2010-07-25
- portoabandonado.com, sugestão de Raul Gomes
- Will the "Tiny House" Movement Catch On?, sugestão de José Silva
- "Novos Princípios do Urbanismo", de François Ascher, com prefácio de Nuno Portas, Livros Horizonte. ISBN: 978-972-24-1670-2, recomendação de Teodósio Dias
- Autoridade Metropolitana de Transportes pronta
- "Expansão do metro só pára se TGV parar"
- Guerra aberta por causa do Centro Materno-infantil
- BE acha que o Governo não quer construir o CMIN
- Isto parece um túnel de Ceuta - A questão não é apenas "como se dois patamares da administração pública não fossem capazes de se entender", mas sim que o PDM é mesmo para cumprir. Aquilo que se exige aos privados tem de valer para todos.
Tudo o que se tem ultimamente falado sobre a regionalização tem sido muito positivo, e tem feito sentir que de facto as decisões continuaram sempre e só a ser tomadas a partir de Lisboa e estão a criar um grande desconforto a nível do país, como um todo. Porém não se pode agora querer ter tudo ao pé da porta e todos e cada um sermos os possuidores das boas decisões para o nosso “quintal”, e com isso criarmos tantos quintais que só para os governar serão necessárias tremendas engenharias financeiras, que em nada resultarão que não seja em criar mais meia dúzia de pessoas importantes neste nosso país, já de si feito com muita necessidade de ser e estar importante.
Tudo o que vem sendo falado por exemplo da Linha do Tua, deve ser defendido conforme cada um ache que é mais útil ter, por exemplo uma excelente Linha do Douro o mais extensa possível, ou num país em que não há dinheiro para tudo não melhorar tanto a Linha do Douro e refazer a do Tua e esquecer a barragem. Pessoalmente apostaria mais numa excelente Linha do Douro, o mais extensa e melhorada possível. Mas não sou senhor de nenhuma razão. Quanto ao Norte como um todo, acho de toda a importância. Se nos dispersarmos em pensamentos com uma força no Porto, outra no Douro, outra em Trás-os-Montes, outra no Minho, serão demasiadas dispersões e talvez poucas atenções, e pode não ser útil.
Talvez seja de pensarem os que ainda têm muito ímpeto, muita vontade, muita força, em unir esforços num Norte com pujança, com “unidade”, com vontades iguais, para ser possível ter uma região em grande e não unicamente pequenas regiões de costas umas para as outras! Devo estar a ver muito menos bem a situação, mas continuo, possivelmente errado, a pensar que 2012 Capital Europeia da Cultura em Guimarães deve e tem de ter a centralidade em Guimarães, mas deve estender ramificações a todo o Norte: a Braga, a Famalicão, a Viana do Castelo, a Caminha, a Miranda do Douro, ao Porto onde está o aeroporto, onde está Serralves, onde está a Casa da Música, à Vila da Feira onde existe uma Ideia Medieval muito interessante. Isto para haver unidade consentida e assumida e não pequenos espaços sem força e sem representatividade! E ao ser feito isto, estaremos a dar força a toda uma região Norte e a mostrar a Lisboa que não estamos a querer criar uma força contra Lisboa, no Porto ou em Trás-os-Montes, mas uma força pela região Norte a bem de todo o Norte, pelo Norte, pelo País e não forçosa e necessariamente contra Lisboa!
Augusto Küttner de Magalhães
- Linha do Tua: Processo de classificação não impede a barragem, admite parecer da Direção Regional de Cultura
- Barragem pode avançar mesmo que linha do Tua seja classificada como Monumento Nacional, garante ministra da Cultura (áudio) - O que é preciso mais para a ministra ser posta na rua?
Conheci o Vale do Tua há cerca de cinco anos, devido ao meu companheiro que tem laços familiares com essa região. Acompanhei os movimentos cívicos que levantaram questões, deram alternativas para a sobrevivência e viabilidade da linha. Quando vamos para o Fiolhal, aldeia perto da foz do Rio Tua, vamos sempre de comboio. É uma das mais bonitas viagens de comboio. Em certas zonas, o comboio fica rasante à água, parece que flutua na água do rio Douro. Desfilam o vale, as paredes de granito cortadas à faca, as vinhas, as oliveiras, ciprestes, que se reflectam no rio e ganham outra dimensão. A viagem pela Linha do Tua completa esse deslumbramento. Inicia-se no vale muito accentuado, uma vertigem de escala! A carruagem a meia altura do vale e fio de água do rio Tua em baixo. A viagem acaba por entre terrenos com papoilas e oliveiras. O comboio no meio do campo! Devagar, devagarinho para poder contemplar esta paisagem. Paisagem: será este termo suficiente para parar a construção de uma barragem? Então que tal construirmos uma barragem no Porto por detrás da Ponte D. Luís até à altura da Serra do Pilar?
Saliento que a viagem de comboio pela Linha do Douro oferece a melhor vista para o vale do Douro e não a IP4 e afins (lembro da minha desilusão quando fui de carro - não se vê quase nada!) Aconselho a todos uma viagem pela Linha do Douro (evitar o comboio a vapor devido aos riscos de incêndios.)
Nota: o que me entristece é a posição dos autarcas, excepto o de Mirandela. Todos esses senhores se venderam. Demonstraram que não têm plano estratégico, nem visão, para o desenvolvimento da região. Limitaram-se a fazer as contas ao que iriam receber, sem falarem da sua aplicação. Nesta história, o que está em causa não é só uma barragem, uma linha, é o problema da desertificação. Para quem está convencido de que as barragens trazem desenvolvimento, peço para considerar o caso das barragens de Bemposta e Picote. Boas estradas, boas infra-estruturas e o silêncio.
Isabel Pimenta
Eu sou dos que foge aos “nãos” da vida. Ainda hoje ouvia algumas das últimas palavras do António Feio, apelando ao viver cada dia, ao se fazer, ao não deixar nada para trás. Também conheço bem as constantes divisões e oposições bem típicas de espíritos mesquinhos e invejosos, que não sendo capazes de mais, em vez de aprender, levantam os braços para mais ninguém passar. Sou dos que considera que os problemas que temos no Norte, no Douro, em Trás-os-Montes, sobretudo a nós se devem, mesmo numa altura em que o encerramento de escolas e de unidades de saúde públicas tanto afectam a nossa região. As divisões internas só nos prejudicam. Se o quisermos e lutarmos, se formos perseverantes, tudo é possível.
A minha vida tem sido passada no mundo da finança e dos investimentos empresariais, e sei a importância que investimentos estruturantes podem ter como âncoras à volta da qual se podem desenvolver as pequenas iniciativas empresariais privadas, no limite, as que interessam para o desenvolvimento. Nem sou nada contra barragens, que são importantes em múltiplas facetas. Neste domínio, incentivo e apoio quem luta para que as compensações financeiras decorrentes da exploração de recursos naturais fiquem na região. Daí, medidas como a distribuição da derrama pelas localidades envolvidas e a constituição de fundos de desenvolvimento são excelentes passos e o resultado desta atitude de alavancar na barragem algo mais para as regiões. Que em nome da região em que vivo, muito agradeço.
No caso específico do Tua, considero que é uma muito má opção trocar as potencialidades da linha férrea, que considero vital como infra-estrutura pública que rasgue o território do Douro até Sanábria. As últimas décadas foram de esquecimento e de degradação contínua da linha e do serviço às populações locais. É fácil fazer crer que ninguém usa este meio de transporte, basta não o modernizar, deixar degradar, optar por horários desadequados. Depois ninguém o usa, e justifica-se a redução de investimentos por não haver procura e assim sucessivamente. Melhor do que eu, o Jorge Pelicano mostra bem o que é desenvolvimento regional alavancado numa linha férrea, na Suíça.
LINHA DO TUA... UM APELO CÍVICO
No mesmo dia em que se torna público o início do processo de classificação da Linha e Vale do Tua, é inaugurado em Vila Nova de Foz Côa o Museu dedicado às gravuras e património classificado, liberto das águas da barragem há 15 anos atrás.
O que se consegue quando as pessoas se mexem? Tudo ou quase tudo! Quando as pessoas se mexem e põem em acção os mecanismos raros de democracia directa, popular e participativa conseguem:
- 1 - ...que o Coliseu do Porto não vá parar às mãos de uma entidade religiosa, permanecendo o seu carácter público e de casa para espectáculos.
- 2 - ...que o desenvolvimento de Foz Côa se faça através do turismo cultural ligado à paisagem e (pré-)história, e não baseado em turismo de albufeira de 3ª categoria.
- 3 - ...que o Mercado do Bolhão continue a ser a grande referência de mercado de frescos da cidade, e não um shopping igual a tantos outros.
- 4 - ...
O que é a Democracia Popular? A Democracia popular não é com certeza um qualquer regime governado por burocratas cinzentos, uma qualquer clique Estalinista que manchou (quase) para sempre uma boa parte da esquerda e que em geral participa com força e legitimidade nas lutas justas – pelo património, também... (a Albânia, a União Soviética, a RDA, etc... não são com certeza a Democracia Popular. Nem democracia, nem popular.)
Quero apelar neste momento a que se pressione mais do que nunca a EDP e o governo português para que PARE mesmo a barragem e engavete a barragem... (talvez na mesma gaveta onde já Mário Soares colocou o Socialismo há uns anos atrás...). Como sabemos, em Portugal é possível um ministério (cultura-IGESPAR) dizer uma coisa e os outros ministérios (economia – energia) o contradizerem no momento seguinte, e isto “ser considerado normal”. Mas não, não é “normal”. A classificação da Linha do Tua só tem uma consequência possível: rasgar o projecto da barragem. Abrir um plano ferroviário, turístico e comercial que integre o Vale do Tua no turismo do Douro – o Norte e o Douro são hoje o (único) motor do Turismo em Portugal! Deixemos o professor Cavaco Silva com as suas autoestradas e férias no Portugal-Algarve. Apelo a que este Verão façamos férias de comboio em Portugal-Douro e para o ano de comboio em Portugal Douro-Tua.
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APROVEITARMOS AS BOAS IDEIAS “ESTRANGEIRAS”
Este blog pretende ser mais um contributo para a divulgação das iniciativas culturais que ocorrem diariamente na Baixa do Porto, das artes plásticas às artes performativas, passando por tudo que possa contribuir para a dinâmica cultural e social da centralidade, outrora adormecida, da cidade. Para este propósito todas as colaborações serão bem-vindas.
Cumprimentos
Há vida no Porto para além das "indústrias criativas". Explico porquê. Apreciei ler as palavras do reitor da Univ. Porto, Marques dos Santos, que se seguiram à sua reeleição; parece querer marcar uma saudável preocupação em captar para a UP o reconhecimento europeu que ainda não tem, apesar de alguns pólos de excelência.
Mais do que debater o crescimento das "indústrias criativas" - como há dias alguém dizia, às tantas já não se sabe bem do que falamos... - vejo antes sinais de que há uma cultura de inovação que se pode afirmar no Porto.
O Centro de Estudos Avançados da IBM - o CAS, parceria com a FEUP desde finais de 2009 - finalmente está activo nas áreas da Mobilidade Sustentável e "Smart Cities". No pólo tecnológico da UP - a UPTEC - "startups" tecnológicas vão nascendo e lutando pela sobrevivência. Empresas inovadoras como a Alert ou a NDrive nas tecnologias de informação estão cada vez menos sós; o INEGI em Farnborough; o novo CIIMAR em Leixões; ou um projecto como a Plubee.com - pioneiro no comércio electrónico na cidade, com ofertas de descontos em todo o tipo de serviços - vão fazendo o seu percurso.
Não desmereço a indústria em torno das artes, mas tão ou mais importante parecem-me estes bons exemplos de empreendedorismo e inovação. Saibamos também atrair capital e massa crítica.
José Pina
O "outro Prémio Nobel Português" também não tem qualquer ligação com a Invicta e tem uma placa com o nome de Egas Moniz numa obscura praceta.
Espero que, num futuro mais ou menos longinquo, não nos calhe um autarca que comece a alterar os nomes das ruas das cidades pelo simples facto de nunca terem realizado algo de importante para a urbe. Começamos pelas ruas com nomes de Santos e vamos atribuir os nomes antigos? Há uma pazada delas, a começar pela rua de Santa Catarina. Também existe uma data de escritores que nada têm a ver com a cidade. O Aquilino ali para os lados de Ramalde. E já agora era urgente pensar no novo nome da futura Alameda Nun'Álvares Pereira. Helena Sá e Costa foi relegada bem para longe do largo onde viveu. Eu sei, alguém sairá com o argumento que fica mesmo pertinho da Casa da Música.
A partir de agora vai ser muito árduo o trabalho da Comissão de Toponímia.
Paris atribuiu há pouco tempo o nome de Amália Rodrigues a uma das suas artérias.
Felizmente que estamos no Verão. Metade da população na praia e muitos a pensarem nela!
- Metro do Porto avisa tutela que está a entrar em ruptura financeira - sugestão de Carlos Cidrais
- Menezes pede paragem do TGV para resolver crise na Metro do Porto
- Metro recua no alerta ao Estado
- Incêndio em casas abandonadas assustou a Sé (notícia actualizada)
- Risco de derrocada da fachada do prédio
- A Planta Topográfica da Cidade do Porto 1839
- Pelouro do Conhecimento e Coesão Social divulgou iniciativas para Agosto
- Estúdios disponíveis para alugar na Fundação José Rodrigues
- Engenharia do Porto envolvida na criação do Registo de Saúde Electrónico
- Centro Materno-Infantil em risco
- Referendo à regionalização não pode ser obrigatório, defende PS/Porto
- IURD inaugura Igreja no Porto com capacidade para três mil fiéis - Se isto não é um sinal de alerta para a alienação e crendice em que tantos portuenses vivem, o que será?
- Donos do alheio - a minha crónica no JN
Não tenho dúvidas que o tema das barragens da EDP é de muito difícil captação pelos jornais, isto porque o orçamento desta empresa para publicidade é naturalmente uma fonte de viabilização de muitos destes orgãos de informação. Mas a propósito da seguinte passagem - «...José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela, considera que a suspensão das obras é uma "boa notícia" e mostra-se incrédulo com o concurso de construção da barragem, "quando ainda decorre um processo de consulta pública até 9 de Setembro do Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução".» - não me esqueço do adiantamento que a EDP fez ao Estado Português em 2008 por conta do Plano Nacional de Barragens, e que permitiu um certo acomodamento de contas públicas, mesmo antes de cumprir os requisitos legais que um Estado de Direito obriga.
Acima dos medos, acima dos atropelamentos legais, acima do direito e da sua violação, existe a JUSTIÇA. As populações destas regiões, caso se concretize esta violação de direitos e de justiça, também terão direito a recurso sobre quem a atropelou.
A linha ferroviária do Tua está para além do uso turístico. É serviço público às populações de Foz Tua até Bragança, incremento de mobilidade pelo meio ambientalmente mais sustentável - vide Obama nos EUA - e abertura ibérica do Vale do Douro e Trás-os-Montes à estação AVE de Puebla Sanábria. Isto sim, é investimento público estruturante e que deverá guiar um Governo Regional do Norte e as linhas de um Partido Político que se una às causas das populações da região. Depois, os empreendedores fazem-se por si próprios, não precisam de padrinhos nem de guiadores de almas.
Já agora, o que terá também o "Dow Jones Sustainability Indexes" a dizer sobre tudo isto?
Em vários blogues está a ser divulgado o seguinte acontecimento, que aqui transcrevo:
"CLASSIFICAÇÃO DA LINHA DO TUA COMO PATRIMÓNIO DE INTERESSE NACIONAL
Vimos convidar os senhores e senhoras jornalistas para participar numa Conferência de Imprensa, na próxima sexta-feira, dia 30/07, pelas 11.15h, no Café Majestic, no Porto, na qual será apresentada a resposta favorável dada ao Requerimento e o teor do Despacho relativo ao pedido de abertura do processo de classificação da Linha Ferroviária do Tua como Património de Interesse Nacional. Este requerimento foi entregue no IGESPAR, no passado dia 26 de Março, por um conjunto de cidadãos que tem vindo a lutar pela classificação da Linha do Tua, assim como personalidades do meio cultural, artístico, académico, científico, ambientalista, político e sindical e é sustentado na Lei de Bases do Património Cultural (Lei nº107/2001 de 8 de Setembro).
Os subscritores deste documento consideram que a Linha do Tua merece a classificação como Património de Interesse Nacional, não só pelo papel histórico que desempenhou e pela obra-prima de engenharia portuguesa que constitui, mas também, e ainda, como exemplar único do património ferroviário e industrial do nosso país. Os requerentes consideram ainda que este património tem elevado potencial para o desenvolvimento turístico para a região e que tem que ser preservado e valorizado."
O anúncio da conferência é dos Verdes e do Movimento Cívico pela Linha do Tua.
Suspiro pelo fim daquela inexplicável ideia de barragem. A memória da minha Avó em Foz-Tua assim o merece.
Pedro Figueiredo
Gostaria que nos entendêssemos sobre o conceito de desenvolvimento. Para mim, está associado à fixação de pessoas no território e à promoção de emprego qualificado e bem remunerado. Nada disso existe, de momento, nas regiões onde se pretende construir as barragens. Também não existe nas regiões onde já há barragens. Apenas porque uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não é uma relação directa.
Fico um pouco assustado se pessoas com tanta responsabilidade acreditam, de facto, nesta relação de causa-efeito entre barragens e riqueza nas regiões. Fico mesmo assustado. Porque aquilo que a construção das barragens tem feito acentua ainda mais o abandono dos territórios, retirando, durante a fase de construção, alguns agricultores para desqualificados trabalhos de obras públicas e daí para a emigração. Como acho que querem acreditar, apenas, já percebo outra lógica de discurso. Da oportunidade de se poderem canalizar as compensações financeiras deixadas pelo aproveitamento dos nossos recursos naturais em favor de projectos empresariais nessas regiões. Isso porque são regiões muito pouco contempladas por apoios ao desenvolvimento. E que as compensações das barragens poderiam corrigir um mal estrutural das políticas nacionais de desenvolvimento do território. À falta do dinheiro sempre canalizado para as duas grandes Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, em muito particular para Lisboa, aproveite-se o que a EDP para lá pode enviar. Pelo menos, parece que haverá, pela primeira vez, algum dinheiro. Como um mal menor. Algo que nunca foi feito e aí é meritório o empenho das populações na defesa do seu território.
Aí entram as opções, mas a que custo para as populações desses territórios e ao potencial virgem lá existente? Acontece que na base dos territórios do Sabor e Tua existe um potencial natural, ambiental, humano, histórico que será muito afectado. Há muitos projectos ligados às Águas Bravas, que nasceram espontaneamente, sem planos de desenvolvimento, fundos financeiros dedicados, empenho de autarcas e administradores e que vão ser afectados. Não se pediram mecenas mas o respeito por esses empreendedores e as suas necessidades actuais, sem estarem a criar situações artificiais. Não se estão a pedir salvadores da pátria, apenas que se não se limite a liberdade dos outros. A EDP não tem direitos sobre um território que é público. E muito mal está a CCDRN em não ter falado em defesa do bem público.
Fico perplexo com a questão da linha ferroviária do Tua. Já viram no National Geography uma série dedicada aos comboios a vapor turísticos, que nos reconduz ao tempo da conquista do Oeste, às viagens do Willie Fog, ao imaginário dos parques temáticos da Disney, às estepes da Sibéria, etc, etc? Nós temos esse potencial e vamos destruí-lo, trocando-o por voltas de barco....NÃO! E a ligação à rede de Alta Velocidade Espanhola, em Sanábria, que colocará Madrid a 2 horas de Bragança? Uma parede, numa curvatura de um rio, a gerar míseros rendimentos energéticos justifica abdicar deste potencial para a região? NÃO!
Passei muitos anos da minha vida em grandes projectos de corporate finance. Há 2 anos, visitei um plano de mini-hídricas numa dada Serra, em que, após a consciência do seu pouco interesse e rentabilidade energético, foi proposto um projecto de recuperação turística. A morte sentia-se no ar e na água. As águas estavam paradas e cheiravam mal. Nem um barulho de animais ou insectos. Quem, como eu, assistiu à cara de impotência dos responsáveis dessas mini-hídricas sobre o curso a dar a esse activo, percebeu que algo está a ser muito mal feito e que tem de ser ponderado e alterado.
José Ferraz Alves
À entrada da rua Cândido dos Reis, junto ao largo Calém, esplanada Sandeman, encontramos esta espécie de “Checkpoint Charlie”, caído do céu ali mesmo no coração da ribeira de Gaia. Mas não, não vemos por perto nenhum muro de Berlim. E ainda bem. Por causa da má fama do tal muro e porque a ideia de apenas abrir certas ruas de Centros Históricos a moradores é uma boa ideia, no que proporciona a certas ruas de cariz medieval, a escala e o escoamento para que estas foram certamente projectadas em épocas de muito menos ansiedade e movimento urbano. O seu a seu dono. Cada rua com a sua “justa” escala de mobilidade.
O que me parece despropositado é esta tendência que muitos autarcas têm para o espalhafato viário, talvez muito mal aconselhados por “técnicos de vias”, burocratas da hiper-sinalização, talvez mesmo maus engenheiros de tráfego apenas interessados em cumprir o mais possível tudo o que seja hiper-sinalizar, demonstrando insegurança na relação com o cidadão e uma grande dose de anti-urbanidade.
A minha proposta é que no mundo autárquico haja equipas de design que normalizem procedimentos com inteligência prática, estética e minimalismo eficaz se possível e não “isto” que vêem nestas fotografias. Em cerca de 20 m2, à entrada desta rua, sem qualquer noção prática e estética amontoam-se 13 elementos físicos – vulgo obstáculos – com todo o tipo de poluição visual e gráfica. Algumas Câmaras já deverão ter vícios de forma na relação com os cidadãos peões e automobilizados, infantilizando-os...
Receita:
1 Sinal “Zona de Parking” + 1 Sinal “Veículos portadores de Cartão zona 1” + 1 Sinal “Controlo de acesso” + 1 Sinal “Zona de Circulação Proibida” + 1 Sinal “Excepto veículos autorizados” + 1 Sinal “Horários de excepção” + 2 Semáforos de controle + 1 Sinal “Sentido Obrigatório” + 3 “Mecos de solo” + 1 “Máquina para Cartão”... Tudo isto em passeios com menos de 1 metro e uma rua estreita.
Cada instituição tem a imagem que cultiva. Esta representa a Câmara Municipal do Porto na Praça de Gonçalves Zarco, ao Castelo do Queijo. Nada de criticável, digamos antes que a fotografia está condizente com a realidade depressiva do Porto. Ou acima dessa realidade, uma vez que aqueles farrapos sujos no alto de uns mastros, com as insígnias da antiga, mui nobre, invicta e sempre leal cidade do Porto, não descem tão baixo como por vezes faz o sítio institucional da CMP, pago com o dinheiro dos contribuintes que deveria servir. Veja-se como a câmara reagiu às crónicas de Amílcar Correia, jornalista, e de João Teixeira Lopes, sociólogo, saídas no Público, não suportando a crítica, diminuindo a importância social do jornal e assumindo-se como órgão de propaganda das decisões trôpegas que o executivo municipal tem aplicado à cidade com os resultados práticos que estão à vista de todos.
O Porto está mais pobre, mais vazio, mais sujo, decadente, apático e desorganizado. Basta comparar com os concelhos vizinhos. As iniciativas contrárias a este estado de coisas têm vindo, felizmente, da sociedade dita civil.
É uma pena que a cidade não seja um motor de explosão... certamente estaria um brinquinho.
Publicado em A Cidade Deprimente
- Viaturas a apodrecer à porta das esquadras da PSP
Desde há longos anos que nos vamos (mal) habituando a ter de ver viaturas a apodrecer junto à maioria das esquadras da PSP. Aqui no Porto temos exemplos como a Foz, Ramalde e vários mais, o que é extensivo a todo o País – Espinho, Viana do Castelo! Não poucas vezes vemos viaturas quase novas e, dado para ali ficarem, acabam por passar a “sucata” e mesmo assim não são removidas da via pública, ou de parques “próprios” junto às referidas esquadras! Supõe-se que são viaturas cujos proprietários ou utilizadores tiveram problemas que implicaram a sua apreensão. Nada será possível mais rápido ser feito? Com todos os direitos e com justiça e democracia, passarem estas viaturas a ser utilizadas pelo Estado - oficialmente e com parcimónia - para evitar custos com novas, não deixando aquelas apodrecer e a ver-se um espectáculo tão degradante: entre País atrasado e a querer ser desenvolvido.
- Abertura das grandes superfícies ao Domingos
Talvez seja conveniente pensar-se antes de mais que muitos profissionais em várias áreas trabalham em todos os dias da semana, não tenho a folga ou descanso semana “fixado” ao sábado e ao domingo, tais como: polícias, bombeiros, empregados de cafés e de restaurantes, de hotéis, cozinheiros, porteiros, vigilantes, lixeiros, enfermeiros, médicos, pessoal de limpeza nos mais variados locais, empregados em empresas de laboração continua. Logo estarem as grandes superfícies abertas, também ao domingo à tarde – era o único período que ainda não estavam - não vai criar um novo tipo de trabalhadores.
- Incêndio no Porto destruiu várias casas devolutas na escarpa das Fontainhas - vídeo SIC
- Susto na escarpa das Fontainhas
- Incêndio na escarpa das Fontainhas destruiu 20 casas abandonadas
- Fogo na escarpa das Fontainhas: Reportagem fotográfica de Paulo Pimenta e vídeo JN
- CDU diz que Câmara do Porto violou o PDM ao demolir a escola do Aleixo, autarquia diz que acusação é "ridícula"
- Autarquia defende demolição de escola do Aleixo - Neste caso a Câmara tem razão: é evidente que o PDM não impede a demolição do edifício, mas sim a mudança de uso do local.
- Dicionário Online de Conceitos Jurídicos, da PMA
- EDP lança concurso para construção da barragem de Foz-Tua
- Porto serve de palco para festa do rugby universitário - vídeo
- Cineclube do Porto: Sessão de Curtas ao Ar Livre no dia 27 Julho no Breyner 85
- Gaia: O primeiro hotel cinco estrelas - com referências ao debate aqui n'A Baixa.
- Novo hotel de luxo de Vila Nova de Gaia começa a receber hóspedes a 7 de Agosto - «(...) Menezes fez um sobe e desce entre os pontos marcantes dos seus mandatos, e até teve tempo de, a propósito de um potente binóculo instalado no hotel, "de onde quase se consegue ver o gabinete do presidente da Câmara do Porto", desafiar Bridge a ser o primeiro luso-inglês a candidatar-se ao lugar ocupado por Rio. "A região precisa de quem invista, de quem não se conforme e lute contra a corrente", justificou, propondo-se ser o "director de campanha" do candidato que acabava de lançar.» - Sem comentários.
- Fundos árabes interessados em empresas que Estado português quer privatizar - E não há ninguém a apresentar-lhes as oportunidades na reabilitação urbana do Porto? Exemplo: criação de fundo de gestão de arrendamentos.
(Os posts pendentes serão publicados mais tarde.)
… é de uma estação de autocarros decente, moderna e digna, tanto para o tráfego suburbano como para o de longo curso. Não precisa de ser uma coisa tão xpto como esta, mas pelo menos que seja melhor que o miserável e inacabado “Terminal Minho e Douro” que fizeram (e deixaram fazer) em Campanhã.
A SRU Lisboa Ocidental efectuou contrato de financiamento com o IHRU de 16 milhões de euros, para renovações de infra-estruturas, espaços públicos e edifícios. As obrigações resultantes desse financiamento são suportadas pela CML, que já suporta também a quase totalidade dos custos do exercício desta entidade através de subsídios à exploração, nomeadamente os custos com pessoal, reduzidos ano após ano, esforçadamente, e que rondam em média 430 mil euros, para 11 pessoas ao serviço.
A SRU Ocidental efectuou ainda financiamento junto do BES para expropriações, aquisição e conservação/restauro de edifícios, cujos proprietários não manifestaram vontade de participar, são 10 edifícios, cabimentou para expropriações pouco mais que um milhão de euros. Na análise dos resultados físicos da acção da SRU Ocidental demonstra-se claramente que Lisboa permite mercado e rentabilidade no investimento em reabilitação, difícil de superar, há oferta para todos os segmentos, e alta rentabilidade para os investidores privados, cujos investimentos beneficiam não só dos factores burocráticos, mas de toda a valorização que se consegue com essa resposta.
Agora isto só é possivel dada a alavancagem dada pela CML e pelo IHRU. Porque razão não fazemos o mesmo? Será que já o estamos a fazer? Não conheço as contas da Porto Vivo, nem mesmo sei se são públicas. Provavelmente erro meu. Mas era importante saber se estamos a recorrer aos mesmos instrumentos, se podemos recorrer, e não recorrendo apurar as razões. Já que a alavancagem é feita pelo sector público, deve existir igualdade de oportunidades entre municípios.
Cristina Santos