Corrida de barcos rabelos


Ocorreu-me ontem, durante o fantástico fogo de artifício, que a região metropolitana do Porto tem todo o seu potencial escrito na Festa de S. João – “Uma autêntica metáfora viva” daquilo que (já) somos capazes de ser aqui no Porto-região, mas ainda não somos no dia-a-dia, por incapacidades várias.

  • (na Festa de S. João) Já somos capazes de ser uma cidade sem carros, em que muito naturalmente as pessoas circulam, rua abaixo, rua acima, ordeiramente. Em que a escala do peão é a escala da Rua. O tamanho e a escala da cidade é absolutamente propício a que as deslocações a pé estejam inscritas na cidade. Este potencial merece ser aproveitado. (Ainda me lembro nos anos 80, em que havia “muito naturalmente” uma ideologia automóvel que impedia o S.João “muito naturalmente” de ser uma festa fluída…)
  • (na Festa de S. João) Já somos capazes de ser uma cidade com transporte público Metropolitano a horas que dantes não lembrava ao diabo, mas que às vezes fazem mesmo bastante jeito. Não é nenhuma impossibilidade haver Metro até altas horas, de modo a que também a estas horas as partes que constituem o todo da região metropolitana se possam encontrar e “viver”. Este potencial merece ser aproveitado.
  • (na Festa de S. João) Já somos capazes de ser uma cidade interclassista e internacional(ista…). Em que sabemos ser tão naturalmente todos em um – sabemos que tanto os da Foz, os da Ribeira, os do “bairro”, os da Marechal, os de Paranhos, Campanhã e Ramalde, os das Ribeiras, os de Valongo, Ermesinde, Gondomar e Gaia, os estrangeiros dos países ricos que estão cá de férias, os novos estrangeiros dos países que imigraram para Portugal – chineses, russos e indianos. Todos nós vamos ao S. João. E daquela forma como só nós os Portuenses ricos, pobres, remediados, estrangeiros, da periferia ou do centro sabemos fazer: sem “marchas” populares… - apenas sair à rua, tomar conta das ruas, martelar os outros, dar e receber.

Ontem dei e recebi marteladas de chineses e indianos no Porto. Não é fantástico? Este potencial merece ser aproveitado.
(Quando há motivo sério e sentido, conseguimos ser “todos em um” – estou-me a lembrar do 1º de Maio de 1974 e do 12 de Março de 2011, não tão distante, em que Portuenses das mais diversas famílias conseguem, se quiserem, “ser todos em um”.)

De: Augusto Küttner de Magalhães - "Vandalismo e proteccionismo"

Submetido por taf em Sexta, 2011-06-24 17:15

A Pedro Aroso - "Vandalismo na Foz e em Nevogilde"

Torna-se assustador ver as imagens que nos "mostra"! Isto de incendiar recipientes do lixo já tem alguns anos, e se os jovens em dada altura devem fazer alguns disparatares, para não os virem a fazer quando já deixarem de ser "jovens", a destruição pela destruição é estupidez / vandalismo / mau carácter. Como é evidente e sem "medos", a culpa em primeiro lugar é dos pais/mães que não sabem, não querem ou têm medo, medo, de educar os filhos/as. Primeira fase. Segunda as escolas facilitam. Terceira as Polícias, neste caso com a argumentação de que não têm carros, não têm fardas, não têm pistolas, não têm, não têm, estão a totalmente se desprestigiar, dado que pela negativa não actuam. E dá para pensar se esta Polícia sem armas, sem fardas, sem carros, sem, sem, sem, não é melhor acabar. Se nada tem, para nada serve, acaba... Claro que isto é um remoque mas... se não actuarem, desclassificam-se. Ainda mais.

Os pais/ mães destes meninos e destas meninas devem ser tão ou mais punidos pelas actuações daqueles que os próprios, por não saberem ser pais e mães. E, assim, não é necessário "fazer filhos". Não façam, é preferível a população diminuir que «continuar» nos 10 milhões, mas com 50% de selvagens... por culpa de que os não sabe educar... As escolas terão de fazer mais. E quanto aos meninos, meninas, que fazem isto, e aqui já foi demais por terem desfeito uma viatura particular que só cadeia e pagando um carro novo. Quanto ao público estão a queimar o que todos nós pagamos com os nossos impostos, não estão a queimar aquilo do Estado, estão destruir o "nosso". Todos somos responsáveis e todos devemos ser responsabilizados, e aqui começando por pais/mães, e acabando nos meninos/meninas, bem como todos, todos os outros. Chega de dizer que não é connosco é connosco, todos.
---

Não ao proteccionismo, sim à abertura

Temos vindo a ouvir demasiadas vozes a defender a todo o custo a produção nacional, o compre nosso.

De: TAF - "São João"

Submetido por taf em Sexta, 2011-06-24 01:30

Noite de S. João

Noite de S. João

Noite de S. João

Noite de S. João

Noite de S. João

Noite de S. João

Noite de S. João

Noite de S. João


De: António Alves - "Os deputados do Norte"

Submetido por taf em Quinta, 2011-06-23 23:28

Pois é claro que é muito mais difícil encarar a realidade e os problemas da vida quotidiana do que "ser liberal em Portugal". O novo deputado "nortista" eleito por Viana do Castelo Carlos Abreu Amorim acha que os problemas dos Estaleiros Navais são por causa de Chavez e da Venezuela. O Norte continua muito bem representado. Disso não há dúvidas.

De: Pedro Aroso - "Vandalismo na Foz e em Nevogilde"

Submetido por taf em Quinta, 2011-06-23 23:24

Vandalismo  Vandalismo


Não satisfeitos em destruir, quase diariamente, recipientes do lixo, os mesmos meninos resolveram agora subir a fasquia da violência, incendiando esta madrugada os contentores existentes da Rua do Crasto. O resultado está à vista. O Smart, estacionado mesmo ao lado, ardeu completamente. Uns metros mais abaixo levantaram este carro, deixando-o nesta posição. Eu já os apanhei em flagrante delito e chamei a PSP, mas continuam a actuar com a maior das impunidades.

De: Patrícia Soares da Costa - "Transportes na noite de São João"

Submetido por taf em Quinta, 2011-06-23 15:09

Info sobre os transportes na noite de São João publicada no facebook do Porto forward® e que pode ser útil divulgar:

> CP > Serviços Especiais de São João - Porto e Braga
> STCP > Serviços Especiais de São João

Patrícia Soares da Costa
Porto forward® > Movimento de promoção do Porto e Norte - facebook.com/Portoforward - twitter.com/Portoforward

De: Alexandre Gomes - "Ainda não chegámos a isto"

Submetido por taf em Quinta, 2011-06-23 14:57

Infelizmente só em inglês mas dá para apanhar o sentido, e o absurdo.

SPAIN’S EU-FUNDED EXTRAVAGANCES Spain recently announced a high-speed rail link to the northwest region of Galicia, a plan many economists see as an extravagance. Bridge and highway projects are plowing forward in the face of criticism that Spain just can't afford them. Ciudad Real taxi driver Enrique Buendia, can hardly remember the last time he got a run to the new airport (...) a white elephant in a city of 74,000 people. The airports and other projects illustrate how they drove themselves into a debt swamp. Ciudad Real's airport is busy compared to two-year-old Huesca airport, whose 30 employees won't see a commercial flight for some six months. Its restaurant is busy, but with local people and because it serves good meals. Then there's Castellon on the airport-abundant eastern coast. Costing some € 150 million, it opened in March and hasn't yet seen a plane. At its entrance there is to be a 24-meter statue to Carlos Fabra, the provincial president of Castellon who commissioned the project. Léon, Zapatero's hometown, has turned a military airport into a commercial one but it has only a handful of flights a week. The city of 200,000 inhabitants is already reachable by a modern highway and now is promised a high-speed rail stop. Southern Murcia has just built a second airport, half an hour away from its good old one. Now Toledo, an hour away from Ciudad Real, might be building its own, too. "This is a country of fiefdoms, like the Middle Ages, you know 'I want my airport ... my convention center and my high-speed train,'" said a foreign investor.

Alexandre Borges Gomes
Islamabad

De: António Alves - "Mais erros estratégicos a caminho"

Submetido por taf em Quinta, 2011-06-23 14:51

Com a necessidade imposta pela Troika em fazer cortes radicais na despesa do Estado tudo indica que se preparam novos encerramentos de vias férreas que poderão no seu somatório alcançar as oito centenas de quilómetros. A acontecer será mais um contributo para a aceleração da desertificação do interior induzida e amplificada pela desestruturação das redes de relacionamento entre localidades provocada pela eliminação deste modo de transporte colectivo.

A Norte teme-se o encerramento definitivo do troço Régua-Pocinho. Se essa violência for exercida coloca-se em causa o grande objectivo estratégico de voltar a ligar ferroviariamente o Porto a Salamanca e Madrid. Compromete-se assim de vez a exploração turística ferroviária do Douro, o transporte de mercadorias para a Europa aproveitando o grande nó logístico ibérico que é o triângulo Salamanca, Valladolid, Medina del Campo (a França prepara-se para introduzir severas restrições ao tráfego rodoviário pesado ibérico e a Região Norte não tem nenhuma ligação ferroviária internacional operacional). Também a exploração do Douro navegável para o transporte de mercadorias de Castela Interior para o Atlântico ficará comprometida. Recordo ainda que a Linha do Douro liga o Porto de Leixões a Leão, Castela e Região de Madrid. Além das potencialidades no transporte de mercadorias, e na possibilidade de transformar Leixões numa porta atlântica da Ibéria, o novel terminal de cruzeiros de Leixões teria muito a ganhar com uma ligação ferroviária de alto potencial turístico que o ligasse a Salamanca e Madrid.

Ainda na Região Norte, o encerramento do troço Régua-Pocinho elimina de vez a possibilidade de transformar a Linha do Tua numa porta de Trás-os-Montes para a alta velocidade espanhola em Sanábria. No Grande Porto, o troço Espinho-Sernada-Aveiro, também ameaçado, que atravessa uma região densamente povoada e muito industrializada, tem um enorme potencial para ser integrado no sistema de transporte ferroviário urbano do Porto que já se estende de Braga a Aveiro.

De: Cristina Santos - "Insólitos dos Incentivos à Reabilitação"

Submetido por taf em Quarta, 2011-06-22 18:30

Bom dia Baixa do Porto, tenho estado ausente em palavras, mas presente nas leituras. Espero que todos os participantes e leitores se encontrem bem, e com coragem para esta nova fase económica e social do país.

A este post da SSRU, gostaria de anexar um insólito. A máquina fiscal determina que o IVA na reabilitação urbana corresponda a 6%. Significa que o empreiteiro paga IVA a fornecedores de matéria-prima à taxa normal e liquida ao cliente final a 6%. Ora a diferença, supostamente, deveria ser reembolsada pela máquina, repito, supostamente. Só, com este supostamente, o incentivo perdeu metade da força, na última legislatura.

Esta situação vai mais longe quando um subempreiteiro paga IVA de matéria-prima, mas depois não pode cobrar IVA ao empreiteiro principal seja obra de reabilitação ou não, situação que é favorável aos grupos económicos, e altamente prejudicial às PME, ao tal empreendedorismo. Em 5 anos fez-se tábua rasa do conceito “Think Small first” da UE, aliás fez-se o oposto, é o cúmulo! Honra seja feita ao PSD que integra o conceito no seu programa eleitoral, mas levamos 5 anos de atraso em relação aos outros países. Este é um insólito que ultrapassa a Reabilitação.

Voltando à máquina e ao incentivo à Reabilitação, o insólito dos insólitos (este bate qualquer força que o incentivo pudesse ter), está quando o empreiteiro pretende reembolsar IVA, e tendo o Estado incentivado parte das obras de Reabilitação com dinheiros públicos, por exemplo programa RECRIA, solicita comprovativos e mais comprovativos que justifiquem que se tratou de uma reabilitação urbana, em que se possa cobrar IVA a 6%. Não se riam, isto não tem graça nenhuma. Imagine-se uma auditoria às contas de uma obra que não foi realizada ao abrigo de um programa regulamentado há uma dezena de anos, uma reabilitação sem apoios. Além do prejuízo imediato que acarreta a não devolução atempada do IVA, o problema que o empreiteiro e o cliente podem enfrentar só para justificar que se tratou de reabilitação urbana.

Efectivamente, só os grandes grupos se poderiam mover dentro destes conceitos, ou então os que não se atrevessem a mexer nesses supostos incentivos à reabilitação. Infelizmente, foi a política dos últimos anos. Mas, alegria, estamos a começar uma nova era, haja esperança que os patamares de coerência fiscal subam.

Um Bom São João Baixa do Porto!
Cristina Santos

De: Alexandre Burmester - "Os Rios que nos separam"

Submetido por taf em Terça, 2011-06-21 18:31

Entre Porto e Gaia não há um, mas dois Rios que nos separam. Um deles de nome Douro, que deveria ser um factor de união como já o foi noutros tempos em que tinha outra utilidade para além de passear turistas, é hoje impedido de o fazer pela falta de obras de ligação, não há outra possibilidade de o transpor que não seja através das “pontes aéreas” existentes (Pontes do Infante e Arrábida). Outro de nome Rui, graças a Deus e ao contrário do primeiro não está cá para ficar, pela sua política tímida, insegura e fechada, agradeceria até que lhe pusessem muros a toda a volta da cidade, para não lhe perder o controlo.

Imagino o quanto lhe custa ouvir do Presidente do outro lado do Rio, que gostaria de fazer e até já tem um esquisso de projecto, para um túnel de ligação entre a Cantareira e a Afurada. E agora Rui? Mais uma porta na cidade para ter de controlar? Melhor será argumentar que o megalómano da outra margem, ao gastar dinheiro que não tem, vai perdendo pontos na possível candidatura ao teu lugar. (Como senão estivéssemos ainda hoje a pagar o dinheiro que não temos, por uma promessa que te levou à Câmara, por uma área que também não temos do Parque da Cidade que, em vez de verde, serve para boxes de automóveis, armazém a céu aberto do lixo da Câmara). Também se pode argumentar que o impacto de uma obra destas na Cantareira será como os famosos Molhes do Douro que, logo após um desenho correcto, para além de serem um excelente passeio até resolveram a navegabilidade da entrada do rio.

Deve ser estranho de pensar que a “Foz” possa ser devassada por aquela “gente” de Marrocos, lá do Canidelo, Afurada, Valadares e outros. Como se a Foz não fosse há muito devassada por toda a categoria de novos ricos que por lá se instalaram para prestigio social. Como se a Foz do Douro só pudesse existir numa das margens, a “chic”.

Quem dera termos o túnel e mais meia dúzia de pontes entre Porto e Gaia, quem dera termos uma cidade única com a mesma gestão e principalmente com uma política urbana. (Se o problema é dinheiro, podia-se ir cortar a última travessia feita no Tejo, daquela auto-estrada A10 que não serve para nada, e colocava-se por tramos no Douro).

Infelizmente que de Urbanismo já não se pode falar no Porto. O Rio (aquele que nos separa) tem um grave problema com esta matéria. O primeiro Vereador que teve despachou na primeira oportunidade. Nomeou um segundo, que confunde pressão com corrupção e que, de medo do papão, fugiu. Nomeou o terceiro que começou a aprender e a fazer urbanismo, fez-lhe sombra e rapidamente destituiu. Finalmente arranjou um Vereador que não faz nada nem aparece e assim já se pode tranquilizar garantindo o controlo pelas muralhas da cidade. As únicas obras destes 3 mandatos serão para a posteridade, para além de lavar a cara aos bairros sociais (como se alguma coisa mudasse), as obras da Av. da Boavista.

Aquela resma de sucata com toneladas de ferros de bancadas, grades e passagens aéreas, betões de guias e barracas de tendas, será sem sombra de dúvida a grande lembrança que teremos ao fim destes últimos anos. (Corridas ainda não vi nenhuma, aquilo é um passeio de velharias, é uma brincadeira antiga com um mau cenário actual.) De notar que esta Feira Popular é montada na melhor área da cidade numa altura que daria gosto passear junto ao mar e poder usufruir da sua vista, ao contrário temos de gramar com aquilo pelo período não de uma semana mas de todo um mês. (Mais o barulho e o cheiro a Castrol.)

É um favor que faziam, se colocavam um túnel para a outra margem (Gaia), ao menos por lá pode-se ir gozar o mar.

Alexandre Burmester

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Terça, 2011-06-21 02:24

- Workshop Eu Protejo a Minha Obra, "sobre os Direitos de Autor nas Artes Plásticas, Gráficas e Aplicadas destinado a autores de obras de arquitectura, cerâmica, desenho, design, escultura, fotografia, gravura, ilustração, litografia, pintura, tapeçaria e outras artes", 22 de Julho, sugestão de Paula Morais (Julho e não Junho, não é engano)

- "Estigmatização Territorial" na FLUP, 22 de Junho, sugestão de Elizabete Queiroz do Instituto de Sociologia da FLUP
- Especial S. João - Onde comer, ver o fogo e dançar, sugestão de Pedro Rios

- Ciclo PDM: PDM vs Cidadania, iniciativa da Campo Aberto no Clube Literário do Porto, Quarta-feira, 21h15 - "Qual a importância da cidadania activa nas fases de concepção, implementação/execução, avaliação e revisão do PDM?” - com a participação do Arq.º Pulido Valente e também com a minha.

- Convocatória Aberta: Manobras no Porto
- Menezes quer Gaia e Porto unidos por túnel
- Um rio que une as margens, opinião de Jorge Fiel

De: Vítor Silva - "Ainda as corridas"

Submetido por taf em Segunda, 2011-06-20 23:55

Pelo que nos diz a reportagem do Porto24 sobre o Circuito da Boavista ele terá um retorno 5 vezes maior que o investimento, já que segundo as contas da Câmara custa 6M€ (equivalente a cerca de 3% do Orçamento da CMP) e o retorno pode atingir 32M€. Parece por isso uma proposta irrecusável a realização deste evento.

O problema põe-se com a forma como os potenciais proveitos são contabilizados. É que, se os gastos são fáceis de apurar, porque são gastos directos, já os proveitos é mais difícil, porque para chegar a esse valor de 32M€ serão certamente proveitos directos e indirectos e a grande questão para mim é perceber que proveitos indirectos estão a ser contabilizados e que premissas foram tidas em conta para determinar esse valor. Também não ajuda o facto de em Março os valores apresentados serem de 14M€ de retorno para um investimento de 700 mil euros... é verdade que a história vinha no i pelo que se calhar falta alguma coisa mas ainda assim... Reparem que eu não questiono que haja essa indicação de que pode haver um retorno de 32M€, só quero é perceber como se chegou a esse valor, e já agora perceber no cenário menos optimista qual o menor valor de retorno considerado. Isto porque infelizmente já estou um pouco de pé atrás em relação a estudos que dão sempre os resultados que as pessoas que os encomendaram estavam à espera.

Neste momento o que temos é o histórico da última edição que, pelas contas da Porto Lazer terá custado uns 3M€ para um retorno directo de 1,5M€ (pág. 64 do PDF) e que aparentemente até causou algumas dificuldades de tesouraria à empresa municipal. Ou seja, supondo (só para simplificar) que o dobro do investimento gera o dobro do retorno, ou seja, um investimento de 6M€ gera um retorno directo de 3M€ isso quer dizer que temos um potencial de 29M€ que vai ser gerado indirectamente. Mas como se mede isso e onde ao certo é que são obtidos esses ganhos? Nos hotéis? Nos equipamentos culturais? Nas visitas às caves (que até ficam em Gaia)? Na imagem do Porto nos mercados externos que podem ser os nossos públicos-alvo?

E o que ganhamos nós de facto com isso? Mais do que acreditar que uma ideia que pode parecer interessante o é, o que eu gostava mesmo era de poder ver valores concretos daquilo que se obtém com estes investimentos. Porque isto de ir periodicamente gastando uns milhões na Av. da Boavista quando temos zonas da cidade tão esquecidas que até o sr. do Google Maps não quis passar por lá (tentem ir a Bonjóia usando o Google Street View) não faz muito sentido na minha cabeça.

A partir das 9h00 do dia 19 de Junho, e durante quase três horas, houve mais uma ajuda ao Joãozinho - Nova Ala Pediátrica do Hospital S. João no Porto, feita na nova zona da Prelada, pela Farmácia Lusa - não abundantemente anunciado, nem necessário foi, pelos nossos meios de comunicação social. Não cabe aqui fazer qualquer reclame à referida farmácia, mas merece os parabéns pela iniciativa que fez juntar quase sete centenas de pessoas, que pela inscrição pagaram um euro, que foi entregue ao Joãozinho, tudo com muito esforço organizado pela direcção da Farmácia, e com o apoio de toda a sua equipa, que não é grande, mas que também vestiu a camisola da caminhada, e que para além de oferecer uma T-shirt, uma garrafa de água, fazer medir a tensão arterial a todos os participantes, e depois da caminhada de 3,5 km até ofertou alguns pequenos brindes, a todos.

Sem excessos organizativos, sem mediatismos desnecessários e com a boa ajuda da PSP do Viso, dos Bombeiros Voluntários de Pedrouços, houve um "caminhada a bem da saúde de cada um dos participantes e dos pequenos que forem à pediatria do S. João" de camisola cor de laranja com letras verdes, onde não deixou de estar presente a Aurora Cunha, e todos ajudaram pro bono, deu-lhes trabalho, mas foi-lhes gratificante, por terem conseguido reunir tantas pessoas de boa vontade. Estes casos são o exemplo do que deve ser feito, sem só se estar "indignado", sem só se estar "do contra". Se o sistema não vai bem - e de facto não vai - faça-se algo, por pequeno que seja para ser diferente, evidentemente para melhor. Não sendo fácil, não é impossível, viu-se, fizeram-no! Felicitações à Farmácia Lusa, à PSP do Viso no Porto, aos Bombeiros de Pedrouços, à Aurora Cunha, a todos, todos os que participaram.

De: Teófilo M. - "Brincadeiras"

Submetido por taf em Domingo, 2011-06-19 23:52

Todos nós, quando miúdos, e até muitas miúdas, somos fascinados pelos carrinhos desde muito cedo. Tenho um neto que ainda há pouco fez um ano e o primeiro som mais ou menos bem articulado que fez foi o de brrrruuummm-brrruuummm, quando pegava em miniaturas de automóveis e carrinhas que abundam cá por casa. Depois, depois vamos crescendo. Uns fixam-se nas corridinhas, outros no coleccionismo, mas a maior parte opta pela vaidadezita de ter uma máquina moderna, onde na idade mais jovem anseia por uma máquina atrevida que encha o olho ao mulherama, e que mais tarde, com o crescimento abdominal, se reveja num bom sedan, ou num citadino jipe para levar a famelga a passear aos fins de semana, enfiar-se nas bichas diárias para o trabalho, ou nos estafantes engarrafamentos das pontes e férias. Não falo de outras atividades que embora lúdicas possam ferir a sensibilidade dos mais moralistas. Outros há ainda que, fiéis ao seu vício, correm o mundo só para estar perto daquelas máquinas barulhentas e velozes, gozar com o espetáculo e divertir-se à sua custa, ou enveredam por uma profissão ligada ao ramo para assim satisfazerem, com vantagem, a sua maluquice pelas corridas e pelos belos modelos e motores.

Mas há casos especiais, como o do senhor presidente da Câmara do Porto que, honesto e poupado, tem cortado em tudo que é cultura, porque só entende a versão em que a mesma dá lucro, se tem borrifado na desertificação da cidade, que anda desde que foi para o lugar a prometer a revitalização da Baixa, numa rede eficiente de transportes, numa reorganização da cidade - que aqueles que cá vivem sabem bem em que estado se encontra - que disse apostar na ciência mas que pouco faz ou fez por isso, mas que tem umas corridas só para ele e para a sua trupe que, como alguém disse, é para alguns dos senhores do Porto vestirem umas calças claras, sentarem-se juntinhos a beber uns copos e a sonharem que estão no Mónaco.

Que isso custe a destruição de parte da Avenida da Boavista, que as bancadas fiquem apenas compostinhas, que as receitas geradas sejam distribuídas pelos hotéis de muitas estrelas e pelo setor da restauração, que da câmara saia um bolo suficientemente elevado que poderia ser aplicado noutras coisas não interessa! A publicidade do evento, sendo medíocre, não chama televisões internacionais, nem sequer as nacionais. O público acha o espetáculo caro preferindo ver de fora e de longe pois a vida está má. Os patrocinadores lá vão dando, pois sempre é melhor estar do lado da CMP do que contra ela, nem todos são a equipa do FCP que se pode dar ao luxo de não precisar da sua ajuda para ser projetada na Europa e no Mundo.

Mas ninguém reclama, está tudo caladinho, até porque se passa no Porto, que já foi a segunda cidade do País, vai em terceiro lugar e até à saída dos Censos vamos continuar expectantes. Sabe-se porém que é um local onde vivem velhos e estudam jovens, que tem taipais de madeira a cobrir frontarias de prédios e lojas, que tem montes de edifícios e habitações abandonadas, que já teve mercados e um comércio florescente, mas que agora tem uns a cair, outros em transformação e que o pouco comércio que vai subsistindo continua a debater-se em dificuldades de monta e não vê lura de onde saia coelho.

Por aqui se faz ciência a sério e de qualidade, sem ajuda da Câmara, mas também sem grandes reconhecimentos. O que poderia ser a porta de entrada para um turismo diferente anda à procura de umbrais seguros para poder ser erguida e a cidade estiola, do mesmo modo que estiola a aridez da Avenida aquecida pelo Sol. Há muita gente que sabe do que falo, mas prefere olhar para o lado e discutir outras coisas, qualquer dia também estes terão de partir ou passarão a engrossar os velhos que por aqui deambulam, tristonhos, recordando o tempo em que era difícil, a um Sábado à tardinha, circular em Santa Catarina.

Teófilo M.