2011-01-16
Embora tenha prometido a mim mesmo não perder mais tempo a comentar disparates, há casos em que, por imperativo de consciência, não posso ficar calado. Vem isto a propósito de um post do jovem Pedro Figueiredo em que este critica, de forma arrogante e despudorada, obras de dois arquitectos por quem tenho a maior amizade, estima e admiração e que, pelo seu percurso profissional, deveriam merecer o respeito de alguém que se diz arquitecto, mas que provavelmente não tem uma única obra para mostrar aos amigos. Mais importante do que ter o canudo, é ter obra. Mies van der Rohe, Le Corbusier e Frank Lloyd Wright, por exemplo, nunca tiraram o curso de Arquitectura e, no entanto, fazem parte da lista dos melhores e mais influentes arquitectos do século XX.
1. Concordo consigo em relação às considerações que faz sobre o Shopping Bom Sucesso. O projecto foi assinado por um destacado militante da UDP (actual Bloco de Esquerda) dos anos 70, meu colega de curso mas, tanto quanto julgo saber, é da autoria de um arquitecto brasileiro. O Dr. Fernando Gomes nunca deveria ter aprovado aquele pastelão pseudo pós-modernista.
2. O “Edifício Disneylândia”, como lhe chama, aprovado no tempo do Eng. Nuno Cardoso, foi projectado pelos descendentes do Arq. Morais Soares (filho e netos), um dos co-autores do Mercado do Bom Sucesso, de que o Pedro Figueiredo tanto gosta. Pessoalmente confesso que prefiro a integração por contraste, como acontece com a Faculdade de Arquitectura do Porto, projectada por Álvaro Siza. O próprio Siza não partiu do zero, uma vez que a ideia de fragmentar o edifício foi clonada a partir da silhueta do troço da Rua do Campo Alegre, onde proliferam os conhecidos prédios do Arq. Agostinho Ricca. No entanto, a integração por mimetismo é legítima e, sem dúvida alguma, mais consensual. Classificar aquele conjunto de “gosto salazarista” é, no mínimo, um acto leviano e de muito mau gosto. Como não sou daltónico e até aprecio os amarelos e rosas pastel da Ribeira, não me incomoda absolutamente nada ver esses tons naquele empreendimento que alia, de forma muito inteligente, a tradição com novos materiais e novas tecnologias.
3. Em relação ao Rogério Cavaca, outro amigo que tão mal tratado tem sido aqui na “Baixa”, sugiro-lhe que estude as suas obras (sobretudo algumas ligadas a cooperativas), com fortes reminiscências Art Dèco, que nos anos 80 foram uma inesgotável fonte de inspiração para os arquitectos da minha geração. Já que estamos a falar da encosta direita do Douro, recomendo-lhe vivamente uma visita ao “Teatro do Campo Alegre - Seiva Trupe”, na minha opinião um dos seus projectos mais emblemáticos.
Será que alguém poderá comentar o nível (aparentemente exagerado?) de financiamento do ON.2/COMPETE atendendo ao valor total do investimento e ao (aparentemente reduzido?) número de postos de trabalho criados?
Não ponho em causa o mérito intrínseco destas candidaturas, mas será este nível de comparticipação o melhor precedente para incentivar o investimento privado uma vez findo o programa em 2013? Não seria preferível uma distribuição com maior impacto territorial num número alargado de propostas com qualidade?
José Oliveira Martins
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Nota de TAF: Admito que os incentivos em causa sejam reembolsáveis, e não a fundo perdido, pelo menos na sua maior parte. Não estudei o caso, mas julgo que os regulamentos serão estes aqui para Inovação. Senão, é um escândalo...
- Policiamento de proximidade chega à Sé em Fevereiro - Muito bem, finalmente! Vem ao encontro do que eu inúmeras vezes tenho defendido, e que afinal é tão simples. Esta medida, bem feitas as contas todas, não trará custos mas sim poupança. Menos vandalismo, menos sujidade, menor criminalidade, maior atracção do turismo, etc.
Uma medida sensata, também óbvia, que tardava e que falta aplicar no Porto:
- Juntas de Lisboa passam a ter mais competências, sugestão de Vítor Silva
- Lisboa com 24 "mini-câmaras" em vez de 53 freguesias
- PS e PSD reduzem a 24 as freguesias de Lisboa
- Freguesia menos populosa de Lisboa vai ter mais pessoas que 102 concelhos de Portugal
- Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto com dois presidentes interinos até Governo se manifestar
- A Câmara continua a novela no seu site, sempre de forma anónima e portanto com a concordância (ou quiçá a autoria) do presidente.
- Gaia na "primeira linha" da segunda fase do metro
- Menezes não quer verbas da Alta Velocidade transferidas para projecto do Metro do Porto
- Candidatura à Câmara do Porto "não está em cima da mesa", diz Menezes
- Nenhum galego foi multado nas ex-Scut, revela o Eixo Atlântico
- Blogs de cidades, sugestão de José Carlos Mota
- Sábado agitado em Miguel Bombarda: é dia de inaugurações
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Resolvi criar um perfil e uma página para A Baixa do Porto no Facebook (aliás também criei um perfil pessoal meu). Não simpatizo com o Facebook: parece-me muita confusão, muito lixo misturado com informação útil, e não me agrada o facto de ser um ambiente relativamente fechado. Acresce que não confio na empresa nem na sua política de gestão de informação privada dos utilizadores. Por mim bastariam os blogs (para leitura directa ou por RSS por exemplo no Google Reader), o Twitter, o LinkedIn (que uso para fins profissionais) e o email. Contudo, reconheço que há muitos utilizadores que acham útil o Facebook e para esses tentei tornar mais simples o acesso às actualizações d'A Baixa do Porto. Assim, os twits automáticos que são gerados de cada vez que há um post novo passam agora a ser transcritos também no Facebook. A ideia não é criar um novo ponto de debate, mas apenas dar uma nova "montra" ao blog. Pretendo manter o espírito de debate centralizado, sereno e construtivo que tenho tentado assegurar no blog. Outro tipo de fórum será eventualmente complementar, mas A Baixa do Porto continuará na mesma: um blog público, moderado, onde cada comentário tem a "dignidade" de post. E agora com visibilidade facilitada.
Caro Pedro Figueiredo
Antes do mais, permita-me que o corrija: assessor escreve-se com 4s. Em relação ao seu texto, estou parcialmente de acordo consigo. Recordo-lhe um post que publiquei aqui na Baixa, em Agosto de 2006, com o título "Político honrado não tem ouvidos". Realmente, o site da CMP não devia ser conspurcado com balelas, como esta do jornalista do “Público”, que eu não conhecia, nem tão pouco me dei agora ao trabalho de ler o apanhado dos seus artigos, disponíveis em formato pdf. No que toca à segunda questão, penso que está mal informado porque, se Cavaco Silva chamar Rui Rio para o governo, não será para ocupar “uma pasta “menor” ou um “qualquer Ministério importante”, mas sim para Primeiro-ministro (aposto 5 euros).
Sugestão de Pedro Rios:
- Inquérito aos candidatos: o que pode fazer um PR para resolver os problemas do Porto?
Sugestões de Raquel Pinheiro:
- A Physicist Solves the City
- Reportagem fotográfica: The Ruins of Detroit
- How Did Economists Get It So Wrong?
Outros assuntos:
- Exposição sobre Darwin abre ao público Casa Andresen renovada
- Candidatura à Câmara do Porto "não está em cima da mesa", diz Menezes
- Menezes lança Marco António para Gaia e faz do Porto o seu tabu
- Serralves discute peso crescente do imaterial na economia e na vida social contemporâneas
- Nova candidatura para financiar Materno-Infantil
- Nova candidatura do Centro Materno-Infantil a fundos comunitários entregue em breve
- Rivoli pós-La Féria faz-se evento a evento
- Empreendedorismo Social: como podemos lidar com novos desafios económicos e sociais?, 27 de Janeiro na EGP-UPBS Escola de Gestão do Porto
Vou aproveitar para fazer um pouco de anti-campanha, anti-presidencial, anti-Cavaco, anti-Rio, já que ainda se pode... “Não lhes dou Rio, não lhes dou Cavaco…” ou “E não me voltem a dizer que é o melhor tempo das nossas vidas”... Qual a relação entre Cavaco e Rio?
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O dinheiro da Linha Porto - Vigo se não for usado neste projecto deve ser usado na modernização urgente dos eixos da Linha do Douro Caíde - Régua e Régua - Barca D'Alva assim como no eixo Nine - Viana do Castelo da Linha do Minho e na ligação Barcelos - Braga - Guimarães por caminho-de-ferro. O financiamento do Metro do Porto deve ser assumido pelo governo nas mesmas condições em que assume o de Lisboa.
António Alves
- Terreno na marginal de Gaia, junto ao “Cais do Cavaco” (não é campanha…)
Continua a ser um sintoma da irracionalidade de alguns investimentos imobiliários a facilidade com que se pretende construir em terrenos... que não são sequer “terreno”. Neste caso é até necessário desbastar, rapar, cortar, esventrar... para criar uma mini-plataforma própria e apropriada para se poder erguer uma construção. Do outro lado do Douro acontece quase o mesmo com o edifício do antigo terreno da SECIL, em que também não há terreno e portanto o edifício é estreito e emparedado contra um grande talude. Enquanto não vêm enxurradas, tal é a irracionalidade em construir em sopés de declives, linhas de água, etc... não é só na Madeira ou no Rio que “Deus” castiga quem constrói com avidez em terrenos impróprios.
- Ponte da Arrábida + Shopping Bom Sucesso + Edifício antiga SECIL + Edificio Disneylândia
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- Cidadãos criam espaço para agricultura não convencional no centro do Porto, sugestão de Pedro Borges (ver também Outras ideias)
- Construção do Centro Materno-Infantil do Norte já tem luz verde
- CMP: Construção do Centro Materno-Infantil foi aprovada
- CMIN: Correcções ao projecto da ARS possibilitam a sua construção
- 2 incêndios em edifícios devolutos num só dia
- Fotogaleria: Fogo extinto e controlado na Rua da Torrinha
- Prédio devoluto arde na Rua da Torrinha no Porto
- Edifício destruído por incêndio na Ribeira sem risco de queda
- Nova marina de Gaia será inaugurada em Junho
- Nó de Francos entra em obras no dia 19
- Norte arrisca não ter projectos nos transportes
- Hoje tentei submeter no site da CMP um pedido de licenciamento de uma obra no Centro Histórico. Como se não bastasse a péssima qualidade desta secção do site no que respeita à clareza e facilidade de utilização, o resultado foi "Server Error in '/AtendimentoOnline' Application". Resolvi então contactar por mail a Loja da Reabilitação Urbana. Como já é hábito, "Não foi possível entregar a mensagem aos destinatários ou listas de distribuição seguintes: sru.loja@cm-porto.pt. A caixa de correio do destinatário está cheia e não pode aceitar mais mensagens neste momento.". Nos contactos pessoais ou telefónicos sempre fui atendido com correcção e simpatia, quer na Câmara, quer especialmente na Porto Vivo. Mas no que respeita à informática há muito, mas mesmo muito, a corrigir.