De: Augusto Küttner de Magalhães - "Os grafitis e a liberdade"
Muitos dos grafitis que vemos pelas nossas cidades, e não só, não passam de sarrabiscos, letras sem interesse, sem feitio nem jeito. E feitos nos locais mais inadequados, públicos e privados, estragando, unicamente. Outros são, porém, autênticas obras de arte, bem desenhados, bem pintados, bem concebidos e que agradam. Como é evidente, a estes, em liberdade, deve ser dado o seu devido e merecido espaço. Quanto aos outros, se foram "apanhados" quem os faz, devem ser na hora obrigados a limpar o que sujaram e tudo mais do mesmo numa área de pelo menos 2 kms. Aprenderiam a não fazer mais. A não sujar!
Voltando ao que se deve considerar Arte. Como é evidente não podem ser feitos em todo e qualquer lado, nem estragar o que esteja e seja inadequado para esses fins. Mas também não podem ser de forma alguma remetidos à força, por imposição, para locais onde ninguém os poderá ver/contemplar e muito menos ser estipulado “superiormente”, o que e como devem “fazer”. Nunca. Tem de se criar uma liberdade consentida e assumida – difícil! – em que quem pinta o faz em locais indicados, mas não sendo sem qualquer visibilidade a todos e facilmente, e aí e aí só faz o que a sua imaginação “dita” e nunca por “ordens” de outros - tantos sem qualquer ponta de idealidade.
Criem-se consensos em pequenas/grandes coisas, como esta, para chegar a outros níveis, sem se estar sempre de costas, e sempre a não querer fazer acordos por não ser elegante, e para manter birras, que já nem a crianças lembram. E não em poucos casos por fazer consensos, implicar ceder em mordomias e privilégios. Mas tem de ser.