2008-05-18
Independentemente dos motivos e da forma de manifestação relativa às SCUTs, a PSP não está a falar verdade. Em plena Rotunda de Santo Ovídio (V.N. Gaia), 2 agentes fardados saíram de um Nissan Primera Branco descaracterizado, interrompendo o trânsito... curiosamente depois de passarem viaturas alusivas à manif... Começo a ficar preocupado com perseguição à liberdade.
Abraço,
Rui Oliveira
--
Nota de TAF: PS - ler também esta notícia
- Scut: marcha lenta termina na Avenida dos Aliados com balanço positivo da organização
- Obras de 5 bairros em conclusão
- Custa explicar?
- Ministro atrasa abertura de linha
- Novos metros a circular em Setembro
- Desempenho das empresas municipais é analisado na próxima reunião da Câmara do Porto
- Mundo rural na Quinta da Bonjóia
- Artesanato nipónico no Palácio de Cristal
- Semana da Fotografia da ESAP
- Mostra colectiva de pintura na Nasoni
- O IF volta ao Soares dos Reis
Isto de ter trabalho atrasado e de até ao fim deste mês andar também por outras paragens blogosféricas faz com que a atenção à Baixa seja menor do que o habitual. Aqui ficam as referências de algumas leituras.
- maioclaro.com - Iª Semana de Fotografia da ESAP - inauguração amanhã (Sábado), 16:00, das exposições na Fundação José Rodrigues
- Metro: Linha circular deve estender-se a Gaia
- Rio Fernandes quer ligação directa a Valbom
- José Costa diz que a nova ponte é inevitável
- Gaia: Centro Cultural aprovado com polémica
- Empresa gestora d'"A Brasileira" à espera de recuperar dois andares
- Mobilização de utentes quer impedir portagens nas SCUT do Porto
- Unidades de investigação da UP vão servir PME a baixo custo
- Cinema Trindade viveu uma semana que recordou os "velhos tempos"
- Lojas de moda e design fazem renascer o comércio na Rua Cândido dos Reis
A metros do Plaza. Rendimento mensal do edifício 18€, 4 inquilinos em 3 quartos, cozinha conjunta, WC no exterior, sem banho, sem água serve apenas para despejar dejectos que transportam em vasilhames. A reabilitação não se enquadra em nenhum projecto de apoio, inquilino que pernoita no mesmo quarto com a mãe acamada, desempregado, diz aguardar há décadas atribuição de casa social; proprietário sem recursos. O aluguer em quartos está explicitamente descrito nas declarações de rendas de 1986/1988.
Cristina Santos
Cidade do Porto 2008
"Não considera que há o risco de alienação do centro histórico do Porto aos grandes grupos económicos, nomeadamente espanhóis?
Francamente, não partilho dessa visão do mundo. O que nós precisamos é que os centros das cidades voltem a ter vida: que os edifícios sejam reabilitados ou sejam ocupados por pessoas, respeitando as características de quem lá está e de quem venha de fora.
Sem o cuidado de acautelar o risco de o centro histórico se transformar em condomínio de luxo, só para alguns?
Desculpe, mas o que é que tem contra o luxo? Se for a cidades como Barcelona ou Manchester, percebe que só se consegue contrariar a tendência de decadência atraindo para o centro gente com outra capacidade de compra."
O ex-ministro da agricultura que um seu amigo elevou a eminência parda da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto (além de ser funcionário da CCDR-N, presidente da Fundação Rei Afonso Henriques e elemento de mais umas quantas agremiações) disse o que acima se transcreve em entrevista ao P(úblico).
Apenas destaco estas duas linhas para evidenciar a ignorância e a incompetência: Manchester não conheço mas, para bem dos meus pecados, posso dizer que em Barcelona, conforme os responsáveis se orgulham de dizer, o esforço foi e mantém-se no sentido de assegurar uma cidade plural, em contínua renovação mas sempre inclusiva. Por outro lado, considerar que uma cidade é viva apenas porque os edifícios são reabilitados e ocupados por pessoas, revela bem a medida pequenez da visão que esta gente tem do que é a urbe. Finalmente, defender o que é dito e achar que isso é compatível com o respeito pelas "características de quem lá está e de quem venha de fora" é, no mínimo, paradoxal.
Para recolocar uma velha discussão no seu devido lugar aqui vai, segundo o Site Futebol Finance, o verdadeiro nº de adeptos que os clubes portugueses têm. Como sabem, futebol não é apenas o conjunto de pessoas que se reúnem nos estádios para assistir a um jogo: além das óbvias conotações políticas em volta dos clubes símbolo, também há muita economia e negócio. E neste campo a cidade do Porto tem um enorme potencial que continua a ser teimosamente ignorado pela Câmara. Até quando Rui Rio vai continuar a fazer o papel do ‘pateta útil’ dos interesses do centralismo futebolístico?
PORTUGAL - Liga Portuguesa de Futebol Profissional, 2003*:
- 1. Benfica - 4,1 milhões (38,8%)
- 2. Porto - 2,6 milhões (24,4%)
- 3. Sporting - 2,1 milhões (20,2%)
E também o nº total de espectadores na última Bwin Liga:
- 1º Porto 579.481
- 2º Benfica 563.368
- 3º Sporting 440.712
- 4º V.Guimarães 293.671
- 5º Braga 234.211
- 6º Académica 103.087
* Sendo estes números de 2003, é provável que o FC Porto tenha até melhorado ainda mais o seu desempenho no que toca à popularidade.
Caro Vítor Pereira
Ao contrário de alguns, considero que o futebol é um espelho perfeito da sociedade em que vivemos e é por essa razão que falo mais dele do que gostaria. O futebol tem uma vantagem: denuncia muito daquilo que a política encobre. Assim sendo, e como termina o seu post com mais algumas "dúvidas", concluirei este agradável bate-papo acrescentando um quarto elemento a esta sua questão: "Assim, continuo sem entender a necessidade de elevar tanto os festejos leoninos."
Meu caro, para entender basta estar um pouco atento para reparar que em Lisboa se sobrevalorizam as meias-proezas dos clubes locais na razão directa porque subvalorizam as proezas-inteiras dos clubes do Porto. Como se isto não chegasse, ainda temos que aturar aqueles que consideram a constatação destes factos como "complexos". É o centralismo (acho até que já é mais colonialismo) em todo o seu esplendor a reflectir-se na paixão clubística dos cidadãos. Só o Dr. Rui Rio e seus aliados é que não querem perceber isto.
Cumprimentos
Rui Valente
PS - Apesar de pensar ter sido bem explícito, não quero ferir susceptibilidades clubísticas. O Sporting (que desta vez não pode queixar-se da arbitragem) esteve melhor que o Porto e por isso mereceu levar a Taça. Parabéns.
No seguimento do já falado PortoRedux (workshop) surgiram ideias com algum potencial. A organização do encontro baseava-se na divisão entre cinco grupos de jovens estudantes que vão, para o próximo mês, apresentar publicamente as suas propostas (contra-propostas, na verdade). No meu grupo temos algumas ideias de base fundamentadas aqui. (As fotomontagens serão publicadas depois da apresentação formal.)
Localizado na Baixa do Porto, o Mercado do Bolhão é referenciado como um exemplar arquitectónico do início do século XX, essencialmente por ser um dos primeiros edifícios da cidade construídos em betão. O seu projecto esteve marcado por um período político relativamente conturbado – de transição da monarquia para a república – e o seu progresso foi marcando objectivos distintos: um projecto monumental, que cobria a Rua de Sá da Bandeira e que previa uma grande área de mercado coberto evoluiu para um espaço idêntico ao que hoje podemos conhecer.
Este espaço comercial está, também, inserido num tecido urbano caracteristicamente do século XVIII e XIX com intervenções estruturais do XX e XXI (como o metro). Na actualidade, o comércio no mercado está relacionado, fundamentalmente, com frutas e legumes, flores, carnes e peixes (no interior) e cafés ou artigos de vestuário (no exterior).
Actualmente, tem-se vindo a tornar consensual a urgência de revitalizar o Mercado, pensando na modernização do espaço físico e na evolução do que à actividade diz respeito. Uma das perspectivas pode suportar um espaço flexível, móvel, adaptável a circunstâncias e que simultaneamente tenha condições de defender um quotidiano, uma rotina. Não se trata de uma alteração profunda ao que conhecemos hoje do Mercado mas – à medida do que acontece a cada dia com a cidade – pretende-se acrescentar valências, numa actualização que, no futuro, possa ser reconhecida à imagem da época em que vivemos e das influências que sofremos. Confia-se então numa intervenção light.
Nos novos usos, deve defender-se a manutenção do comércio de frescos e dia-a-dia que encontramos hoje, de bancas e de frente para a rua, tal como uma nova utilização relacionada com ateliers e serviços. O conceito poderia avançar, inclusivamente, para uma especialização no conceito; por exemplo, se a variabilidade fosse ao ponto de alterar o tipo de comércio e o objecto comercializável ao longo das diferentes épocas do ano (fruta da época…) ou apostando em mercado de preço justo, de novas dimensões, de onde saisse valorizado o preço, a qualidade e a diversidade. Dentro do referido conceito de mobilidade podemos encontrar, então, no mesmo espaço, em momentos distintos, o comércio de bancas, um espectáculo de teatro, uma passagem de modelos, um concerto de música ou um conjunto de acontecimento performativos espontâneos.
Claro está que um espaço dinâmico como o defendido requer organização e gestão, de modo a manter uma ordem, um conceito, resguardando qualidade e diversidade. Como consequência disso, é lógica a criação da figura do gestor ou programador – responsável máximo pela gestão do mercado.
A proposta apresentada pretende conciliar um mercado popular, sinónimo de transacção, modelo exemplar da entrada do mundo rural na cidade, com novos objectivos, relacionados com a modernidade e as urgências do momento que vivemos. É igualmente indiscutível a necessidade de conferir rentabilidade ao Bolhão; não sendo isto, necessária e exclusivamente, sinónimo de rentabilidade financeira, assumindo uma utilização cultural ou comercial correcta e adequada como objectivos fulcrais.
De modo a cumprir esse compromisso de mutabilidade, um sistema de contentores móveis sobre carris podia permitir um espaço com características diferentes, densidades opostas que variem entre a praça e o mercado na organização de hoje.
Seria exequível a utilização de uma cobertura de vidro que uniformize e reforce a ideia de contemporaneidade que se pretende introduzir no mercado com um desenho novo; cobertura essa, que mantivesse a sensação de exterioridade e luminosidade. Este elemento cumpriria uma função manifestamente exigida pelos comerciantes de hoje que, individualmente e de forma nada planeada, cobrem o pouco espaço exterior que lhes é confiado. No entanto, o desenho concebido é íntimo da espontaneidade consequente das ditas coberturas individuais de hoje; como se de uma memória se tratasse. O elemento plástico defende uma forma dinâmica imagem do que se pretende para um Bolhão contemporâneo, com uma sustentada perspectiva de futuro.
Cumprimentos
Pedro Bragança
Caríssimo Rui Valente
No que aos festejos de êxitos do FCPorto diz respeito, só quem não é do Porto ou quem não festeja se poderia esquecer desse terceiro elemento, que é o Dr. Rui Rio. Desde tenra idade que recordo, ao contrário de muitos lisboetas, as festas na Av. dos Aliados. Sem dúvida um belo espaço para festejar, e que após a requalificação ainda ficará melhor. Contudo, nem nesses tempos idos se viu algo como festejar com o povo na varanda da edilidade e abrir o estádio para mais festejos com os sócios e simpatizantes. Agora, respeito a opção (que outrora me causou grande revolta) do presidente da Câmara, a festa na Alameda do Dragão também não fica mal. Apesar de tudo isso, julgo que não ficaria nada mal uma recepção oficial e privada nos Paços do Concelho a assinalar cada grande feito de qualquer clube da cidade. Assim, continuo sem entender a necessidade de elevar tanto os festejos leoninos. Terá sido por ter derrotado o poderoso FCPorto? Ou será mesmo a fome de leão?
Caro Vítor Pereira
Suponho que sei ter a resposta para as suas dúvidas. É, como diz, fome de Leão e hábito de Dragão, mas há um terceiro dado que deve ter esquecido: o desprezo de Rui Rio por um clube que fez mais pela cidade do Porto que alguma vez ele fará na Câmara, durante toda a sua vida. Diga-se o que se disser, este divórcio "litigioso" entre a autarquia e o Futebol Clube do Porto não ajuda muito a mobilizar o povo...
- TAP e as estatísticas que enganam - Sugestão de Rui Rodrigues: "O aumento do tráfego das companhias aéreas de Low Cost está a alterar o tipo de voos nos aeroportos nacionais, o que será ainda mais evidente após o mês de Julho de 2008. As estatísticas só darão valores reais depois desta data, não havendo então lugar para conclusões precipitadas."
- "Douro Alliance": Cofundadores formalizam terça-feira a génese da "cidade" Vila Real/Régua/Lamego - Só é pena o nome em inglês, mas aqui está uma boa iniciativa a caminho de uma "regionalização" por fusão de autarquias.
- Investimento directo estrangeiro em Portugal e no exterior baixou mais de 50 por cento - Sugestão de Cristina Santos
- Entrevista a Arlindo Cunha, presidente da SRU: um, dois, três
A vitória do Sporting, na final da Taça de Portugal, surgiu às cambalhotas, mas premiou a equipa que mais a sorte procurou. Ficam mal tanto a um como a outro treinador as declarações proferidas contra o árbitro, no final do encontro. O árbitro errou, tal como falharam Lisandro e Derlei. Teve até um erro caricato, o que demontra que ninguém é infalível. Tenho que manifestar os meus parabéns à equipa do Sporting, por ter sido melhor nos primeiros minutos e ter tido mais oportunidades de golo. Tenho a lamentar a falta de atitude e incapacidade de interpretar o jogo da equipa do Porto, por isso saiu derrotada (mais tarde do que seria de esperar com as oportunidades de golo do Sporting).
Mas serve este comentário, mais do que falar do jogo, para reflectir sobre a festa verde e branca. Vejamos as diferenças entre os festejos da conquista do (tri)campeonato e da Taça. Na cidade Invicta, garantida, matematicamente, a conquista de mais um campeonato, houve quem se juntasse junto ao estádio do Dragão. Os jogadores vieram ao varandim do estádio e aí permaneceram durante algum tempo, após alguns festejos (não mais do que umas voltas, com bandeiras e cachecóis, ao relvado) ainda dentro do estádio. Desde que o presidente da Câmara fechou as portas do município à equipa azul e branca, que os festejos se cingem, praticamente, à Alameda do Dragão.
Ao invés, tendo a final sido em Lisboa (Oeiras, que é mesmo ao lado), os sportinguistas inundaram as principais artérias da capital, empunhando cachecóis e bandeiras, com perucas e caras pintadas, nos seus automóveis e as suas buzinas. Os próprios jogadores estavam completamente "noutro mundo". A cidade parou (os benfiquistas devem ter ficado no ninho, ou também se juntaram aos festejos pela derrota azul e branca), as portas da Câmara abriram para mostrar o troféu à cidade, não terá sido suficiente pois também os portões de Alvalade se abriram para 20 mil entrarem para uma festa improvisada.
Nem após os grandes feitos de Sevilha (taça UEFA) e Gelsenkirchen (UEFA Champions League) houve festa tão rija (leia-se espalhada) na cidade do Porto. Será fome de Leão ou hábito de Dragão?
A tentar perceber como funcionam os reboques, passei parte da folga de sexta-feira a passear nos Caminhos do Romântico a recolher material para uma reportagem ou um post. Com a reportagem de hoje do JN aquele dado será apenas um post. Coloquei quatro fotos no meu blogue.
Este exemplo do que ocorre, relativamente aos reboques na cidade do Porto, demonstra que o Povo ainda tem algum poder. Assim, será bom de não esquecer que no próximo dia 24 de Maio, pelas 17h, na Av. dos Aliados, haverá um protesto contra a instituição de portagens nas SCUT's em volta do Porto.
À semelhança das manifestações que são realizadas contra as gasolineiras (não abastecer em determinados dias) também o poder central pode ser combatido. Sugeria o levantamento de algumas ideias para esse "combate", uma vez que é notória a diferença de investimento realizada em Lisboa e no resto do país. O meu contributo seria: não pedir recibo (não sei se designa recibo ou factura, principalmente porque não sou do ramo económico) sempre que isso seja possível. Assim só o exigiria quando comprasse em lojas multinacionais ou naquelas com sede em Lisboa, nunca no pequeno comércio local.
Cumprimentos,
Vítor Pereira
Realmente, como demontra a síntese do Pedro Bragança, o Porto gera quase tudo. Desde cultura até inovação, passando pelo investimento e não esquecendo o trabalho. Desde sempre os mais audazes aqui vieram beber o apoio popular, mas nunca o Porto criou políticos capazes. Será, quiçá, este o nosso calcanhar de Aquiles, o não gerar gente com capacidade de influenciar as políticas centralistas e incapazes de defender os seus acima de tudo. Serão poucos os políticos que emigram para Lisboa que não se quedam por lá e não esquecem as suas raízes. Contudo não consigo entender a razão desta "falha", uma vez que não são raros os políticos que no Porto, e nas suas gentes, encontram a força para as suas vitórias.
Cumprimentos,
Vítor Pereira