De: Cristina Santos - "O Partido Socialista local"
Gomes Fernandes, entre afirmações que colocam o Dr. Francisco Assis numa situação de falta administrativa para com a agenda política local, e demonstrações de estar cansado de não ver o PS fazer nada, pergunta aos leitores:
«Será Assis uma bandeira do PS suficientemente forte e credível para arrastar sociologicamente o Porto para uma alternativa de governação da Cidade à esquerda?»
Esta pergunta é mais direccionada para o interior do PS do que propriamente para a opinião pública, mas acho que nos cumpre dar a nossa resposta porque a oposição é um elemento necessário à cidadania plena.
Vejamos, quando se vira para a esquerda ou para a direita o que se pretende é encontrar uma estrada que vá em frente, a viragem depende essencialmente do destino indicado, não adianta continuar a falar de posições, urge um plano que nos indique o destino final, a esquerda é facilmente confundível com a direita, portanto dizer que se pretende adoptar conceitos de esquerda é não dizer nada.
Reduzir o PS local ao Dr. Francisco Assis parece uma forma de arranjar alguém que nos sacuda a água do capote, há vereadores, há toda uma equipa que precisa de assumir a sua responsabilidade a cada passo que dá. O PS tem que se separar destas teorias mesquinhas, da mania da perseguição; quando há trabalho, esforço e sentido, não há conspiração que nos derrube.
Voltando à teoria das viragens e dos destinos, para existir um caminho há que estudar e colocar as placas, só depois disso se arranja um sinaleiro para carregar a bandeira. Do meu ponto de vista ninguém pode esperar ganhar eleições só porque tem um líder carismático.
Por último Francisco Assis parece ter falhado, e este alerta de Gomes Fernandes é necessário, contudo convém analisar onde falha Francisco Assis.
Francisco Assis falha porque não consegue ter pulso duro com a sua equipa, porque não exige trabalho, porque encara os membros como trabalhadores com contrato efectivo, a quem se tem que dar o devido desconto antes de se lhe dar devida reforma. O dirigente do PS local tem que perceber que quem goza de vínculo efectivo, estatuto de lugar no quadro, geralmente encontra mil e umas razões de queixa que justifiquem a sua quebra produtiva e a falta de interesse que um lugar assegurado produz.
Posso até estar a perceber isto tudo mal, mas da minha parte só há 2 hipóteses: ou efectivamente a equipa PS é boa e apresenta soluções para além do seu líder, ou então Francisco Assis está a braços com um problema de recursos humanos e a sua única solução é contratar independentes.
Que me desculpe o PS, porque não sou nem tenho conhecimentos políticos, mas muita coisa podia ser melhorada na cidade se o PS tivesse um papel activo, que soubesse negociar e aprimorar propostas da oposição em vez de estar sempre contra usando sempre os mesmo motivos.
Da minha parte estou bastante chateada com o PS e muito mais devem estar aqueles que os elegeram. Quem está ou não à frente do PS não me interessa, o que me interessa é as ideias e as propostas que trazem à cidade.
Com respeitosos cumprimentos,
Cristina Santos