De: Maria Augusta Dionísio - "Entrevista Pizarro ao JN - Aleixo"
Existe, finalmente, uma primeira posição pública do executivo autárquico, através do vereador da Habitação, a respeito da demolição do Aleixo. Em anexo segue um excerto da entrevista de Manuel Pizarro, vereador da Habitação, ao JN, e aproveito para salientar aquilo que sempre me pareceu óbvio, mas que infelizmente não suscitou a preocupação dos portuenses minimamente interessados com os assuntos da governação da cidade - o fundo imobiliário para o Aleixo está em incumprimento há muito e muito tempo!
A certa altura é o próprio vereador, Manuel Pizarro, que o afirma dizendo: "estamos a travar uma negociação muito dura com o fundo imobiliário do Aleixo em torno do cumprimento das suas obrigações." Acho extraordinário que existam negociações em torno de acordos celebrados com o município, aprovados nos seus órgãos e devidamente ratificados pela CMVM e Tribunal de Contas. Os contornos do acordo são muito claros! Ou se cumprem e a demolição avança, ou não cumprem e a CMP tem a coragem de os romper! Espero, contudo, muito sinceramente, que esteja enganada quanto à tentativa desesperada para salvar o fundo, evidenciada na afirmação: "Esta é uma fase em que temos de avaliar de que forma é que o fundo cumpre ou não."
Ficou bem claro para todos que no anterior mandato o Aleixo era uma questão de honra do anterior presidente, assumindo por isso a demolição da 5ª e 4ª torre, com toda a pompa e circunstância, independentemente dos incumprimentos do Fundo, apesar das 150 famílias do Aleixo terem sido realojadas apenas em casas da autarquia, em claro prejuízo para todos os demais habitantes desta cidade, com problemas de habitação e que ficaram privadas de aceder a esse bem (uma habitação municipal).
Falta saber se o atual Executivo vai manter a mesma linha de ação - e pode fazê-lo porque casas da câmara continuam a existir em numero suficiente para os moradores do Aleixo - ou se pelo contrário vai defender os interesses da cidade exigindo ao BES que cumpra o compromisso que assumiu ou, não o cumprindo, que ressarça o Porto pelos prejuízos causados até ao momento.
Por último, caso a posição deste executivo e do socialista Pizarro for a mesma do social-democrata Rui Rio, é caso para perguntar que contrapartidas foram dadas à CMP e todos temos o direito de saber o desfecho das ditas negociações.