2007-10-28
Dado achar que o estudo da toponímia é uma das áreas mais importantes da história da nossa cidade, junto anexo um artigo escrito por mim e publicado num Boletim Cultural dos Amigos do Porto relativo a uma das zonas mais nobres da nossa cidade. Se acharem que o artigo tem qualidade para fazer parte do vosso (nosso) blogue poderei posteriormente enviar mais.
Sem outro assunto
Cumprimentos
César Silva
FOZ - PASSEIO ALEGRE
A Foz, mais que um lugar definido pela geografia urbana, é um estado de espírito. Vai-se à Foz mesmo que nunca se entre na freguesia e nos fiquemos apenas por Nevogilde. Para melhor nos apercebermos desta realidade, vamos dar uma volta por um dos sítios mais emblemáticos da Foz: o Passeio Alegre, onde descobriremos alguns dos pequenos segredos que ele encerra. Desde os Obeliscos que viram passar D. Pedro IV, na sua demanda liberal, às graciosas esculturas dos pequenos lagos. O Coreto dos finais do século XIX. Os sanitários em Arte Nova. O Chalet do Carneiro, que ainda não perdeu o charme romântico que o tornou único aos olhos dos nossos intelectuais. A Real Casa dos Náufragos, as casas das famílias mais importantes da Foz. E o Castelo obra de D. Miguel da Silva. Vamos ainda ver as pistas que ele nos pode dar, para outros passeios por esta freguesia singular.
César Silva
JANEIRO/ 2007
Muita gente afirma ter visto um monstro no Loch Ness, mas a verdade é que, quando alguém se desloca ao famoso lago na Escócia, não consegue ver o bicho em lado nenhum. É um pouco aquilo que se passa com o “Eléctrico” no centro da cidade do Porto. Por diferentes razões, nas últimas duas semanas fui à Baixa e fartei-me de esticar o pescoço para ver o dito. ZERO! Curiosamente, vi um exemplar dessa espécie quando ainda se encontrava na fase de testes, como de resto tive oportunidade de comentar aqui.
Será que isto é mesmo um meio de transporte alternativo, ou apenas mais um fait-divers?
- Os 130 anos da Ponte Maria Pia, no Blasfémias
- Augusto Seabra vence Rui Rio - então isto não vem no blog oficial da Câmara? ;-)
- Universidade do Porto organiza 1º Encontro de Antigos Alunos - dia 9, nos Leões.
- Festival digital põe aranhas gigantes na Cordoaria
- Afinal, está tudo errado?
- Conferência de Alejandro Aravena na FAUP, dia 7, às 18:00.
- Serralves: Robert Rauschenberg visitado por mais de 10 mil pessoas
- Prémio MAPA: Trabalhos em exposição apostam na interactividade com o público - na Reitoria da UP.
- Plantas de cannabis encontradas em terreno municipal - Quiçá uma solução para aumentar as receitas? Ou apenas a explicação para algumas decisões tomadas por este Executivo? ;-)
PS: Olhares sobre a cidade: Fotografia e cinema documental do Porto - 5 a 10 de Novembro. Ver também o programa (PDF).
Aqui fica o manual de instruções para este fim-de-semana de "verão" quase todo na BAIXA. O TRAMA e os últimos dias da exposição de JÚLIO RESENDE na Alfândega e de DALI no Palácio do Freixo, são os grandes destaques.
Para ver em OPOZINE [o manual de instruções para o Porto]
Bom fim-de-semana
Parece ter passado em claro o pronunciamento de mais um Tribunal sobre o inigualável processo de “consulta pública” para o Rivoli. Não admira! A nossa massa crítica e pensante – sabe lá Deus porquê – optou, em relação a Rui Rio, por adoptar o princípio de que os fins justificam os meios e, como tal, perdoam-lhe o devaneio de ter feito o que fez, e como fez, por conta da sua apregoada seriedade, honestidade e rigor. Apesar de, neste caso, o fim visado ser abominável e não servir de justificação para qualquer meio (como se algum servisse!!!), é curioso constatar o silêncio cúmplice da bancada de comentadores e opinadores, pois a ilegalidade declarada em Tribunal parece ser coisa de somenos e totalmente irrelevante.
Mas, quando se trata da extinção do Porto Feliz, a urbe levanta-se e ruge, com cartas de apoio e, a ver vamos, manifestações de desagravo à CMP e ao seu Presidente. Há duas curiosidades nesta questão do Porto Feliz.
- A primeira prende-se com a limitação do programa e da sua utilidade aos arrumadores e sua erradicação (ai que palavrinha tão mal escolhida...). Aqui parece-me que a nossa classe opinante não conhece absolutamente nada do Porto, e muito menos dos fenómenos da toxicodependência e exclusão. Limitar o programa e a sua utilidade aos arrumadores é esquecer que existem mais, muitos mais, toxicodependentes que necessitam de tratamento, ajuda e recuperação e que não são arrumadores. Esses talvez só os vejam junto dos bairros, nos locais de venda de droga, a roubar, a prostituir-se, etc., etc... Mas, pelos vistos, não incomodam. Ao contrário dos arrumadores que, por estarem à vista e à luz do dia, são incómodos, porque visíveis. Daí que é melhor erradicá-los (quiçá adoptando o modelo Cubano ou Soviético ou da velha proibição da mendicidade transmudada, agora, para a arrumação de carros).
- A segunda contende com a preocupação do nosso Presidente com os trabalhadores do Porto Feliz; preocupa-se porque é gente com qualificações e experiência profissional relevante e que vai fica no desemprego e desaproveitada. Não podia concordar mais com as preocupações do Sr. Presidente e, por isso, sugiro-lhe:
- A) afecte 70% da verba que a CMP gasta com propaganda e publicidade ao programa Porto Feliz e aproveite a mão-de-obra;
- B) afecte 20% dos custos do GP histórico, Turismo e Red Bull Air Race ao programa Porto Feliz e aproveite a mão de obra;
- C) afecte aquilo que diz ter poupado no Rivoli (400 mil contos) ao Porto Feliz e aproveite a mão-de-obra.
Por fim, peço-lhe, Sr. Presidente, use o mesmo critério com os trabalhadores do Rivoli e da Fundação da Zona Histórica, pois estão em paridade com os do Porto Feliz e, já agora, deixe a guerra política para o parlamento, para dentro do seu partido e exerça, em nome do povo, o mandato que lhe deram, pois ninguém o elegeu, nem lhe paga, para fazer política com o património e os interesses desta Cidade.
Estimados bloguistas e leitores:
Nos próximos dias 5, 6 e 7 de Novembro vai ter lugar uma "operação de salvamento" de um importante arquivo relativo à actividade de algumas empresas do Norte na primeira metade do século XX. Esta operação ficará ao encargo do Arquivo Distrital do Porto e contará com a colaboração do gabinete da arquitecta Adriana Floret. No entanto, poderá haver a necessidade de recorrer a mão de obra extra dado termos pela frente uma quantidade considerável de documentação a recolher, limpar e acondicionar. Convidamos, por isso, todos aqueles que estejam interessados em colaborar em regime de voluntariado nesta operação a nos contactarem. O local dos trabalhos situa-se no Bonfim e alertamos desde já que o trabalho que vos espera poderá ser trabalho sujo e pesado :). Para mais informações podem contactar-me via email:
David Afonso
davidafonso @quintacidade.com, davidfonso @adrianafloret.com
- Festival de Artes Performativas ocupa o Porto até domingo - ver Festival TRAMA
- Clima de insegurança volta à noite do grande Porto
- Um livro que ajuda a compreender a cidade de hoje
- Conservatório muda em 2009
- Mais de 20 propostas para frente fluvial
- Regressar à Baixa
- Moçambicanos rejeitam camião velho da Câmara - Ou "como envergonhar o Porto". Aposto que os computadores referidos na notícia também são para deitar ao lixo...
Aproveito para recordar que restam quatro dias para visitar o Palácio do Freixo antes da desgraça que nos espera.
Manuel Moreira da Silva
P.S.: Depois das recentes notícias que têm aparecido sobre a "solução" que a Câmara Municipal do Porto encontrou para o Rivoli, espero que o protocolo que se assinou com o Grupo Pestana para a entrega do Palácio do Freixo e Moagens Harmonia e o modo como a ele se chegou não tarde a ser explicado de forma clara.
- Hoje às 18:30, na FNAC de Sta. Catarina: "O Espaço Urbano do Porto"
- Más de 400.000 gallegos utilizarán este año el aeropuerto de Oporto - por sugestão de João Medina
- Seis anos depois começou a obra da Cooperativa das Fontainhas
- A cidade NY+LON
- Pelouro da Cultura, Turismo e Lazer divulgou iniciativas para Novembro
- Toxicodependência: Porto precisa de "resposta eficaz", diz Bispo
- Laboratório Nacional de Energia e Geologia no Porto
Para quem não pôde lá estar, para todos os que conseguiram lá ir e sobretudo para que todos queiram lá estar da próxima vez... um abraço para a Baixa do Porto!
- Fotos Se esta rua fosse minha...
Gilberto Figueiredo
"Para que todos possamos beneficiar de mais voos a partir do Porto para novos destinos por toda a europa, é crucial que a Ryanair tenha uma base no Porto - algo que tem vindo a ser estudado nos últimos 2 anos, mas que infelizmente ainda não foi concretizado. Ao assinar esta petição online, estamos todos a contribuir para a expansão do turismo no Porto e a aumentar as possibilidades de todos voarmos a preços baixos para novos destinos - já para não falar na ajuda à criação de 60 novos postos de trabalho no aeroporto do Porto. Passem este email aos que puderem e assinem a petição."
- Berardo: "BPI pensa que faz o que quer porque é do Norte" - sugestão de Rui Valente - "Bairrismos de ricos, a sul... Depois dizem que nós é que somos bairristas e provincianos! Continuem a bater nessa tecla... Já não lhes chega terem-nos surripado tudo quanto era banco aqui do Porto!"
- Habitações T0 a T2 são as mais procuradas na Baixa
- Aeroporto cresce à boleia das novas rotas "low cost"
- Associação de Bares da Zona Histórica quer estabelecer parcerias com a Galiza
PS:
- Festival quer chamar a atenção para a arte do clown
- Voluntariado no Porto aquece noites e corações dos sem-abrigo
- O perfil do sem-abrigo portuense
- "Ribeira Negra" de Júlio Resende vai ficar na Alfândega
- Requalificação das Cardosas: Expropriações geram revolta
Meus Caros,
Já é a segunda loja nova que abre no princípio da Rua de Sá da Bandeira com um intervalo de algumas semanas. Primeiro foi a magnifica loja de artigos de pintura, a M. Sousa Ribeiro já aqui referenciada, agora é a vez de uma loja LETHES HOME a abrir ao público, com a particularidade importante de estar aberta ao Domingo!
A Baixa é o lugar natural para as lojas de influência regional, aquelas que não faz sentido abrirem em todos os shoppings por terem uma segmentação de mercado muito específica. E para todas as outras que saibam aproveitar o magnífico património urbano que já está equipado com estacionamento e com transportes públicos como não há em mais nenhuma parte do Norte fora dos centros comerciais.
Devagarinho iremos assistir a este progressivo retorno da importância da Baixa comercial, ajudada pelos espaços de maior dimensão, como se viu pelo enorme impacto que o Via Catarina teve na manutenção da atracção comercial da Rua de Santa Catarina. A Rua de Santa Catarina é, indiscutivelmente, a grande rua comercial da Baixa mas é limitada em dimensão, por isso é importante deixar alastrar a zona qualificada de comércio para as zonas adjacentes, tentando polarizar, como muito bem foi dito no estudo da CBRE, entre as várias zonas comerciais de elevado potencial. O eléctrico poderia ser, como já aqui referi, a “escada rolante” que falta.
Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
Caro Tiago
Quanto a isso (do patrocinador) não tenho a menor dúvida, mas o dinheiro (apesar de poder), não deve poder tudo, sobretudo quando se trata da ocupação do espaço público. Mas, como também já vimos a Torre dos Clérigos muito tipicamente "vestida" à moda de "SAGRES", só falta vermos o famoso porquinho a andar de bicicleta com publicidade a essa obra-prima "que vai mudar Portugal" (como anuncia a TV pública), como será seguramente o filme "Corrupção".
Tiago, convenhamos que apesar de termos excelentes engenheiros a incompetência não escolhe profissões. Por falar nisso, retire-me por favor do texto o parêntesis (e melhor aplicado) que está lá a mais...Eu também não gosto de passar por incompetente, apesar de não ser engenheiro...
Abraço
Rui Valente
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Nota de TAF: correcção feita. :-)
As Juntas de Freguesia do centro histórico do Porto avançaram para a criação da Associação para a Promoção Social do Centro Histórico do Porto e fizeram bem. A extinção da FDZHP criou um vazio na reabilitação social do casco histórico. A ideia faz todo o sentido e digo isto com alguma generosidade porque tanto quanto se saiba não foi apresentado nenhum programa, estratégia ou metodologia. A ideia, apesar de tudo, vale por si. Os autarcas apenas se limitam a ocupar o espaço da evidência: a PortoVivo por si só não pode nem deve resolver a questão social. Dito isto, vamos ao que está mal: não se pode apresentar um projecto destes disparando à esquerda contra Rui Sá e à direita contra Rui Rio, sob pena de transformar um projecto social num projéctil político. Estas coisas devem ser pensadas a longo prazo e não podem ser reduzidas a uma jogada de xadrez da politiquice local cujos ganhos são sempre circunstanciais e limitados. Vamos é pensar em grande e olhar para a cidade sem ajuda da matriz partidária. É claro que, quando digo isto, não estou a afirmar que os partidos devem fazer como o PS que abandonou a cidade para parte incerta deixando as despesas da oposição para os peões. O que eu afirmo é que não se pode confundir "Promoção Social" com "Promoção Partidária"…
Uma Loja do Cidadão na Baixa é também uma daquelas necessidades cuja evidência se impõe a qualquer um. Sabemos todos nós quais foram as circunstâncias especiais que levaram ao exílio desta infra-estrutura para onde está agora. De algum modo, podemos dizer que o PS está em dívida para com a cidade porque foi sob a sua gestão que a asneira foi feita. Está, portanto, na hora de emendar a mão. A criação de uma Loja do Cidadão depende do Governo central e apenas deste, embora uma atitude proactiva do poder municipal também ajude. Na Baixa conheço uma boa mão cheia de edifícios ou conjunto de edifícios devolutos – ou quase – prontos a receber este tipo de serviços, estando todos eles situados num raio de 50 metros de uma estação do Metro. Existe a necessidade e existe a possibilidade. Só falta a vontade. Ah! Já agora: esta Loja do Cidadão da Baixa poderia ter uma passadeira verde para os pequenos empresários que exercessem a sua actividade na Baixa. Isto é que seria uma incubadora de empresas. Função essa que a Baixa e o Centro Histórico têm vindo a desempenhar ao longo de séculos com os bons resultados que se sabe sem precisar de uma mão que embale o berço.
Matosinhos vai ter a sua Serralves II e está de parabéns. Aproveito para dizer que a Baixa do Porto também poderia ter a sua extensão de Serralves. Se Matosinhos se disponibiliza inteligentemente para servir de armazém a colecções de arte contemporânea, a Baixa do Porto poderia desempenhar o papel de caixa de recepção de Serralves, aproximando ainda mais a instituição da cidade. Há muito turista acidental que desconhece o Museu mas que vem ao Centro Histórico e muito jovem artista que gostaria trabalhar com Serralves mas que ainda não está em fase de musealização. Não é uma ideia absurda. Afinal, Serralves vai ter um extensão em Matosinhos, não é? E também conheço na Baixa o edifício perfeito para albergar esta Serralves III.
David Afonso
davidafonso @quintacidade.com