De: Alexandre Burmester - "Faroeste 2"
Tenho a certeza absoluta que quem tem a responsabilidade de gerir os fluxos das vias rodoviárias nesta nossa cidade deve ser um estudioso de computador que pouco sai à rua e enfrenta o que desenha. Olhar para a cidade em planta, identificar vias, atribuir-lhe sentidos, desenhar riscas e passadeiras, amontoar poluição visual de sinalética automóvel e pejar tudo com semáforos, só pode ser oriundo do desenho e pouco do conhecimento da realidade.
Coisa diferente é conhecer a cidade, as suas ruas, os seus usos e seus constrangimentos. Perceber que o desenho é quase sempre teoria que a prática trata quase sempre de corrigir... Infelizmente esta situação não se aplica ao trânsito, até porque existe sempre uma farda policial que teima em aplicar a lei, ou até se esconde nas ratoeiras do desenho para apanhar os incautos. Rotundas ovais, elipsoidais, descentradas, disfarçadas e algumas tão diminutas que... enfim, assim como várias ruas que na mesma rua conseguem ter 2 sentidos únicos, são algumas das particularidades do nosso trânsito que deveriam dar lugar a prémios de originalidade e de boçalidade.
A solução se calhar até é simples, bastaria obrigar quem desenha, e quem é responsável por isto, a largar a cadeira e vir para a rua.