De: Cristina Santos - "A navalha é uma arma ou uma ferramenta?"
Não há motivos para pôr em causa os interesses deste blog, durante 2 anos todos foram livres de expressar a sua opinião, cada um organizou a informação que obteve da forma que pretendeu, e se alguns a usaram em investimento na recuperação da cidade, então devemos estar orgulhosos da nossa função.
Se por cada post editado tivesse sido restaurado um edifício, imagine-se quantos problemas já teríamos solucionado; a Baixa do Porto nunca vincou opiniões ou decisões finais, os posts sempre foram geridos de acordo com o interesse da Cidade.
A reabilitação urbana é ao momento a nossa principal meta, por isso é o tema mais abordado, simplesmente não podemos exigir uma cidade limpa se em cada 5 prédios 1 tem as caleiras rotas, nem configurar pastelarias dignas nos fundos de um edifício podre.
A reabilitação urbana envolve negócios, vendas e promoções, envolve a correcta acção da autarquia, envolve uma população empenhada em preservar e habitar a cidade, envolve toda a problemática social, acessos, entretenimento, transportes públicos e até comércio de primeira necessidade.
Se o anúncio a um prédio pode ser sinónimo de um interesse difuso, e se a defesa de uma acção pública pode ter interesses directos, só falta dizer que todas as opiniões que se insurgem contra a autarquia são feitas por militantes da oposição. Todos queremos o desenvolvimento da cidade, à partida estamos de boa fé. Cada qual expõe o seu ponto de vista, é natural que se aproveite a experiência profissional para enriquecer o debate, por exemplo lamento não perceber nada de pastelaria, já viram o contributo que podia trazer sobre o custo que um croissant queimado acarreta na factura da EDP?!
O Público é um excelente jornal, deu-nos a oportunidade de juntar mais meios humanos a esta luta, um comerciante tradicional pode vir a ler a opinião de alguns de nós e lembrar-se que a D. Laura afinal está viva, apesar de não lhe telefonar desde a última eleição, pode reflectir sobre a cidade e principalmente sobre as queixas dos seus potenciais clientes.
A entrevista do Tiago Azevedo devia ser um motivo de orgulho para todos.
Temos finalmente oportunidade de alargar o debate aos portuenses que lêem bons jornais mas não têm acesso à Internet, temos o interesse dos media na localidade, coisa que tem sido preterida pelo nosso tradicional JN.
Enfim, temos uma oportunidade, cumpre-nos decidir se a usamos como uma arma ou como uma ferramenta.
Cristina Santos