De: Augusto Küttner de Magalhães - "O Estado das Coisas / As Coisas do Estado"
Serralves / 4ª Conferência / 16.01.2014
Neste Ciclo de Conferências em Serralves, a 4ª, intitulada Crescer para fora!, teve a participação de António Pires de Lima e Basílio Horta, sendo moderada por Carlos Daniel. Pelas 21h30 no Auditório da Fundação de Serralves, com muita afluência. Comissário de mais este Ciclo: Paulo Cunha e Silva.
Depois das oportunas intervenções de Luís Braga da Cruz sobre o tema de mais esta Conferência e dos desafios da Economia, face a uma “necessidade” de a reanimar para contrabalançar a tremenda austeridade que todos estamos a sentir, e de mais algumas palavras de Paulo Cunha e Silva, falou o moderador Carlos Daniel. Este fez uma muito interessante comparação entre o percurso dos dois oradores, que em várias áreas se cruzarem no mesmo tempo, quer como deputados, quer em outras funções, tendo ambos em seu tempo sido ministro.
Basílio Horta disse que o País - algo que tem mais notado desde que é presidente da Câmara de Sintra - empobreceu muito, mas ainda há empresários que têm vontade e empenho em investir. Quanto a crescer para fora, é indispensável dar competitividade às nossas empresas. Com valor acrescentado, para que sejam bem estruturadas, bem como equilibradas. Sendo indispensável não perder o investimento – como vem a acontecer – na Educação e nas Universidades. Investir em investigação e formação. Acabar com a burocracia que entrava o crescimento de empresas. Diversificar o investimento “lá fora”, mas para tal é indispensável conhecer bem os mercados onde se vai investir. E aqui o necessário apoio do Estado tendo representações localizadas. Mas nunca descurar o mercado interno, e não se viver em tanta austeridade só pela austeridade. Se bem que tínhamos necessidades de fazer contenções.
António Pires de Lima referiu que a partir de 1998 com a CEE investimos demasiado no mercado interno no necessário progresso do País, mas depois começou a ser evidente que este desenvolvimento não estava a ser sustentável, era necessário apostar mais no exterior que no mercado interno. Mesmo com esta crise – que vimos a viver/sofrer - é admirável que nestes últimos 4 anos as empresas têm aumentado a exportação de tal forma que percentualmente, na Europa, ficamos à frente de qualquer outro País. A Economia, as Empresas, têm ajudado a crescer nestes últimos anos, e dentro do programa de ajustamento. A nível do Estado tem-se tentado diminuir as burocracias, facilitando a vida às empresas. Necessidade de capitalizar as empresas. Disse também que muito do investimento na Educação, nas Universidades, não está a conseguir ser repercutido nas empresas.
Respostas a perguntas - Por ambos reafirmado que ainda há muito a fazer, sendo necessário capitalizar as empresas, muitas com dívidas insuperáveis, dado serem excessivamente financiadas a crédito para estimular o seu desenvolvimento. Espera Pires de Lima que a instituição financeira que está neste momento a ser criada aqui no Porto consiga aplicar o investimento em empresas que façam um desenvolvimento sustentável. Sendo, também, necessário um esforço do Governo e das Autarquias para desbloquear burocracias e custos de contextos desnecessários. Ambos: sendo essencial uma certa continuidade de todas as instituições públicas para haver credibilidade e confiança no País. Mais compromissos na vida política.
Uma muito interessante conferência, com dois bons oradores e com uma muito boa moderação. Mais uma conferência em Serralves, onde foram apontadas situações que vamos sentindo e vivendo, com vontade de tentar ficar melhor. Veremos! Estão de parabéns os oradores, o moderador, o comissário, e claro Luís Braga da Cruz e Odete Patrício e toda a equipa de Serralves. Há mais 5ª fera, 23.01.2014 às 21h30.