De: Augusto Küttner de Magalhães - "Olhares Cruzados – Católica Porto – 9ª edição - 29.01.2014"
O papel e o peso do Norte no novo QREN, tema desta 1ª Conferência da Católica Porto, na 1ª Conferência do Ciclo Olhares Cruzados sobre Portugal, a 29.01.2014 pelas 21h30, com Luís Mira Amaral e Emídio Gomes, moderador José Mendes. Organizado pela Católica do Porto e pelo Público.
Alberto Castro – fez uma rápida e concisa introdução a este 9 º ciclo de Conferências, com 4 sessões, iniciado aqui no Porto, depois com duas sessões em Lisboa – quase uma internacionalização! – e a última novamente cá no Porto. O moderador José Mendes referiu que a temática é muito oportuna para a ocasião que estamos a viver, até pelo apoio comunitário quer iremos brevemente receber, esperando tratar-se de um investimento que harmonize o desenvolvimento do País.
Emídio Gomes disse que a Região Norte tem uma problemática de divergência a nível de desenvolvimento com o resto do País e evidentemente com a U.E., a Região Norte teve um investimento inferior per capita ao longo dos quadros comunitários relativamente às outras Regiões do País. Sendo que a Região Norte a partir de 2008 – início da Crise – gera maior excedente comercial, ou seja, o modelo dos anteriores quadros comunitários não resultou. O enriquecimento de algumas regiões fez-se à custa do endividamento externo e tal não foi o caso da Região Norte.
Luís Mira Amaral referiu que o PIB per capita não pode ser comparável entre o Alentejo e a Região Norte, uma vez que nesta há uma maior população que naquela. O nosso País estava muito dependente de empresas que não aguentariam a globalização. E o Norte ainda mais exposto, com empresas que não tinham evoluído e estavam mal preparadas. Hoje, têxteis e vestuários finalmente se estão a diferenciar, mesmo a Norte, pela qualidade, como já vem há algum tempo a acontecer como calçado. O Norte está a recuperar enquanto a Madeira no turismo e construção civil não vai a lado nenhum. Se a Alemanha abrir muito a importação, não nos irá beneficiar face à grande concorrência que temos de vários lados, nomeadamente de países asiáticos, mas não só. A Alemanha deveria ajudar a desvalorizar o Euro, o que permitiria exportarmos mais para fora do mercado europeu e assim a Região Norte ficaria a beneficiar e o Norte é mais que o Grande Porto, se bem que este precise de um grande apoio do Quadro Comunitário.
Perguntas e Respostas, Emídio Gomes, os onze objectivos temáticos no próximo quadro comunitário não são negociados por Regiões mas pelos 28 Países. Mas na preparação deste trabalho nunca tanta gente de todo o lado foi chamada a pronunciar-se, pela primeira vez vamos ter um apoio adaptado à região, até no desenvolvimento, para investimento e a criação de emprego. Andámos a gastar dinheiro em Obra e não nas Empresas e nos Recursos Humanos, e agora irá mudar.
Luís Mira Amaral falando em energia, disse que a utilização do carvão e gás natural pode não ter causas quanto ao CO2 e ao aquecimento global. Nós emitimos menos de 1% do CO2 da Europa e o nosso ministro do Ambiente não entende isto. Sendo que nos transportes tem de reduzir o consumo do petróleo, que já não utilizamos na produção de energia eléctrica. Temos de mudar de transportes nomeadamente no Norte, passando do rodoviário para o ferroviário e marítimo. Na escala urbana não vai haver automóveis eléctricos dado que estão dependentes de baterias de iões que não resultam e têm ainda muito que evoluir. Haverá que passar a transportes públicos eléctricos de qualidade e a bicicletas e motorizadas.
É de felicitar Alberto Castro pela Católica e Manuel Carvalho pelo Público e respectivas equipas por mais este bem começado Olhares Cruzados, com sala bem acolhida e temas muito interessantes referidos.